(montagem de minha autoria a partir de imagens retiradas da internet)
São Martinho soldado do império,
Que atravessas os Alpes na intempérie
Para regressares à tua morada,
Voltas à tua casa ansiada.
Num abraço solidário, de alma santificada,
Cortas com a tua espada, a encarnada,
A rubra capa que te cobre,
Para com meia agasalhar o que te sai ao caminho - o pobre.
Quando tal acontece, tens mesmo ali,
Um milagre de Deus, que é para ti…
O teu Verão aparece e premeia,
A tua acção homenageia.
Outros soldados p’la guerra pereceram,
Séculos depois, por todo lado morreram,
E outros ainda, ficaram magoados,
Com membros e corpos estropiados.
Todos os dias morrem ainda, com ou sem razão,
Deixando para trás, famílias sem pão,
Ou então, bem pior que a morte,
Deus não dá melhor sorte.
A todos esses, que passados ou presentes,
Estão em nossa memória, tal como os seus parentes,
Deixamos a papoila a esvoaçar,
Pois para sempre a Flandres faremos recordar.
Beberemos o vinho, comeremos a castanha,
Brindamos a São Martinho e sua façanha,
Lembraremos os mortos na guerra,
Plantaremos no peito, a papoila da terra.
Mário L. Soares
Aquele que escreve será traído
um dia algum leitor apontará
a palavra interdita
e o sentido escondido no sentido.
O beijo de Judas está dentro da própria escrita
e aquele que escreve está
perdido. De nada serve
dizer este é o meu vinho este é o meu pão.
O beijo de Judas vai ser dado. Quem escreve
tem uma lança apontada ao coração.
Não se perdoa a dádiva de si
a canção que se canta ou a breve tão breve
alegria de partilhar o corpo e a palavra.
Quem reparou em Getsemani
naquele que não se ria nem se dava?
Já outra vez se levantou e se deteve
alguém vai ser traído agora aqui
seu olhar te designa: Tu és aquele que escreve
e a tua própria mão aponta para ti.
Manuel Alegre
Vil prisão servil
esta do meu peito
onde bate o amor
a portas fechadas.
Abrem-se alas
de amores fugazes.
Vontade p’lo dia e eu a noite,
querem o pão e eu o vinho.
Assim, sem querer, sem explicação,
sem amor…
Mário L. Soares
(mote de Fernando Pessoa)
Porquê, me pergunto
das questões da vida existenciais.
A razão de ser de coisas banais,
volto e como mais um bocado de presunto…
Indago as causas.
Perscruto no mundo a origem e o caminho,
e bebo com gosto um trago de vinho.
Continuo em frente, agora sem pausas.
Interrogo e tento saber o que é,
sem sentido nenhum,
sem final algum.
O melhor, agora, é beber um café…
Mário L. Soares
Bocas roxas de vinho,
Testas brancas sob rosas,
Nus, brancos antebraços
Deixados sobre a mesa;
Tal seja, Lídia, o quadro
Em que fiquemos, mudos,
Eternamente inscritos
Na consciência dos deuses.
Antes isto que a vida
Como os homens a vivem
Cheia da negra poeira
Que erguem das estradas.
Só os deuses socorrem
Com seu exemplo aqueles
Que nada mais pretendem
Que ir no rio das coisas.
Ricardo Reis
Bebo o vinho do teu corpo
Devagar como se a boca
Fosse uma flor onde o tempo
Desenha um mapa da vida
Corre o vinho do teu corpo
Nos lençóis da madrugada
E há carícias debruçadas
À janela do silêncio
Bebo o vinho do teu corpo
Bebo até morrer de sede
Bebo o vinho do teu corpo
Bebo até morrer de sede
E provo o vinho do teu corpo
Gota a gota e beijo a beijo
Como quem recolhe o sonho
De entre os dedos de um sorriso
Corre o vinho do teu corpo
Nos regatos do luar
Que hão-de vir desaguar
Mansamente nos meus braços
Bebo o vinho do teu corpo
Bebo até morrer de sede
Bebo o vinho do teu corpo
Bebo até morrer de sede
Bebo o vinho do teu corpo
Devagar e quase a medo
Na surpresa dos segredos
Copos cheios de prazer
Bebo o vinho do teu corpo
Bebo até morrer de sede
Bebo o vinho do teu corpo
Bebo até morrer de sede
Gota a gota beijo a beijo
Neruda
Obrigado ao Toxico, que por acaso é da minha terra natal, e que fez o que ninguém ainda tinha feito – transcrever a letra desta música e partilhá-la com o mundo no seu blog - http://naoassesmaiscarapausfritos.blogspot.com/
Parabéns aos Neruda, que têm aqui um grande êxito e que augura um futuro fantástico. Parabéns a eles, continuem e a todos os que gostaram como eu, comprem o CD. Visitem também o myspace da banda onde têm outras boas músicas como ”As queixas que a natureza nos faz” - http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=446661481
Mário L. Soares
Natal é época de coisas boas,
De estar com a família e gostar
Comer doces e engordar,
É estar em harmonia com as pessoas.
Beijar uma criança e sorrir,
Dar presentes e beber vinho,
Estar no quente, sem querer partir,
Com o pinheiro e azevinho.
Há quem não tenha tanta sorte,
Quem não tenha família…
Quem prefira a morte…
Há também quem não tenha tecto.
Aos que nada têm e estão aflitos,
Vai a minha simpatia e este soneto.
Mário L. Soares
São Martinho soldado do império,
Que atravessas os Alpes na intempérie
Para regressares à tua morada,
Voltas à tua casa ansiada.
Num abraço solidário, de alma santificada,
Cortas com a tua espada, a encarnada,
A rubra capa que te cobre,
Para com meia agasalhar o que te sai ao caminho - o pobre.
Quando tal acontece, tens mesmo ali,
Um milagre de Deus, que é para ti…
O teu Verão aparece e premeia,
A tua acção homenageia.
Outros soldados p’la guerra pereceram,
Séculos depois, por todo lado morreram,
E outros ainda, ficaram magoados,
Com membros e corpos estropiados.
Todos os dias morrem ainda, com ou sem razão,
Deixando para trás, famílias sem pão,
Ou então, bem pior que a morte,
Deus não dá melhor sorte.
A todos esses, que passados ou presentes,
Estão em nossa memória, tal como os seus parentes,
Deixamos a papoila a esvoaçar,
Pois para sempre a Flandres faremos recordar.
Beberemos o vinho, comeremos a castanha,
Brindamos a São Martinho e sua façanha,
Lembraremos os mortos na guerra,
Plantaremos no peito, a papoila da terra.
Mário L. Soares
Malfadado vinho que me toldas a mente!
Álcool que embriagas a alma
E tudo à volta desaparece de repente,
Sem que nada perca a sua calma.
Cálice que não te afastas de mim
Serpente que a minha maçã mordes!
Quem te trouxe até aqui?
Porque não me largas e me cobres?
Tenho esperança que saias da minha vida…
Peço-te, deixa-me, por favor, viver…
Pagarei eu para sempre esta dívida?
Livra-me deste tormento, estou a sofrer!
Entrego-me, farei o que queres, pronto,
Não te dou a minha alma, mas dá-me a vida de volta.
Paremos agora o nosso confronto…
Desejo-o tanto, sinto agora que se solta…
Mas… que queres tu?
Mário L. Soares
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