As palavras que te dirijo
não são expressão dos meus sentimentos,
nem sequer do que penso ou idealizo.
São mecanizações do Costume, do Hábito, repetições.
Repito o que outrora sentira,
o que mais tarde julgara que sentia
e hoje sei que está vazia,
a expressão dos meus sentimentos.
São a forma e o som
desprovidos de conteúdos e melodia.
São só palavras, palavras apenas
e parecem-se mal quando não são proferidas.
Intrigado com o caso,
mandei analisar a questão.
Onde está o significado do significante que pronuncio?
O caixote está vazio,
não me contento apenas com o cartão.
Encontrei o significado
no dia em que te perdi.
Tinhas tranças longas, eras tão linda,
tal como no dia em que te conheci.
Enrolo e lambo o papel deste cigarro
expiro o fumo com uma técnica maquinal.
Por vezes, terei esquecido como é bom fumar,
fumar por prazer!
Talvez tenha também esquecido o significado de te Amar,
mas sem nunca ter deixado de o fazer.
Vicente Roskopt
http://osedutorfarsolas.blogspot.com/
Façamos o seguinte:
Desfaçamos a cama
e disfarcemo-nos do que não somos.
Construamos um enredo,
sejamos tudo aquilo que nunca fomos.
A congeminar esta trama
coloquemos vendas de bandido.
Sem saber se nos assentam,
interessa-me apenas a emoção
nos momentos em que estou contigo.
Construamos um mundo de ilusão
elaborado num planeta de fantasia.
Tu és Alice e eu um pirata bem mauzão,
fantasiemos, porque não,
até a noite se tornar dia.
Vicente Roskopt
in http://osedutorfarsolas.blogspot.com/
Dar-te-ia o meu coração
no momento em que te vi.
Mas deixá-lo-ias cair ao chão,
no escuro piso de alcatrão,
tal é o peso do meu amor por ti.
É para evitar essa maçada
que te entrego antes este beijo.
É mais leve e não dói nada!
E prometo que quando fores beijada
será com todo o meu desejo.
Pelo sim, pelo não,
vem ai um camião,
vamos é fugir da estrada,
antes que a gente morra atropelada
e fica o beijo para outro dia.
Vicente Roskopt
in http://osedutorfarsolas.blogspot.com
O calor, o amor e as amoras.
O suor que nos cola as camisolas.
Em redor, o fragor de uma ribeira.
Por brincadeira,
colho-t'um beijo!
Junto aos ramos d'uma amoreira.
Ruborizam-se as faces
nem sei bem de que maneira!
Será do calor que se sente?
Ou pelo facto de um adolescente
ser inexperiente na matéria?
Por reflexo mergulhámos
os dois juntos na água fria.
Sem jeito, mal disfarçámos
a atracção que se sentia!
O teu corpo que se revela
na transparência da camisola
És tão bela, mulher formada!
Fizemos amor dentro de água.
A primeira vez! Numa ribeira!
Vicente Roskopt
Será que é a morte que chama por mim?
Será que caí em sorte e me enterram na lama?
Por que nada ouço?
Por que não te ouço?
Sinto-me fraco,
sinto-me outro,
noutra condição que não a humana.
Ainda me recordo de ti...
Talvez tu, também, de mim!
Mas já é tarde... e escurece.
Fecham-se-m'os olhos
cobertos pela lama.
Acordo.
Imagem fraca e diluída.
Senti-me só.
Senti tanta agonia.
Não te senti, meu amor.
Senti que havia chegado a minha hora.
Procuro-te na cama:
"Como senti a tua falta!"
Chego-me junto a ti
e abraço-te tal como no primeiro dia.
Vicente Roskopt
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Ai mulher! Aborreces-me!
E aborreces-me tanto, que quando digo que me aborreces,
Os meus ‘R’ e os meus ‘S’
multiplicam-se com tantas ganas,
Que mais se assemelham a um onomatopaico
ronco de motorizada;
De arrasto, aos solavancos, pela nobre estrada secundária.
Ai mulher, como me enervas tu mais às 50 de cilindrada!
A ignição de tal sentimento é a tua manifestação:
‘Já chegastes?! Não me gostas! Não t’acheguas! Tu ressonas! ‘,
(Jesus Cristo, Nosso Senhor, que paciência!
Por favor, Ponham fim a mais esta provação!)
Rodas a chave e como por magia, pego logo à primeira, dá-se logo a explosão!
Presenteias-me, és tão querida, com a tua douta sabedoria!
Cativante que tu és, dor de dentes que me arrelia.
És delicada, és uma rosa, sinto orgulho pela tua prosa,
Tão oportuna, como eu lamento! És óbito em dia de casamento.
Consideramos as flores bonitas, provavelmente, porque não falam!
És tão bela, se ao menos Deus te tivesse feito muda.
Vicente Roskopt
Caro amigo,
Simplesmente brilhante. O teu estilo é único.
Aos visitantes – vejam mais deste meu amigo poeta (ou poeta meu amigo – ou amigo) em http://osedutorfarsolas.blogspot.com/ .
Mário L. Soares
Os dias sem beijinhos são uma seca!
São tão maus de passar!
É uma coisa que me inquieta...
São dias que se alongam e que teimam em perdurar!
Dias com beijinhos indesejados são piores
e não deixam de acontecer.
Eu que sou alérgico a flores,
se o torno também com beijos, um dia acabo por morrer!
Ai... há beijinhos tão bons...
Ai... há raparigas tão giras...
Mas são um escândalo esses sons,
quando eu te beijo e tu suspiras!
Vicente Roskopt
(desconheço o autor da foto-montagem)
Os teus seios
têm cheiros
e aromas verdadeiros
de um falso dia de Verão.
É libido
que t'encharca o vestido,
e ao fazeres amor comigo
seca-t'a boca e acelera-t'o coração.
Dás-me um abraço,
escorre-nos suor pel'abaixo...
Talvez ignores, mas eu acho...
Que isto não é apenas atracção!
Vicente Roskopt
http://osedutorfarsolas.blogspot.com/
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