Revoltam-se as entranhas
do meu mais podre ser!
Ranjo os dentes de aversão de tudo!
Quero que os céus se encerrem
e caia sobre as nossas cabeças o universo!
Estou à beira do grito.
Que asco!
Quero que o cosmos exploda!
Que se lixe o Freeport
e a Casa Pia, a inflação e a deflação!
Que se deleitem o Soares Franco
e o Dias da Cunha!
Que ecluda a Manuela Moura Guedes
e o José Eduardo Moniz!
Que se amem loucamente o Socrates,
a Manuela Ferreira Leite e o Paulo Portas,
todos juntos em real e nojenta orgia!
Estou-me realmente nas tintas para o Benfica,
o Porto, o Sporting, o Ronaldo e o Estrela da Amadora!
Quero que o Aníbal Cavaco Silva vá nutrir-se de bolo-rei
fora de prazo, repleto de formigas,
para a entrada do centro dos Anjos.
Quero que o Ricardo Espírito Santo e os Champalimaud vão comer
onde quiserem – porque podem – e tenham uma dor de barriga.
Desapareçam! Desapareça Sr. Guarda!
E que todos os vampiros de hoje vão sugar
o sangue das suas mãezinhas que os aleitaram.
Que as grandes meretrizes que estão por traz
de todos os grandes homens e imensas mulheres,
apodreçam, em nauseabundo cheiro,
em secas poças de sémen de cavalo!
E que todos os que cuidam que me passei
dos carretos, enlouqueçam eles próprios!
Que morra a falsidade e a mentira!
Que se reduzam à sua insignificância
os cobardes medrosos e merdosos!
Ufa. Pronto já está…
Mário L. Soares
No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés veludo
Chupar o sangue fresco da manada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]
A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]
São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhe franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada
Zeca Afonso
(foto "Os Vampiros" de Eduardo, com alusão ao poema / música do autor. Mais fotos do autor em www.olhares.com/aduido )
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