Ó sol que miras p’lo céu!
Vens e banhas o ventre
Tocas o meu pelo véu
Molhas, seco e quente.
Azuis sorrisos tu brilhas
Esperança, de ti, existência
E as estrelas, tuas filhas,
Choram à noite, vivência.
Milhas de longe e de luz
Abraças a terra fecunda
Beijas o mar que seduz
Semente pátria profunda
Alento dás tempo à hora
Montanhas, campos de sal
Eriges estruturas de flora
Invocas o Deus contra o mal
Mário L. Soares
Não suportarei o retiro
Virarei terras que me envolvem
Na cabeça ficará um tiro
Comerei vermes que me sorvem.
Podre o húmus que me torno
Chove rubras gotas em molhos
Frio o gelo deste forno
Raízes de mastros pelos olhos
Cheiro fétido putrefacto
Fechado em volta de uma arca
Saboreio sem língua o mato
Claustro refúgio que quero
Fuga da história que fica
Morte anunciada que espero
Mário L. Soares
Tardes da minha terra, doce encanto,
Tardes duma pureza de açucenas,
Tardes de sonho, as tardes de novenas,
Tardes de Portugal, as tardes d’Anto,
Como eu vos quero e amo! Tanto! Tanto!...
Horas benditas, leves como penas,
Horas de fumo e cinza, horas serenas,
Minhas horas de dor em que eu sou santo!
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...
E a minha boca tem uns beijos mudos...
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...
Florbela Espanca
Não cortem o cordão que liga o corpo à criança do sonho,
o cordão astral à criança aldebarã, não cortem
o sangue, o ouro. A raiz da floração
coalhada com o laço
no centro das madeiras
negras. A criança do retrato
revelada lenta às luzes de quando
se dorme. Como já pensa, como tem unhas de mármore.
Não talhem a placenta por onde o fôlego
do mundo lhe ascende à cabeça.
Linhas cristalográficas atravessando os cornos.
A veia que a liga à morte.
Não lhe arranquem o bloco de água abraçada aonde chega
braço a braço. Sufoca.
Mas não desatem o abraço louco.
A terra move-a quando se move.
Não limpem o sal na boca. Esse objecto asteróide,
não o removam.
A árvore de alabastro que as ribeiras
frisam, deixem-na rasgar-se:
- Das entranhas, entre duas crianças, a que era viva
e a criança do sopro, suba
tanta opulência. O trabalho confuso:
que seja brilhante a púrpura.
Fieiras de enxofre, ramais de quartzo, flúor agreste nas bolsas
pulmonares. Deixem que se espalhem as redes
da respiração desde o caos materno ao sonho da criança
exacerbada,
única.
Herberto Hélder
O Dia Internacional da Terra e do Património Geológico, foi instituído pelo senador americano Gaylord Nelson, (país que não assinou o acordo de Kioto e que contribui em muito para o degradar da Natureza mundial), no dia 22 de Abril de 1970.
Todos devemos contribuir para melhorar a nossa casa. É nela que vivemos e temos a responsabilidade e dever de a preservar. Devemos Reduzir, Reciclar e Reutilizar.
Contribua:
Não polua;
Tenha o cuidado de não utilizar produtos poluentes;
Beba água e café em copos ou chávenas reutilizáveis;
Reutilize os sacos plásticos do supermercado, ou de preferência, leve um saco ou cesto de casa quando for às compras;
Faça reciclagem;
Use pilhas recarregáveis – até poupa dinheiro;
Imprima documentos somente se necessário – visualize-os no ecrã sempre que possível;
Quando imprimir imprima nos 2 lados da página (se puder);
Se tem jardim, programe a rega para bem cedo, à noite ou ao cair da noite para evaporar menos água (não imagina o que vai poupar em água);
Utilize lâmpadas economizadoras (economizar diz tudo);
Dê as suas roupas velhas e brinquedos (para além de ajudar alguém está a preservar o ambiente);
Desligue as luzes e aparelhos eléctricos quando não os está a utilizar;
Ponha o lixo no lixo e não no chão.
Fale com os outros (habitantes do planeta) se os vir a transgredir – estão a sujar-lhe a casa!
Mário L. Soares
Passavam pelo ar aves repentinas,
O cheiro da terra era fundo e amargo,
E ao longe as cavalgadas do mar largo
Sacudiam na areia as suas crinas.
Era o céu azul, o campo verde, a terra escura,
Era a carne das árvores elástica e dura,
Eram as gotas de sangue da resina
E as folhas em que a luz se descombina.
Eram os caminhos num ir lento,
Eram as mãos profundas do vento
Era o livre e luminoso chamamento
Da asa dos espaços fugitiva.
Eram os pinheirais onde o céu poisa,
Era o peso e era a cor de cada coisa,
A sua quietude, secretamente viva,
E a sua exalação afirmativa.
Era a verdade e a força do mar largo,
Cuja voz, quando se quebra, sobe,
Era o regresso sem fim e a claridade
Das praias onde a direito o vento corre.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Nove cavaleiros cavalgaram em passo decidido,
Os nove encontraram o medo perdido,
Agarraram a vida e o conhecimento vivido,
Pela humanidade perdida no mundo esquecido.
Imponentes e firmes peregrinos guardaram,
Outros companheiros, mestres tornaram,
Para a Sua gloria e amor glorificaram,
E hoje ainda, os há, quem sabe ficaram?
Fortes e ricos eram em vida, o querer,
Na mão tinham, terras, reinos e poder,
Nada tinham no fundo, era apenas o ser,
Riqueza de dentro, amor e prazer.
Na morte, p’la cruz, a rosa e a vida,
O sangue derrama na terra pérfida,
Além ascendem com a alma aquecida,
O amor pelo próximo, sempre em cada investida.
Com espada de fogo combatem o mal,
Rodopiam pelo ar que provoca a espiral,
De branco tingidos de água e cal,
A terra de sangue em cruz por igual.
Mário L. Soares
Sitios interessantes (ou não)
CDS - Centro Democrático Social
Não asses mais carapaus fritos
PCP - Partido Comunista Português
PSD - Partido Social Democrata
Vida de um Português - grande brother!
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