Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
Sophia de Mello Breyner Andresen
A hora da partida soa quando
escurece o jardim e o vento passa,
estala o chão e as portas batem, quando
a noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas
como se tudo nelas germinasse.
Soa quando no fundo dos espelhos
me é estranha e longínqua a minha face
e de mim se desprende a minha vida.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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