O sexo é sagrado,
como salgadas são as gotas de suor
que brotam dos meus poros
e encharcam nossas peles.
A noite é meu templo
onde me torno uma deusa enlouquecida
sentindo teus pelos sobre a minha pele.
Neste instante já não sou nada,
somente corpo,
boca,
pele,
pêlos,
línguas,
bocas.
E a vida brota da semente,
dos poucos segundos de êxtase.
Tuas mãos como um brinquedo
passeiam pelo meu corpo.
Não revelam segredos
desvendam apenas o pudor do mundo,
descobrem a febre dos animais.
Então nos tornamos um
ao mesmo tempo em que
a escuridão explode em festa.
A noite amanhece sem versos,
com a música do seu hálito ofegante.
O sol brota de dentro de mim.
Breves segundos.
Por alguns instantes dispo-me do sofrimento.
Eu fui feliz.
Cláudia Marczak
Lês-me por dentro e por fora,
como tu lês um conto.
Abro o meu cofre e confio
os meus ricos segredos
ao teu ouvido que com
coração guardo no peito.
Falas das coisas que tens em ti minhas
e abraças as coisas que ficam em mim tuas.
Contas-me as minhas histórias
de quando eu era menino
e não te conhecia.
Sabes-me por dentro.
Livro aberto ao mundo – sou.
O mundo que és tu. Que me lês.
Que me vês e sabes…
Mário L. Soares
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