Porquê, me pergunto
das questões da vida existenciais.
A razão de ser de coisas banais,
volto e como mais um bocado de presunto…
Indago as causas.
Perscruto no mundo a origem e o caminho,
e bebo com gosto um trago de vinho.
Continuo em frente, agora sem pausas.
Interrogo e tento saber o que é,
sem sentido nenhum,
sem final algum.
O melhor, agora, é beber um café…
Mário L. Soares
Pobre vida a minha que não existe!
Existe, sim, vida para além da vista!
Estou menos mal, para outros diz-se…
Não quero mais que o voo de um trapezista…
Para que estou cá, nesta montanha?
Qual é o propósito da minha vinda?
Pôr a mão no mundo, que façanha?
Questão que em mim persiste ainda…
A mão quer alcançar o invisível…
Quer ir além da Taprobana num instante…
Agarrar o sentimento sempre possível…
Perceber aquele nosso olhar errante…
Estou aqui, para a mim me entender.
Vou, para o mundo amar e esquecer.
Mário L. Soares
(foto do espectáculo "História do Brasil segundo Ernesto Varela")
O que somos? Para onde vamos? Porque existimos?
Nunca ninguém se perguntou isto? Especialmente – Porque existimos? Qual a razão de ser de estar aqui? Em frente a este computador ou de acordar amanhã, ir dormir hoje, fazer sexo ou ir comer comida japonesa?
É o existir que aqui se questiona. Fala-se de objectivos pessoais. De lenda pessoal (li num autor brasileiro que muito admiro – Paulo Coelho). Fala-se na perpetuação da espécie (cientificamente falando). Fala-se da felicidade, a nossa e a dos que nos rodeiam. Fala-se da natureza como a mãe de todas as coisas e sistema complexo e funcional a preservar e ser esse o nosso objectivo como seres racionais (dizem os ambientalistas). Fala-se do inferno e do paraíso ou céu, de Deus e do diabo, de todas as formas religiosas de adoração a divindades (leia-se seres sobre-humanos) monoteístas ou politeístas – e cada uma das ditas terá a sua razão de ser e propósito de vida.
É difícil objectivar a resposta a estas questões quando existem tantas pontas soltas e tantos pontos por onde começar e que no fundo não há certezas de nada e outras tantas certezas de absolutamente tudo certamente.
Pode-se quanto muito tentar dizer o que nos vai na alma (ui… expressão puramente retórica) e divagar sobre a nossa própria opinião sobre estas coisas e sobre o que pensamos sobre elas. Tendo consciência de que ao o fazermos estamos a ser influenciados pelas nossas vivências, educação, país onde vivemos e/ou nascemos, nível escolar e cultural e até mesmo o próprio quociente de inteligência do opinante. Com tudo isto, apenas quero dizer que esta é a minha resposta a esta questão.
Pois, nós, seres humanos, somos formados por matéria orgânica, que se decompõe e a pó se reduz, e que é uma máquina perfeita com mecanismos complexos de difícil estudo e manutenção. Mas de uma beleza impressionante. Mas isto, claro, tal como toda a natureza e a relação inter-espécies que por si só revela um mecanismo de sintonia absolutamente espantoso. Fantástico é verificarmos e descobrirmos a proporção áurea ou o número de ouro (Phi = 1,618) e verificar que existe uma relação matemática que reina sobre todas as coisas. Nesta análise metafísica podemos ver coisas que nos impelem sem dúvida para o divino, o sobre humano e o transcendental. Os casos mais evidentes (para além do nosso próprio corpo) são a espiral dos girassóis, as ondas do mar ou um caracol.
Mesmo o ser humano (impelido sabe-se lá pelo quê) na sua história utilizou e utiliza o Phi, desde os capitéis, ao Parthenon, passando pelas pirâmides do Egipto ou a proporção entre largura e comprimento dos cartões de crédito…
(dividir 1 por 3 = 1,618)
“Quando examinamos profundamente o padrão de uma flor, uma concha ou o balanço de um pêndulo, descobrimos aí a perfeição, uma ordenação incrível, que desperta em nós o maravilhoso que experimentávamos quando crianças. Algo infinitamente maior do que nós se revela e percebemos que o ilimitado emerge dos limites, dos padrões bem definidos”, diz György Doczi (arquitecto húngaro) no livro O Poder dos Limites (ed. Mercuryo).
Sem querer provar a existência de um ser superior que define a ordem das coisas (ou definiu para o outros), é certo que há ou houve ordem no universo por nós conhecido, particularmente na natureza. Ordem que se discorda da origem, o que por si só merece análise independente.
Sabemos então que não funcionamos no caos ou desordem e que pode (ou não) existir algo superior e extra-humano que criou essa ordem. Será então que, sendo essa ordem permanente, geral e contínua, tanto no tempo como no espaço, não estará também já delineado o nosso futuro? – Há quem lhe chame destino, ou fatum.
Nesse caso, olhando as coisas neste prisma, é simples, todos temos o nosso destino e papel numa engrenagem, bem montada ou auto montada / gerida. Não havendo possibilidade de alteração, já que, a “ordem” assim o designa. E que esta ordem é comandada por uma omnipotente força que prevalece sobre nós. Estamos escritos, como se de um livro fossemos personagens.
Demasiado simples…
A continuidade da espécie, faz sentido, em última análise pois como animais que somos, temos necessidades que no geral convergem para a perpetuação da espécie e apuramento da mesma, tal como o fazem os animais ao escolher o(a) melhor parceiro(a) para garantir os melhores genes à sua descendência. O que é que os impele?
As baleias que vão anualmente acasalar ao mesmo local, os salmões que sobem o rio para acasalar e morrer, as tartarugas que vão para o mar quando nascem e voltam para aquela mesma praia para repetir o que os seus progenitores fizeram. Tudo isto sem guião, texto, ensinamento ou curso de formação.
Seremos como os animais? Estamos aqui para procriar e perpetuarmos a nossa existência dessa forma?
A lenda pessoal (segundo Paulo Coelho, e na minha interpretação) é o que cada um tem por seu objectivo de vida. É aquilo que cada um deseja no inicio da sua juventude, e quando sentimos que tudo é possível. Nada nos pode parar. É aquela sensação de querer conquistar o mundo (o nosso mundo) convertida em força para realizar o que se sonha.
Temos sem dúvida um sentido na nossa vida. Estamos cá com uma intenção, um propósito. Temos (cada um de nós) de descobrir qual é o nosso propósito. Pode, por exemplo, ser, dizer uma palavra a outra pessoa despreocupadamente numa tarde de Domingo num café. E que essa palavra conspire nessa pessoa para a lenda dessa pessoa, e que todo o encadeamento de lendas pessoais forme um quadro lindíssimo. O que precisamos é de uma grande angular para poder observar, perceber e apreciar esse quadro.
Precisamos também de um microscópio para podermos ver a nossa parte, o nosso pequeno mundo e razão de existir. E sabermos que parte temos nós na engrenagem. Para isso temos que conhecer-nos bem. Saber quem somos e o que valemos (mesmo parecendo inúteis). Depois de nos conhecermos saberemos o que fazer. Tudo girará aparentemente à nossa volta para que o consigamos realizar. A partir daí tudo se torna mais claro no mundo e as cores farão outro sentido.
O mundo terá outra maneira de nos olhar e nós a ele. A calma chegará aos nossos corações e seremos serenos. Sabemos o que queremos e quem somos, cada um por si só e todos no geral. Sabendo-o teremos e sentiremos o poder. O nosso poder.
A seguir é fácil… é só juntar os ingredientes e esperar 20 minutos. A lenda pessoal ficará pronta e teremos a vida toda para a realizar. Nunca nos neguemos a ela e ela não se negará a nós.
Querendo, podemos tudo – tudo mesmo – nada é impossível.
Mário L. Soares
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