Seduzes-me mulher!
Porque me tentas?
Fazes, como quem não quer…
E com todas as falas lentas...
Lanças um olhar de soslaio,
como quem brinca, sorris,
das armadilhas onde eu caio,
e levantas, altiva, o nariz…
Suaves palavras de seda,
sobe o teu sobrolho nobre,
e com a mão amparas a queda…
Sorrio, como eu sou tão minimal,
assim, frágil e pequeno.
E tu, em promontório colossal…
Mário L. Soares
O crescendo continuo… o infiltrar e embeber da música pelo corpo e sentir… o infinito inalcançável… constante ‘suspense’… constante repetição… crescendo…
O querer mais além… a simplicidade do amor… a sensualidade no aumento do vigor… aumenta o volume… o tamanho, a sensação… o toque… o sentir…
A masculinidade e a feminilidade repetindo-se em movimentos pélvicos… belos e cheios de sedução…
O suor e o prazer em aromas fortes… a força e o controlo… a luta continua pelo fim… o prazer…
Depois… depois o cume… o alto pico, clímax, qual orgasmo explosivo que extasia todos os sentidos…
A beleza da dança para ornamentar uma peça de 1928 que foi imortalizada mais tarde também no cinema com a famosa Bo Derek (quem a esqueceu?). Foi composta por Ravel para a dança de um homem ou de uma mulher, e é esta (para mim) a sua melhor interpretação.
Porque a dança também é palavra expressada com o corpo - e diz-nos tanto…
Gozem (não encontro melhor palavra) o Bolero de Ravel.
Mário L. Soares
As tuas curvas abraçam-me o peito
e fazem emergir desejos
que anseiam de ti o teu jeito
e exigem dos lábios os beijos
E quando o carinho vem suave
e encontra no corpo o teu quente
eu procuro no fundo a tua cave
húmida, bela, minha, para sempre.
Quero ter-te. Vou e volto no teu ser…
Estou contigo neste amor
unido no profundo querer.
São as curvas num belo casamento.
Que sonho este que me enternece
e embala lado a lado o pensamento.
Mário L. Soares
Ai mulher! Aborreces-me!
E aborreces-me tanto, que quando digo que me aborreces,
Os meus ‘R’ e os meus ‘S’
multiplicam-se com tantas ganas,
Que mais se assemelham a um onomatopaico
ronco de motorizada;
De arrasto, aos solavancos, pela nobre estrada secundária.
Ai mulher, como me enervas tu mais às 50 de cilindrada!
A ignição de tal sentimento é a tua manifestação:
‘Já chegastes?! Não me gostas! Não t’acheguas! Tu ressonas! ‘,
(Jesus Cristo, Nosso Senhor, que paciência!
Por favor, Ponham fim a mais esta provação!)
Rodas a chave e como por magia, pego logo à primeira, dá-se logo a explosão!
Presenteias-me, és tão querida, com a tua douta sabedoria!
Cativante que tu és, dor de dentes que me arrelia.
És delicada, és uma rosa, sinto orgulho pela tua prosa,
Tão oportuna, como eu lamento! És óbito em dia de casamento.
Consideramos as flores bonitas, provavelmente, porque não falam!
És tão bela, se ao menos Deus te tivesse feito muda.
Vicente Roskopt
Caro amigo,
Simplesmente brilhante. O teu estilo é único.
Aos visitantes – vejam mais deste meu amigo poeta (ou poeta meu amigo – ou amigo) em http://osedutorfarsolas.blogspot.com/ .
Mário L. Soares
(foto de Katia Chausheva)
Encontrei muita vez, vagando ao acaso,
Um perfil de mulher no qual se adivinha
Como em exílio uma infeliz Rainha,
Um sol nascente e quase já no ocaso! ...
Lembrou me um jaspe, um delicado vaso.
Onde vegeta a custo uma florinha.
Ansiosa por florir, mas que, mesquinha,
Tem o espaço estreito e o chão árido e raso.
Certa tarde, já quase ao fim do dia.
Baixava o sol na última agonia.
Via lenta vagando em certa praça.
Perguntei-lhe o seu nome, incivilmente...
Cravou-me um triste olhar, e tristemente.
Digna, mui digna, respondeu: Desgraça.
Gomes Leal
(Isabelle Adjani)
Mulher que te beijo de novo,
tens a voz de um pássaro tropical,
sorris quando me movo,
És linda, bela e natural.
Toco-te a mão e retrais-te…
Aproximo-me e falo-te,
respondes e vais-te…
Dizes, não falas, calo-te.
Altiva, sabes ser,
presente para o homem.
Entendes o meu querer.
Levanto-te o véu.
Aos teus olhos doces de sol,
dou o dia, dou o céu.
Mário L. Soares
(foto retirada da internet - desconheço o autor)
Quem és tu, nua mulher?
Vagueias pelo meu quarto,
Saltitas pelo meu corpo,
Lambes as minhas pernas…
Quem és? Deverei a ti temer?
Muito leve vais a passo,
De um lado para o outro,
Sorris pelas persianas…
Quem és mulher, que me fazes tremer?
No falo tocas com desembaraço,
E voas p’lo corpo em alvoroço,
Agarras pelo beiço e me tomas…
Quem é que me toca o ser?
Que o meu peito tem caço,
E me leva embora do porto,
Sem saber se a mim me amas…
Não sei onde estás…
Mário L. Soares
("Lábios" de Sara Amaral - mais fotos da autora em www.olhares.com/Domaris )
Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.
No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.
Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.
Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.
Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.
Eugénio de Andrade
Oh Mulher, tu que me desatinas,
Este é o teu dia e a ti eu rogo,
Não quero ter-te de posse
Minha, e nem de ti quero mais
Que atenção.
Meu querido ser de formas
Arredondadas e de pele lisa,
Adoro o teu sorriso e o teu
Ser. Confundes, no entanto
As minhas ideias, com o teu
Querer. Não sei que te diga
Por vezes, sei apenas que
Gosto, por vezes… não,
Não gosto, ou por vezes, não sei
Nem se gosto, nem sei se sei,
Apenas me confundes.
Eu o teu dia e eu gosto,
Gosto de ti e do teu ser.
Mário L. Soares
Sitios interessantes (ou não)
CDS - Centro Democrático Social
Não asses mais carapaus fritos
PCP - Partido Comunista Português
PSD - Partido Social Democrata
Vida de um Português - grande brother!
Universidade
Motores de Busca
Dicionários e Enciclopédias