Tu serás o princípio
e o meu fim
Pegando mar de amor
a chama alta
Vulcão em desacerto
e fogo posto
Tão grande que ele é
e já me mata
Maria Teresa Horta
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda.
Maria Teresa Horta
Se é por mim que traço
o teu retrato,
a sobrancelha, a boca
o pensamento
É por ti, também
que já o guardo
e o demoro naquilo que eu
invento
A mão descida ali
o ombro inclinado
Os dedos descuidados
o gesto de que me lembro
Se é por mim que faço
o teu retrato
dizendo de ti mais do que
entendo
É por ti que o testemunho
e faço:
o nariz, a face dissimulando os dentes
Deixo para o fim os lábios
os olhos deste mar
com a cor do luar
a meio de Agosto
Se desvendo de ti o sol-posto
é porque vejo o coração
amar
e nada mais me dá tamanho gosto
Maria Teresa Horta
O cheiro
O sabor
da tua boca
A baunilha
a camélia desfolhada
A saliva a saber
a leite morno
Escutando o rumor
das tuas asas
Maria Teresa Horta
És a minha foz
de lava e lume
Eu sou o rio
de águas separadas
Tu és a seta
de vício e de veneno
Eu sou a voz
onde invento o nada
Tu és o meu lavor
eu sou a bordadeira
És o meu anjo
de asas decepadas
Eu sou a distância
tu és a colmeia
Tu és o silêncio
e eu sou a tua espada
Maria Teresa Horta
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