Que satisfação me darias um ovo estrelado fazer…
Com uma torrada a acompanhar,
um sumo de laranja num copo transparente,
e depois um beijo de bom dia…
Sei lá eu o que faria,
se tivesse tal e fosse assim realmente,
e pudesse dar-te o meu amar,
e que te tivesse com o teu querer.
Não seria almoço com certeza,
nem sequer um bom jantar,
comeríamos salsichas e fritas,
feijão e o que apetecesse comer…
Um abraço pelo meio,
e mais um “pára, que me excitas”…
Era carinho que te queria dar…
Um pequeno almoço à inglesa…
Mário L. Soares
Tocas-te suavemente no quente dos lençóis, e o suor inunda o quarto. As janelas embaciadas apenas deixam entrar a luz do nascer do dia por entre as pequenas aberturas das persianas por onde entram também os olhares de um ou outro passeante que por ali tenha a sorte de andar.
O cheiro eleva-se no ar e mistura-se com o da torrada queimada que fizeste há pouco e com a barra de incenso de ontem já apagada no apoio, murcha e sem vida.
Um bafo de gata assanhada meio abafado faz-se ouvir seguido de duas ou três inspirações rápidas pelo meio dos dentes e interrompidas por espasmos…
Mais um pouco de movimento e mais um gemido.
Viras-te para cima e olhas o céu que está para lá do telhado da casa junto dos teus pensamentos mais fantasiosos. A mão esquerda toda o peito, esfregando os mamilos como se de limpeza precisassem e estes respondem apontando o infinito. A direita lá em baixo, peganhenta e molhada, atolando-se nos folhos do teu íntimo. Fechas os olhos outra vez e viras a cara para o lado direito, com o queixo na clavícula e a boca entreaberta que baba saliva para o ombro, sequiosa por abocanhar os fantasmas que a mente produz em catadupa só para este momento.
Descobres o corpo lançando o lençol com os pés a um mar no chão que banha a areia da tua cama e te refresca com uma lufada de ar fresco…
Esticas a perna esquerda. A direita, dobrada, apoia e abres-te ao mundo o mais possível.
Esticas o dedo grande do pé direito em direcção ao fundo da cama formando uma linha recta com o pé e a canela como se em pontas dançasses. O outro pé pelo contrário, está flectido e os dedos para trás, abertos, como as tuas duas pernas que arqueiam agora e elevam as nádegas ao tecto… onde tu já estás… perdida, leve e flutuante, em prazer… um grito abafado de quente…
Inspiras rápido, expiras fundo e forte. Contrais os músculos do abdómen e das nádegas, e prendes a respiração… mexes rápido os dedos em todas as direcções como um DJ num disco, abanas e gritas três vezes em impulsos para cima e para baixo como se empurrasses o tecto com as ancas…
Respiras e relaxas…
Será que os vizinhos te ouviram? - Que vergonha…
É manhã e vais tomar banho.
Mário L. Soares
(Madeira - Janeiro de 2009)
Procuro a vida
que sei que tenho,
a mulher que sei que é a minha,
o filho que amo,
o emprego que quero,
o sol que me doura,
a chuva que molha.
Procuro o pássaro
que voa sobre mim,
o brilho de orvalho na manhã,
a penumbra de um fim de tarde,
o calor de uma noite fria,
um refresco no calor de um Verão,
um beijo colorido pelo almoço.
Procuro e não encontro,
Está lá e não está…
Quero o que quero quando quero,
não amanhã, depois de amanhã, depois, depois…
Já não quero. Depois não. Não quero.
Não procuro…
Mário L. Soares
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