Domingo, 17 de Janeiro de 2010

Espalhem a notícia

 

 

Espalhem a notícia

do mistério da delícia

desse ventre

Espalhem a notícia

do que é quente e se parece

com o que é firme e com o que é vago

esse ventre que eu afago

que eu bebia de um só trago

se pudesse

 

Divulguem o encanto

o ventre de que canto

que hoje toco

a pele onde à tardinha desemboco

tão cansado

esse ventre vagabundo

que foi rente e foi fecundo

que eu bebia até ao fundo

saciado

 

Eu fui ao fim do mundo

eu vou ao fundo de mim

vou ao fundo do mar

vou ao fundo do mar

no corpo de uma mulher

vou ao fundo do mar

no corpo de uma mulher

bonita…

 

A terra tremeu ontem

não mais do que anteontem

pressenti-o

O ventre de que falo como um rio

transbordou

e o tremor que anunciava

era fogo e era lava

era a terra que abalava

no que sou

 

Depois de entre os escombros

ergueram-se dois ombros

num murmúrio

e o sol, como é costume, foi um augúrio

de bonança

sãos e salvos, felizmente

e como o riso vem ao ventre

assim veio de repente

uma criança

 

Eu fui ao fim do mundo

eu vou ao fundo de mim

vou ao fundo do mar

vou ao fundo do mar

no corpo de uma mulher

vou ao fundo do mar

no corpo de uma mulher

bonita…

 

Falei-vos desse ventre

quem quiser que acrescente

da sua lavra

que a bom entendedor meia palavra

basta, é só

adivinhar o que há mais

os segredos dos locais

que no fundo são iguais

em todos nós

 

Eu fui ao fim do mundo

eu vou ao fundo do mim

vou ao fundo do mar

vou ao fundo do mar

no corpo de uma mulher

vou ao fundo do mar

no corpo de uma mulher

bonita…

 

Sérgio Godinho

 

publicado por Lagash às 16:27
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Terça-feira, 1 de Dezembro de 2009

Às vezes o amor

 

 

Que hei-de eu fazer

Eu tão nova e desamparada

Quando o amor

Me entra de repente

P’la porta da frente

E fica a porta escancarada

 

Vou-te dizer

A luz começou em frestas

Se fores a ver

Enquanto assim durares

Se fores amada e amares

Dirás sempre palavras destas

 

P’ra te ter

P’ra que de mim não te zangues

Eu vou-te dar

A pele, o meu cetim

Coração carmesim

As carnes e com elas sangues

 

Às vezes o amor

No calendário, noutro mês, é dor,

é cego e surdo e mudo

 

E o dia tão diário disso tudo

 

E se um dia a razão

Fria e negra do destino

Deitar mão

À porta, à luz aberta

Que te deixe liberta

E do pássaro se ouça o trino

 

Por te querer

Vou abrir em mim dois espaços

P’ra te dar

Enredo ao folhetim

A flor ao teu jardim

As pernas e com elas braços

 

Às vezes o amor

No calendário, noutro mês, é dor,

É cego e surdo e mudo

 

E o dia tão diário disso tudo

 

Mas se tudo tem fim

Porquê dar a um amor guarida

Mesmo assim

Dá princípio ao começo

Se morreres só te peço

Da morte volta sempre em vida

 

Às vezes o amor

No calendário, noutro mês é dor,

É cego e surdo e mudo

 

E o dia tão diário disso tudo

Da morte volta sempre em vida

 

Sérgio Godinho

 

publicado por Lagash às 16:00
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Quarta-feira, 7 de Outubro de 2009

Estranha forma de vida

 

 

Foi por vontade de Deus

que eu vivo nesta ansiedade.

Que todos os ais são meus,

Que é toda minha a saudade.

Foi por vontade de Deus.

 

Que estranha forma de vida

tem este meu coração:

vive de vida perdida;

Quem lhe daria o condão?

Que estranha forma de vida.

 

Coração independente,

coração que não comando:

vives perdido entre a gente,

teimosamente sangrando,

coração independente.

 

Eu não te acompanho mais:

pára, deixa de bater.

Se não sabes aonde vais,

porque teimas em correr,

eu não te acompanho mais.

 

Amália Rodrigues

 

publicado por Lagash às 16:21
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Segunda-feira, 18 de Maio de 2009

Quem disse que não temos talentos? #6 Rocket Man

 

 

She packed by bag last night, preflight

Zero hour, nine a.m.

And I'm gonna be high

As a kite by then

 

I miss the earth so much

I miss my wife

It's lonely out in space

On such a timeless flight

 

And I think it's gonna be a long, long, time

'Til touchdown brings me 'round again to find

I'm not the man they think I am at home

Ah, no no no...

I'm a rocket man

Rocket man

Burnin' out his fuse

Up here alone

 

Mars ain't the kind of place

To raise your kids

In fact, it's cold as hell

And there's no one there to raise them

If you did

 

And all this science

I don't understand

It's just my job

Five days a week

A Rocket Man

Rocket Man

 

And I think it's gonna be a long, long, time

'Til touchdown brings me 'round again to find

I'm not the man they think I am at home

Ah, no no no...

 

And I think it's gonna be a long, long, time

'Til touchdown brings me 'round again to find

I'm not the man they think I am at home

Ah, no no no...

I'm a rocket man

Rocket man

Burnin' out his fuse

Up here alone

 

And I think it's gonna be a long, long, time

And I think it's gonna be a long, long, time

And I think it's gonna be a long, long, time

 

Long, long, time

Long, long, time

 

Ah, no, no, no...

Oh, no, no, no, no, no, no, no...

 

David Fonseca

 

publicado por Lagash às 16:08
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Segunda-feira, 4 de Maio de 2009

Quem disse que não temos talentos? #4 Lição de Vôo

 

 

Foi tão fácil

Deixar-me perder

Sem sinais

No teu céu

Pois eu já não encontro

O caminho

 

Refrão:

Eu não sei mais

Como hei-de voar

Esquecer

Livrar o pensar

Se és tão frágil

Neste mundo

(bis)

 

Continuo a deixar-me perder

Sem sinais

No teu céu

Pois eu já não encontro

O caminho

 

(refrão)

 

Cazino

 

Mais um excelente grupo emergente. Parabéns a eles. Vejam o site www.cazinomuzica.com

 

Fui eu que passei a letra, portanto perdoem-me se tiver algum erro (se assim for digam qualquer coisa).

 

Mário L. Soares

 

publicado por Lagash às 16:12
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Segunda-feira, 27 de Abril de 2009

Quem disse que não temos talentos? #3 Amália Hoje - Gaivota

O disco do projecto “Amália Hoje” chega HOJE às lojas. Este projecto conta com a participação de Sónia Tavares e Nuno Gonçalves dos The Gift, Fernando Ribeiro dos Moonspell e Paulo Praça. A considerar pelo tema já conhecido “Gaivota” está muito bom. Recomendo.

 

Para ver e ouvir, deixo a nova e a antiga versão.

 

Mário L. Soares

 

 

 

 

 

 Gaivota

 

Se uma gaivota viesse

Trazer-me o céu de Lisboa

No desenho que fizesse,

Nesse céu onde o olhar

É uma asa que não voa,

Esmorece e cai no mar.

 

Que perfeito coração

No meu peito bateria,

Meu amor na tua mão,

Nessa mão onde cabia

Perfeito o meu coração.

 

Se um português marinheiro,

Dos sete mares andarilho,

Fosse quem sabe o primeiro

A contar-me o que inventasse,

Se um olhar de novo brilho

No meu olhar se enlaçasse.

 

Que perfeito coração

No meu peito bateria,

Meu amor na tua mão,

Nessa mão onde cabia

Perfeito o meu coração.

 

Se ao dizer adeus à vida

As aves todas do céu,

Me dessem na despedida

O teu olhar derradeiro,

Esse olhar que era só teu,

Amor que foste o primeiro.

 

Que perfeito coração

Morreria no meu peito,

Meu amor na tua mão,

Nessa mão onde perfeito

Bateu o meu coração.

 

Alexandre O'Neill / Alain Oulman

 

publicado por Lagash às 16:02
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Segunda-feira, 20 de Abril de 2009

Quem disse que não temos talentos? #2 In my place

 

 

Don't run away,

if you know that

you've got what it takes.

Don't shy away.

Sleep now,

dream here.

And hopefully the night

will release your fear.

 

There will be tears to shed again.

Time to begin, and time to end.

Baby, and you say I'll be sad,

but that depends.

 

Baby now,

come on recognize me,

I know that you know my face.

Weren't you the one who told me once you would be there?

And everytime I try to walk away,

you keep me in my place.

I try to break away but I'm much too much too scared.

Yeah, I try to break away but I'm much too much too scared.

 

Yeahhh...

 

Think your chance.

Cause life will grant you one

and that's your last.

Baby, don't think too fast.

No, no.

Cause you can't have mine,

cause all I do is move you 'round in time.

 

Baby, there will be nights to sleep alone.

Time to fight, and time to grow.

Baby, and you say I'll be sad,

but you don't know.

 

Whoahhh.

 

Baby now,

come on recognize me,

I know that you know my face.

Weren't you the one who told me once you would be there?

And everytime I try to walk away,

you keep me in my place.

I try to break away but I'm much too much too scared.

Yeah, I try to break away but I'm much too much too scared.

Baby, I try to break away but I'm much too much too scared.

(Baby, I'm much too scared.)

Yeahhh.

 

Yeah, yeah, yeah.

 

Yeah, yeah, yeah.

 

So come on recognize me,

I know that you know my face.

Weren't you the one who told me once you would be there?

And everytime I try to walk away,

you keep me in my place.

I try to break away but I'm much too much too scared.

Yeah, I try to break away but I'm much too much too scared.

Baby now, I try to break away but I'm much too much too scared.

 

Move you 'round in time.

Move you 'round in time.

 

Ana Free

 

publicado por Lagash às 16:29
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Segunda-feira, 13 de Abril de 2009

Quem disse que não temos talentos? #1 The beginning song

 

 

you came to this world

to see what i've done

and it's fine

so come and let's start

i'll give you all my heart

this time

 

don't walk away

cause baby i will love you more

i have this feeling

you're who i've been looking for

so close your eyes and read the signs

it's time to soar

 

you came to this world

to change what i've done

it's alright

but now you must dare

you can't pretend you're there

if you're mine

 

don't walk away

cause baby i will love you more

i have this feeling

you're who i've been looking for

so close your eyes and read the signs

it's time to soar

 

don't walk away

cause baby i will love you more

i have this feeling

you're who i've been looking for

don't turn away it's time to stay

there's nothing more

 

Rita Redshoes

 

publicado por Lagash às 16:24
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Declaração

Declaro que a responsabilidade de todos os textos / poesia / prosa publicados é minha no respeitante à transcrição dos mesmos. Faço todos os possíveis para contactar o(s) autor(es) dos trabalhos a fim de autorizarem a publicação, na impossibilidade de o fazer, caso assim o entenda o autor ou representante legal deverá contactar-me a fim de que o mesmo seja retirado - o que será feito assim que receba a informação. Os trabalhos assinados "Mário L. Soares" são de minha autoria e estão protegidos com a lei dos direitos de autor vigente. Quanto às fotografias, todas, cujo autor não esteja identificado, são de "autor desconhecido" - caso surja o respectivo autor de alguma, queira por favor contactar-me para proceder à sua identificação e se for caso disso retirada do blog. Às restantes fotografias aplicarei o mesmo princípio dos trabalhos escritos. Obrigado. Mário L. Soares - lagash.blog@sapo.pt

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