Ó sol que miras p’lo céu!
Vens e banhas o ventre
Tocas o meu pelo véu
Molhas, seco e quente.
Azuis sorrisos tu brilhas
Esperança, de ti, existência
E as estrelas, tuas filhas,
Choram à noite, vivência.
Milhas de longe e de luz
Abraças a terra fecunda
Beijas o mar que seduz
Semente pátria profunda
Alento dás tempo à hora
Montanhas, campos de sal
Eriges estruturas de flora
Invocas o Deus contra o mal
Mário L. Soares
Como a vida reveses traz!
Olhar para dentro à frente
Saber usar a bem a mente
E viver o sonho e ser capaz.
Aguardo no mar as bonanças,
Que a tempestade ao fundo augura;
Sabendo que na noite escura
Vêm ventos e mudanças.
Ah, raios e coriscos que se partam!
Quero ver o sol na meia-noite
Ter a luz – que os céus se abram!
Contrariedades que se vão!
Serei herói e homem do leme,
Neste mundo que é um cão.
Mário L. Soares
É quando um espelho, no quarto,
se enfastia;
Quando a noite se destaca
da cortina;
Quando a carne tem o travo
da saliva,
e a saliva sabe a carne
dissolvida;
Quando a força de vontade
ressuscita;
Quando o pé sobre o sapato
se equilibra...
E quando às sete da tarde
morre o dia
– que dentro de nossas almas
se ilumina,
com luz lívida, a palavra
despedida.
David Mourão-Ferreira
O Yin-Yang, branco e negro, a noite e o dia, morte e vida, a luz e a escuridão, o belo e o feio.
“O que era a noite sem o dia?
E a luz sem a escuridão?
O contraste é a razão
Porque a gente os avalia.
Tendo por esta medida,
Tudo para um mesmo fim,
Até tu, a própria vida,
Não eras nada sem mim.”
Disse António Aleixo no Auto da Vida e da Morte, na personagem da “morte” dirigindo-se à “vida”.
Assim funciona o mundo.
Podemos olha-lo como o belo e o feio. Quando olhamos para uma bela mulher (ou homem), temo-la como bela porquê? Porque temos padrões de beleza definidos pela nossa cultura no geral, e educação e meio onde vivemos em particular. A mais ínfima variável vai para os gostos pessoais que são insignificantes quando analisarmos o caso à distância.
Mas como podemos “saber” se a mulher que vemos é bela ou não? – Apenas e só pela distinção. O cérebro através de vários processos “compara” as imagens que captamos pelos olhos com as nossas memórias numa “pasta de ficheiros” imaginária com o nome “mulheres que já vi” que estará hierarquizado por ordem de “beleza” (uma será mais bela que outra) e enquadrará a mulher que vemos agora com a “lista”. Como é obvio este processo é instantâneo e imperceptível. Pela comparação temos o “contraste” do Aleixo.
Vemos o mundo também pelo conceito económico de satisfação / utilidade como no paradoxo copo de água / diamante, onde se por um lado a teoria valor trabalho dá mais “valor” ao diamante, torna-se completamente inversa quando estamos no meio do deserto e a água passa a ter toda a importância e nenhum valor imediato no diamante. Também será variável de acordo com a satisfação - se bebermos vários copos de água, a sua utilidade marginal vai diminuindo ao ponto de a curva descer e chegar a ser negativa, quando já deitamos água pelos olhos de tanto beber. Temos então as necessidades dos clássicos da economia de Adam Smith, Ricardo e Marx, a definir os nossos critérios de diferenciação. O bom do menos bom é definido assim.
Então e quando temos apenas bom e não temos mau? Pois. Aí temos uma requalificação e um imediato reordenamento da lista. No exemplo das mulheres, se apenas conhecermos mulheres belas e nenhuma feia (e muito importante – nunca poderíamos ter conhecido nenhuma mulher feia – caso contrário teríamos uma referência anterior), ao olhar duas belas mulheres, como serão diferentes, estarão sujeitas a uma hierarquização similar, mas como não há grau inferior, a feia será a menos bela aos nossos olhos e a mais bela será bela apenas e começara um novo processo.
Vendo neste prisma as coisas, o bem e o mal serão calibrados um pelo outro, co-existindo e tornando-se mutuamente necessários para a qualificação dos mesmos.
Sem as mortes horrendas da guerra daríamos o mesmo valor à paz? Sem o ódio, como seria o amor? Sem a injustiça, faríamos justiça? A ausência de luz seria a escuridão?
Deixo-vos com este pensamento, na esperança de que haja esperança quando olharmos o mundo e vermos o mal a surgir. Considerando o perfeito equilíbrio da natureza pela forma como a vemos. Esse mal fará o bom ser melhor, com certeza.
Mário L. Soares
(Joaquim Soares)
És a Força da minha vida,
pilar do meu sustento,
dás a seiva nunca perdida,
para manter o movimento.
És a Beleza que ornamenta,
que tudo torna saboroso,
que dá gosto e alimenta,
e faz o sentir harmonioso.
És a Sabedoria que me conduz,
és a alavanca de todo o saber,
que ensina, dirige e é a luz,
e o combustível que é o poder.
Por seres o tudo para mim,
assim te dou este obrigado.
Mário L. Soares
A luz entrou-me pela janela, na noite que passou por mim, sorrindo e rindo, brincando e aprendendo, como uma criança com um novo brinquedo.
Finos raios de sol iluminaram a minha escura e só existência de ontem. No fundo do túnel abriu-se um portal para o outro lado. Um mundo, novo e cheio de experiências novas. Ideias e cores para descobrir, qual terra nova descoberta no meio do breu em mares do Adamastor.
Sorrisos e risos de alegria verdadeira ofertei ao sol que me enchia a noite. Que beleza de imagens projectadas em mim. Seria real? Terá sido um sonho? Não terei visto o que vi? Quero e gostava de acreditar que sim…
Até logo.
Mário L. Soares
Foi-se o sono e olho a água
Dos meus olhos estancados;
Lá fora, um rumor de aves
Evoca aromas molhados.
A luz alta fere as casas
Brancas de neve, fluidas;
Meu corpo é um prado seco
Onde caem estrelas húmidas.
Reflexos de sonhos idos
Limitam-me o pensamento;
Os ramos das árvores escondem
Silêncios desaparecidos
Ruy Cinatti
Droga-nos o Verão com o sol e a luz
Traz-nos energia de dentro e cor
Dá-nos a força que queremos e amor
Azul em ondas do calor que produz
Abre as portas à praia e ao mar e corpos nus
Beija a nossa pele e sabe a licor
Dança ao som de um compasso sedutor
Embebeda o incauto, e à beleza faz jus
Gosto de o ver. Por vezes não quero…
Outras adoro, por tanto não o ter
No frio desejo, no calor desespero…
Trai-nos a todos, porque não diz que tem fim!
Vem calmo, entra à força e abandona o mundo
Visita, sem favor pedir e vai-se… assim…
Mário L. Soares
Quando a luz dos olhos teus
E a luz dos olhos meus
Resolvem se encontrar...
Ai que bom que isso é
Meu Deus, que frio que me dá
O encontro desse olhar...
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus
Só pra me provocar,
Meu amor, juro por Deus,
Me sinto incendiar...
Meu amor juro por Deus
Que a luz dos olhos meus
Já não podem esperar.
Quero a luz dos olhos teus,
Na luz dos olhos meus,
Sem mais la-la-la-la...
E na luz dos olhos teus,
Eu acho, meu amor,
E só se pode achar...
Que a luz dos olhos meus precisa se casar...
Tom Jobim e
Miúcha
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