Virá o dia que facas, lâminas e espadas
te sairão pela boca e contra a besta
investirás para remissão de todo o mal.
Virá em resposta de todos os sinais proféticos
que desde sempre pressagiaram a tua vinda.
Nesse dia, a tua palavra chegará aos ouvidos
de muitos e tantos perecerão ao ouvi-la.
Todo o exército cairá prostrado e abutres
e aves almoçarão as carnes ainda quentes.
Será silenciado o líder, que em mil anos
quedará agrilhoado nos abismos com
o falso profeta.
O mundo estará calmo e virá a paz…
O sol nascerá todos os dias como sempre
mas sem o engulho de Lúcifer.
E tudo será como devia ser.
Até ao segundo encontro contigo!
Que guerra sangrenta será. Por montanhas
de fogo será travada. E tomarás
extinguido o maléfico animal novamente.
E o sentenciarás ao sofrimento infinito.
E eterna será a sua pena.
E a todos os que sobraram julgarás
depois pelo que fizeram e não fizeram
desde a fundação dos tempos. Desde
que o primeiro sopro soprou e
desde que o primeiro sol brilhou.
No livro estará a história, e a tua lei
será cega e justa. E na lava do lago
serão lançados os que lá devem ficar.
E o mundo e os céus serão outros,
tudo irá pelos ares voando e se
retalhando em pedaços pequenos.
Nada sobejará e ficará tudo no éter.
A morte morrerá e não será mais.
Nem mais sofrimento, nem dor.
E um novo mundo com dúzias de
belas coisas, e um novo céu
e um novo amor renascerá forte e belo.
Como tu… como o teu amor…
Mário L. Soares
Era um anjo de Deus
Que se perdera dos céus
E terra a terra voava.
A seta que lhe acertava
Partira de arco traidor,
Porque as penas que levava
Não eram penas de amor.
O anjo caiu ferido,
E se viu aos pés rendido
Do tirano caçador.
De asa morta e sem ‘splendor
O triste, peregrinando
Por estes vales de dor,
Andou gemendo e chorando.
Vi-o eu, o anjo dos céus,
O abandonado de Deus,
Vi-o, nessa tropelia
Que o mundo chama alegria,
Vi-o a taça do prazer
Pôr ao lábio que tremia...
E só lágrimas beber.
Ninguém mais na terra o via,
Era eu só que o conhecia...
Eu que já não posso amar!
Quem no havia de salvar?
Eu, que numa sepultura
Me fora vivo enterrar?
Loucura! ai, cega loucura!
Mas entre os anjos dos céus
Faltava um anjo ao seu Deus;
E remi-lo e resgatá-lo,
Daquela infâmia salvá-lo
Só força de amor podia.
Quem desse amor há-de amá-lo,
Se ninguém o conhecia?
Eu só, - e eu morto, eu descrido,
Eu tive o arrojo atrevido
De amar um anjo sem luz.
Cravei-a eu nessa cruz
Minha alma que renascia,
Que toda em sua alma pus,
E o meu ser se dividia,
Porque ele outra alma não tinha,
Outra alma senão a minha...
Tarde, ai! tarde o conheci,
Porque eu o meu ser perdi,
E ele à vida não volveu...
Mas da morte que eu morri
Também o infeliz morreu.
Almeida Garrett
Sitios interessantes (ou não)
CDS - Centro Democrático Social
Não asses mais carapaus fritos
PCP - Partido Comunista Português
PSD - Partido Social Democrata
Vida de um Português - grande brother!
Universidade
Motores de Busca
Dicionários e Enciclopédias