Pela flor pelo vento pelo fogo
Pela estrela da noite tão límpida e serena
Pelo nácar do tempo pelo cipreste agudo
Pelo amor sem ironia – por tudo
Que atentamente esperamos
Reconheci a tua presença incerta
Tua presença fantástica e liberta
Sophia de Mello Breyner Andresen
Uma obscura e inquieta castidade
pôs uma flor para mim no jardim mais secreto
num horizonte de graça e claridade
intangível e perto.
Promessa estática no luar
da densidade em mim corpórea,
não é a culpa, é a memória
da primeira manhã do pecado,
sem Eva e sem Adão.
Só o fruto provado
e a serpente enroscada
na minha solidão.
Natália Correia
Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as cousas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Por que sequer atribuo eu
Beleza às cousas.
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer cousa que não existe
Que eu dou às cousas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então por que digo eu das cousas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as cousas,
Perante as cousas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!
Alberto Caeiro
in Guardador de Rebanhos
A Primavera chegou.
Dois jovens enamorados passeavam nas margens de um rio caudaloso.
Inesperadamente um ramo de miosótis surgiu flutuando nas águas revoltas.
A jovem, encantada com as flores, quis tirá-las do rio.
O jovem, de forma destemida, atirou-se à água para as apanhar e dar à sua amada como prova do seu amor.
Mas a forte corrente do rio não permitiu que ele pudesse regressar à margem.
Sentindo-se sem forças e na eminência de se afogar, ainda gritou:
- Não me esqueças, ama-me sempre!
Desde então, o miosótis floresce nas margens dos rios e simboliza: Não-me-esqueças...
Lenda popular
A história recente atribuiu-lhe ainda outro significado, não menos importante ou dramático e com uma carga emocional fortíssima.
Logo após a tomada do poder de Hitler, os maçons alemães perceberam que a maçonaria estava em perigo na Alemanha. Mais tarde viram que estaria em perigo também pelo resto da Europa e pelo mundo, bem como a própria vida dos maçons. Assim, como forma de reconhecimento imediato e aberto, em substituição do tradicional esquadro e compasso, a Grande Loja da Alemanha decidiu substitui-lo por uma flor – o miosótis, já que o outro símbolo era amplamente conhecido pelo regime Nazi. Era usado na lapela do casaco.
Serviu desta forma para que os maçons se reconhecessem e para mantê-los ligados entre si.
Actualmente os maçons usam o “Forget me not” na lapela em memória dos mortos da grande guerra e como forma de repudio às atrocidades do holocausto. Significa assim, “nunca esquecerei”. Pode ser usado também em memória de um irmão que partiu.
Mário L. Soares
E se um sonho, tudo isto for?
Se não passar tudo, de ideias e pensamento?
Tudo o que é e não é, agora sem cor,
E a vida não ser, e o tudo, ser fingimento.
Tudo é, o que queremos que seja,
A flor que voa no campo,
O pássaro que os olhos beija,
O mar ser um quente manto…
As imagens que iluminamos, são luz de candeias
Saem pela mente para a tela branca
As sombras à frente, são as vozes alheias
É o sonho que ordena o espaço,
A vida não passa de éter,
Que temos na mão e levamos p’lo braço.
Mário L. Soares
Tens um odor encantado,
Meu objeto adorado,
Colibri dos dias meus...
Se me beijas como à flor,
Eu me entrego com ardor
Ao sabor dos lábios teus.
Nosso caso, apimentado,
Com tempero de pecado,
Transborda em excitação.
No vai-vem dos nossos laços,
No roçar de nossos braços,
Explode esta relação.
O momento mais bonito
É quando vibro e grito
De tanta satisfação...
Nada embota este prazer
Que é a ti pertencer,
Corpo, alma e coração...
Piero Valmart
Sitios interessantes (ou não)
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Não asses mais carapaus fritos
PCP - Partido Comunista Português
PSD - Partido Social Democrata
Vida de um Português - grande brother!
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