Amando noite afora
Fazendo a cama sobre os jornais
Um pouco jogados fora
Um pouco sábios demais
Esparramados no mundo
Molhamos o mundo com delícias
As nossas peles retintas
De notícias
Amando noites a fio
Tramando coisas sobre os jornais
Fazendo entornar um rio
E arder os canaviais
Das páginas flageladas
Sorrimos mãos dadas e, inocentes
Lavamos os nossos sexos
Nas enchentes
Amando noites a fundo
Tendo jornais como cobertor
Podendo abalar
o mundo
No embalo do nosso amor
No ardor de tantos abraços
Caíram palácios
Ruiu um império
Os nosso olhos vidrados
De mistério
Chico Buarque
O calor, o amor e as amoras.
O suor que nos cola as camisolas.
Em redor, o fragor de uma ribeira.
Por brincadeira,
colho-t'um beijo!
Junto aos ramos d'uma amoreira.
Ruborizam-se as faces
nem sei bem de que maneira!
Será do calor que se sente?
Ou pelo facto de um adolescente
ser inexperiente na matéria?
Por reflexo mergulhámos
os dois juntos na água fria.
Sem jeito, mal disfarçámos
a atracção que se sentia!
O teu corpo que se revela
na transparência da camisola
És tão bela, mulher formada!
Fizemos amor dentro de água.
A primeira vez! Numa ribeira!
Vicente Roskopt
As tuas curvas abraçam-me o peito
e fazem emergir desejos
que anseiam de ti o teu jeito
e exigem dos lábios os beijos
E quando o carinho vem suave
e encontra no corpo o teu quente
eu procuro no fundo a tua cave
húmida, bela, minha, para sempre.
Quero ter-te. Vou e volto no teu ser…
Estou contigo neste amor
unido no profundo querer.
São as curvas num belo casamento.
Que sonho este que me enternece
e embala lado a lado o pensamento.
Mário L. Soares
(quadro a óleo de Marianela de Vasconcelos)
Dou-vos hoje um poema que tive a honra de ler publicamente no passado Sábado na inauguração da exposição de pintura da poeta, escritora, pintora e jornalista... e mãe de duas bonitas pessoas que lançaram a fotobiografia "da mãe" também neste Sábado - o Eduardo e a Tânia.
Tanto a fotobiografia como a exposição da Marianela de Vasconcelos poderão visitar em Loulé na galeria de Arte do Convento Espírito Santo, até ao dia 28 de Março.
Parabéns aos filhos da Marianela, tenho a certeza que "a mãe" está orgulhosa de vós. (perdoem-me a ousadia de publicar um poema dela aqui...)
Pisco Lógico
Se te queres matar…
(sempre te queres matar?),
escolhe um lugar fresco e abrigado,
longe da estrada e do teu povoado
onde apodreças sem deixar vestígio;
não digas a ninguém do teu intento,
liquida os teus negócios
cem
por cento
e organiza um suicídio
de prestígio.
Não se pode morrer de qualquer jeito.
Tem de haver senso,
tem de haver respeito;
a morte não nos pode deixar mal.
E se é forçoso que venha no jornal
ainda temos de pensar melhor.
Nada de armas brancas, nem pistola,
nada de pós que façam mal à tola,
tudo tranquilo, tudo com rigor.
Longe o veneno para o escaravelho!
Eu sei que és feio
e estás a ficar velho,
mas não és nada p’ra deitar ao lixo.
Não te exponhas a morrer morto de dores,
roto de medo,
cheio de tremores, de vómito e excremento,
como um bicho!
Pára e pensa e telefona, se quiseres,
porque seja o que for que me disseres,
eu entendo,
eu aceito,
eu já sabia.
Enfrasca-te em rosé ou chá de tília,
não abras o teu jogo p’ra família
e vai dormir co’a mãe da tua tia.
E depois dá uma festa memorável,
compra uma loura
e um descapotável
e diverte-te à grande
e faz poemas
e canta a marselhesa e as tuas penas
e desperta a atenção das raparigas!
Quando cair a noite vai p’ra cama,
E faz amor com alma
E faz amor com gana
… e manda o teu suicídio pr’ás urtigas!
Marianela de Vasconcelos
(foto retirada da internet - desconheço o autor)
Quem és tu, nua mulher?
Vagueias pelo meu quarto,
Saltitas pelo meu corpo,
Lambes as minhas pernas…
Quem és? Deverei a ti temer?
Muito leve vais a passo,
De um lado para o outro,
Sorris pelas persianas…
Quem és mulher, que me fazes tremer?
No falo tocas com desembaraço,
E voas p’lo corpo em alvoroço,
Agarras pelo beiço e me tomas…
Quem é que me toca o ser?
Que o meu peito tem caço,
E me leva embora do porto,
Sem saber se a mim me amas…
Não sei onde estás…
Mário L. Soares
(foto de Tommy L. Edwards)
Bebi-te num beijo perfumado,
Naveguei o teu corpo só
Tomado no cetim dos lençóis,
No calor de mil Sóis,
Pele nua em olhos de dó
De silêncio imaculado.
Diluí-me no teu suspiro,
Em leves toques da tua mão
Perdida num cheio luar,
Num deserto de mar
Cativo na solidão,
Na pureza que te tiro.
Sei-me um pedaço de ti,
Pele rosada dos teus seios,
Palavra solta em tua boca
De ti mulher louca
Sombra dos meus receios,
Que tão bela nunca vi.
Rasga-se um sorriso no prazer
Numa lágrima de alegria,
De desejo escondido do passado,
Pensamento assim, ousado,
Gritado em sã histeria
Para mais ninguém saber.
Leio-me nas tuas linhas,
Masturbo todas as palavras
Pintadas de tantas cores,
Decoradas como flores
Nestes olhos que lavras,
Neste amor que me tinhas.
Fernando Jorge M. Saiote (Alemtagus)
Dá-me o teu ninho,
Deixa-me aninhar um bocadinho,
Sentir o cheirinho
Beber do teu vinho.
Quero na portagem passar,
E no abrigo, em ti, entrar,
Com prazer, tua pele, quero suar,
E da tua carne saborear.
Leva este teu amigo,
Para a cama contigo,
Que de ti é tão parecido,
Abraça o amor comigo.
Mário L. Soares
(desconheço o autor da foto-montagem)
Os teus seios
têm cheiros
e aromas verdadeiros
de um falso dia de Verão.
É libido
que t'encharca o vestido,
e ao fazeres amor comigo
seca-t'a boca e acelera-t'o coração.
Dás-me um abraço,
escorre-nos suor pel'abaixo...
Talvez ignores, mas eu acho...
Que isto não é apenas atracção!
Vicente Roskopt
http://osedutorfarsolas.blogspot.com/
(foto retirada da internet - desconheço o autor)
Doce amor de sal em torrões,
Salpicados de suor nas secas bocas
Amantes sorvendo a água em monções,
Odores de amores, esfregadas as pernas loucas.
Beijos sem destino tocam cabelos,
Lágrimas sem dor forçam a entrada,
Gritos abafados em rostos belos…
Olhos extasiados cheios de vida penetrada.
Transportados para fora da estratosfera
Voam em bebedeiras de sabor a pele,
Quentes de abraços que o amor enternecera.
Vagem doce com molho de mel que corre,
Sopa de línguas e carne com muito gosto,
Saber o amor da vida que não morre…
Mário L. Soares
Com um beijo começa a minha senda,
Vou contigo nesta viagem deleitosa…
Sabes o que quero e vens com um sorriso,
Apalpo e toco o que a imaginação desvenda,
Respiro a tua escura furna amistosa,
Apertas, agarras, sabes onde preciso…
O meu corpo bebe o teu seio
Delicia o sabor dos meus lábios
Lubrifica os olhos da minha mente
Abrem-se os corpos pelo seu meio
Os sexos unem-se, são sábios…
Tocam-se gozando o tempo presente.
Habito no abrigo da tua tenda de mel,
Que é gente disfarçada de lobo,
E que sabe, com toda a mestria,
Deleitar quem te apraz o anel…
Penetro-o, e grunho como um bobo…
Entro e amo como um deus grego faria.
Gritas de amor, perdida no alto,
Voas no céu, percorres o mato,
Nadas em mim, molhas o leito,
Arranhas a pele que tomas de assalto…
Encontras-te em mim, e no imediato…
Franzes os olhos, beijas o meu peito…
Como me adora o teu quente abraço,
Tal como te quero o pescoço,
E chupo com avidez acendido…
E sorvo loucamente o teu cansaço,
Dás-te completamente e sem esforço,
Culmino, e consagro-te o meu líquido…
Em beijos, delicio a paixão,
Relaxo suavemente e com estima,
Carinho, uma lágrima, no teu rosto…
Que corre até ao coração.
E toca por dentro e por cima,
Do amor que no peito foi posto.
Mário L. Soares
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Não asses mais carapaus fritos
PCP - Partido Comunista Português
PSD - Partido Social Democrata
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