Os números o meu cérebro confundem,
iludem-me a razão e confundem-me a memória.
Arrasam com as ideias e não têm história!
Confesso. Não conheço nenhuns que perdurem…
Dão cabo de mim, estes malandros!
Não gosto de raízes, nem senos infandos!
Sou contra os três, os cincos e os setes!
Quero que se vão os limites e tudo o que prometes!
Que se danem as primitivas e as derivadas,
estou morto por largar as integrais…
Fartote de funções desvairadas…
Caramba para o lambda, e essa corja execrada!
Os deltas, os alfas e o pi que sejam no infinito malditos
Que se expludam todos! Tenho a alma cansada!
Mário L. Soares
Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.
Álvaro de Campos
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