«Jardín yo soy que la belleza adorna:
sabrá mi ser si mi hermosura miras.
Por Mohamed, mi rey, a par me pongo
de lo más noble que será y ha sido.
Obra sublime, la fortuna quiere que a todo momento sobrepase.
¡Cuanto recreo aquí para los ojos!
Sus anhelos el noble aquí renueva.
Las Pléyades les sirven de amuleto;
la brisa la defiende con su magia.
Sin par luce una cúpula brillante,
de hermosuras patente y escondidas.
Rendido de Géminis la mano;
viene con ella a conversar la Luna.
Incrustarse los astros allí quieren,
sin más girar en la celeste rueda,
y en ambos patios aguardar sumisos,
y servirle a porfia como esclavas:
No es maravilla que los astros yerren
y el señalado límite traspasen,
para servir a mi señor dispuestas,
que quien sirve al glorioso gloria alcanza.
El pórtico es tan bello, que el palacio
con la celeste bóveda compite.
Con tan bello tisú lo aderezaste,
que olvido pones del telar del Yemen.
¡Cuántos arcos se elevan en su cima,
sobre las columnas por la luz ornadas,
como esferas celestes que voltean
sobre el pilar luciente de la aurora!
Las columnas en todo son tan bellas,
que en lenguas, corredora, anda su fama:
lanza el mármol su clara luz, que invade
la negra esquina que tiznó la sombra;
irisan sus reflejos, y dirías
son, a pesar de su tamaño, perlas.
Jamás vimos jardín más floreciente,
de cosecha más dulce y más aroma.
Por permiso del juez de la hermosura
paga, doble, el impuesto en alcázar más excelso,
de contornos más claros y espaciosos.
Jamás dos monedas,
pues si, al alba, del céfiro en las manos
deja dracmas de luz, que bastarían,
tira luego en lo espeso, entre los troncos,
dobles de oro de sol, que lo engalanan.
(Le enlaza el parentesco a la victoria:
Sólo el Rey este linaje cede.)»
Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as cousas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Por que sequer atribuo eu
Beleza às cousas.
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer cousa que não existe
Que eu dou às cousas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então por que digo eu das cousas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as cousas,
Perante as cousas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!
Alberto Caeiro
in Guardador de Rebanhos
(Joaquim Soares)
És a Força da minha vida,
pilar do meu sustento,
dás a seiva nunca perdida,
para manter o movimento.
És a Beleza que ornamenta,
que tudo torna saboroso,
que dá gosto e alimenta,
e faz o sentir harmonioso.
És a Sabedoria que me conduz,
és a alavanca de todo o saber,
que ensina, dirige e é a luz,
e o combustível que é o poder.
Por seres o tudo para mim,
assim te dou este obrigado.
Mário L. Soares
I
No campo; eu acho nele a musa que me anima:
A claridade, a robustez, a acção.
Esta manhã, saí com minha prima,
Em quem eu noto a mais sincera estima
E a mais completa e séria educação.
II
Criança encantadora! Eu mal esboço o quadro
Da lírica excursão, de intimidade.
Não pinto a velha ermida com seu adro;
Sei só desenho de compasso e esquadro,
Respiro indústria, paz, salubridade.
III
Andam cantando aos bois; vamos cortando as leiras;
E tu dizias: "Fumas? E as fagulhas?
Apaga-o teu cachimbo junto às eiras;
Colhe-me uns brincos rubros nas ginjeiras!
Quanto me alegra a calma das debulhas!"
IV
E perguntavas sobre os últimos inventos
Agrícolas. Que aldeias tão lavadas!
Bons ares! Boa luz! Bons alimentos!
Olha: Os saloios vivos, corpulentos,
Como nos fazem grandes barretadas!
V
Voltemos. Na ribeira abundam as ramagens
Dos olivais escuros. Onde irás?
Regressam os rebanhos das pastagens;
Ondeiam milhos, nuvens e miragens,
E, silencioso, eu fico para trás.
VI
Numa colina azul brilha um lugar caiado.
Belo! E arrimada ao cabo da sombrinha,
Como teu chapéu de palha, desabado,
Tu continuas na azinhaga; ao lado
Verdeja, vicejante, a nossa vinha.
VII
Nisto, parando, como alguém que se analisa,
Sem desprender do chão teus olhos castos,
Tu começastes, harmónica, indecisa,
A arregaçar a chita, alegre e lisa
Da tua cauda um poucochinho a rastos.
VIII
Espreitam-te, por cima, as frestas dos celeiros;
O sol abrasa as terras já ceifadas,
E alvejam-te, na sombra dos pinheiros,
Sobre os teus pés decentes, verdadeiros,
As saias curtas, frescas, engomadas.
IX
E, como quem saltasse, extravagantemente,
Um rego de água sem se enxovalhar,
Tu, a austera, a gentil, a inteligente,
Depois de bem composta, deste à frente
Uma pernada cómica, vulgar!
X
Exótica! E cheguei-me ao pé de ti. Que vejo!
No atalho enxuto, e branco das espigas
Caídas das carradas no salmejo,
Esguio e a negrejar em um cortejo,
Destaca-se um carreiro de formigas.
XI
Elas, em sociedade, espertas, diligentes,
Na natureza trémula de sede,
Arrastam bichos, uvas e sementes;
E atulham, por instinto, previdentes,
Seus antros quase ocultos na parede.
XII
E eu desatei a rir como qualquer macaco!
"Tudo não as esmagares contra o solo!"
E ria-me, eu ocioso, inútil, fraco,
Eu de jasmim na casa do casaco
E de óculo deitado a tiracolo!
XIII
"As ladras da colheita! Eu se trouxesse agora
Um sublimado corrosivo, uns pós
De solimão, eu, sem maior demora,
Envenená-las-ia! Tu, por ora,
Preferes o romântico ao feroz.
XIV
Que compaixão! Julgava até que matarias
Esses insectos importunos! Basta.
Merecem-te espantosas simpatias?
Eu felicito suas senhorias,
Que honraste com um pulo de ginasta!"
XV
E enfim calei-me. Os teus cabelos muito loiros
Luziam, com doçura, honestamente;
De longe o trigo em monte, e os calcadoiros,
Lembravam-me fusões de imensos oiros,
E o mar um prado verde e florescente.
XVI
Vibravam, na campina, as chocas da manada;
Vinham uns carros e gemer no outeiro,
E finalmente, enérgica, zangada,
Tu inda assim bastante envergonhada,
Volveste-me, apontando o formigueiro:
XVII
"Não me incomode, não, com ditos detestáveis!
Não seja simplesmente um zombador!
Estas mineiras negras, incansáveis,
São mais economistas, mais notáveis,
E mais trabalhadoras que o senhor."
Cesário Verde
Porque a vida tem mais cor com a beleza de uma melodia,
Dou-vos do virtuoso compositor e pianista espanhol Isaac Albeniz – Asturias, belissimamente interpretada em Sevilha, pelo John Williams em guitarra.
Mário L. Soares
(costa norte da ilha da Madeira)
Madeira, jardim no Atlântico plantada,
Que bela és, romântica estada...
Belas as montanhas, praias, flores,
Lindos os campos, as pessoas e amores,
O mar, o teu amante,
A altura das montanhas, impressionante,
O ar puro, água e o sol sem igual,
A vida no seu melhor, real.
Peixe, carne, imagens e calma...
Férias, na essência da alma...
Mário L. Soares
(foto retirada da internet - desconheço o autor)
Ela passa,
a papoila rubra,
esvoaçando graça,
a sorrir...
Original tentação
de estranho sabor:
a sua boca - romã luzente,
a refulgir!...
As mãos pálidas, esguias,
dolorosas soluçando,
vão recortando
em ritmos de beleza
gestos de ave endoidecida...
Preces, blasfémias,
cálidas estesias
passam delirando!...
Mordendo-lhe o seio
túrgido e perfurante,
delira a flama sangrenta
dos rubis...
E a cinta verga, flexuosa,
na luxuria dominante
dos quadris...
Um jeito mais quebrado no andar...
Um pouco mais de sombra no olhar
bistrado de lilás...
E ela passa
entornando dor,
a agonizar beleza!...
Um sonho de volúpia
que logo se desfaz,
em ruivas gargalhadas
dispersas... desgrenhadas!...
Magoam-se os meus sentidos
num cálido rubor...
E nos seus braços endoidecem
as anilhas d'oiro refulgindo
num feérico clamor!...
E ela passa...
Fulva, esguia, incoerente...
Flor de vicio
esvoaçando graça
na noite tempestuosa
do meu olhar!...
Como uma brasa ardente,
e infernal e dolorosa,
... a bailar...
a bailar!...
Judith Teixeira
Ela é tão linda
Um encanto de gente
Que faz da vida da gente
Um feliz infinito
Por ela eu me derreto
Eu me enfeito de amor
Para alegrar o seu dia
Ela é obra de arte
Que inebria os olhos
Invade a alma de beleza
E faz pulsar corações
De deslumbramento
Ela é mesmo assim
Um sim de vento
Um reluzir de chuva
Um barco a vela
No alto mar da felicidade
Ela é de sonho
Ela é de seda
Ela é do clube dos Diários
Ela é do suor da cajuína
Tão Farta
Quanto à mãe
Tão safada
Quanto o pai
Tão bela
E Tão terna
Da noite de Março
Do inverno chuvoso
Que não se esquece mais.
Arnaldo Eugênio
Droga-nos o Verão com o sol e a luz
Traz-nos energia de dentro e cor
Dá-nos a força que queremos e amor
Azul em ondas do calor que produz
Abre as portas à praia e ao mar e corpos nus
Beija a nossa pele e sabe a licor
Dança ao som de um compasso sedutor
Embebeda o incauto, e à beleza faz jus
Gosto de o ver. Por vezes não quero…
Outras adoro, por tanto não o ter
No frio desejo, no calor desespero…
Trai-nos a todos, porque não diz que tem fim!
Vem calmo, entra à força e abandona o mundo
Visita, sem favor pedir e vai-se… assim…
Mário L. Soares
Sinceramente, quando te vi,
Algo me disse na certeza
Não pode mais na verdade ser
Que oca e sem pureza
Mas depois quando te li,
Mudei de todo a opinião,
O que me vei a tocar o coração,
Foi mais que a morta beleza,
Foi sim a eterna certeza,
Do amor em exponenciação,
Há em mim uma paixão
Mário L. Soares
Sitios interessantes (ou não)
CDS - Centro Democrático Social
Não asses mais carapaus fritos
PCP - Partido Comunista Português
PSD - Partido Social Democrata
Vida de um Português - grande brother!
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