É tão frágil a vida,
tão efémero, tudo!
(Não é verdade, amiga,
olhinhos-cor-de-musgo ?)
E ao mesmo tempo é forte,
forte da veleidade,
de resistir à morte
quanto maior a idade.
Assim, aos trinta e sete,
fechados alguns ciclos,
a vida ainda pede
mais sentimento, vínculos.
Não tanto os que nos deram
a fúria de viver,
como esses descobertos
depois de se saber
Que a vida não é outra
senão a que fazemos
(e a vida é uma só,
pois jamais voltaremos).
Partidários da vida,
melhor: do que está vivo,
digamos "não!" a tudo
que tenha outro sentido.
E que melhor pretexto
(quem o saiba que o diga!)
teremos p'ra viver
senão a própria vida?
Alexandre O'Neill
in "Poemas com endereço"
Downtown
People know my name
But somehow when they call it doesn't sound the same
Stupid words,
No, they cannot break my heart
'cause I didn't listen from the start
If you wanna say stuff about me
If you wanna say, do it to my face
'cause every time I see the world go round
I know you will never ever bring me down
Do it to my face, do it to my face now
Funny
How you waste your time
Instead of living your life you prefer talking about mine
Stupid you
If you do not try to start
Touching the magic colors of your heart
If you wanna say stuff about me
If you wanna say, do it to my face
'cause every time i see the world go round
I know you will never ever bring me down
Do it to my face, do it to my face now
... Love yourself instead of hating me...
... Love yourself instead...
If you wanna say stuff about me
If you wanna say, do it to my face
If you wanna say stuff about me
If you wanna say, do it to my face
'cause every time I see the world go round
I know you will never ever bring me down
Do it to my face, do it to my face now
... Love yourself instead of hating me...
... Love yourself instead of hating me...
Fingertips
A vida vai torta
Jamais se endireita
O azar persegue
Esconde-se à espreita
Nunca dei um passo
Que fosse o correcto
Eu nunca fiz nada
Que batesse certo
E enquanto esperava
No fundo da rua
Pensava em ti
E em que sorte era a tua
Quero-te tanto! Quero-te Tanto!
De modo que a vida
É um circo de feras
E os entre tantos
São as minhas esperas
Nunca dei um passo
Que fosse o correcto
Eu nunca fiz nada
Que batesse certo
E enquanto esperava
No fundo da rua
Pensava em ti
E em que sorte era a tua
Quero-te tanto! Quero-te tanto!
Xutos & Pontapés
Porque as palavras aparecem em diferentes formas…
Porque as formas da vida dão-nos frutos que não esperamos. Porque muitas vezes esperamos frutos diferentes da semente que plantamos.
Por todas as razões. A música, por si só, conta-nos histórias, leva-nos a lugares viajando pelo ar. A música faz-nos fechar os olhos e ver coisas diferentes, ou pelo menos, de forma diferente.
Oiçam a bom som e de olhos fechados, a poesia desta guitarra de Dominic Frasca.
Mário L. Soares
O vazio do que está completamente cheio
O corpo que transporta a alma e se mantém estéril
Nada brota de um pântano podre!
Nada é, sem ser o que é… apenas.
Serei apenas o produto das partes?
A soma de tudo o que fui? E o que serei?
Onde entra o amor na equação?
Limpam-se armas em tempo de paz…
Recomeçar é apenas voltar a começar.
Novo fôlego tomo no fim de tudo
E sigo o caminho inicial… com a mesma vontade
E o mesmo querer.
Queira-me Deus consigo no fim
Porque nunca quis mal a ninguém.
Mário L. Soares
Quem somos, senão o que imperfeitamente
sabemos de um passado de vultos
mal recortados na neblina opaca,
imprecisos rostos metidos nas páginas
antigas de tomos cujas palavras
não são, de certo, as proferidas,
ou reproduzem sequer actos e gestos
cometidos. Ergue-se a lâmina:
metal e terra conhecem o sangue
em fronteiras e destinos pouco
a pouco corrigidos na memória
indecifrável das areias.
A lápide, que nomeia, não descreve
e a história que o historia,
eco vário e distorcido, é já
diversa e a si própria se entretece
na mortalha de conjecturados perfis.
Amanhã seremos outros. Por ora
nada somos senão o imperfeito
limbo da legenda que seremos.
Rui Knopfli
in "O Corpo de Atena"
Que felicidade desenrola dentro de mim
por debitar litros de palavras a rodos?
Nenhuma mesmo. Sinto tudo e nada.
Sinto tudo o que digo, e nada do que saiu…
Conto dias de vida hoje, e muito poucos
a ter para a frente. E tanto que me falta
fazer, e completar. Tanta vida por viver.
Debito pois, sim. Talvez assim possa ser livre.
Liberto-me do que não quero. Do que sinto.
Do que não sinto. Do que faz falta.
Vejo ao longe o que não tenho e minto.
Sou o que quero. Quero mais do que posso.
Rompo barreiras com o meu abraço.
Mas sei que daqui não passo.
Mário L. Soares
Ainda terás alento e pedra de canto,
Mito de Pégaso, patada de sangue da mentira,
Para cantar em sílabas ásperas o canto,
De rima em -anto, o pranto,
O amor, o apego, o sossego, a rima interna
Das almas calmas, isto e aquilo, o canto
Do pranto em pedra aparelhada a corpo e escopro,
O estupro de outrora, a triste vida dela, o canto,
Buraco onde te metes, duplamente: com falo,
Falas, fá-la chorar e ganir, com falo o canto
No buraco de grilo onde anoiteces,
No buraco de falso eremita onde conheces
Teu nada, o dela, o buraco dela, o canto
De pedra, sim, canteiro por cantares e aparelhares
Com ela em rua e cama o falo fá-la cheia,
Canteiro porque o falo a julga flores, o canto
Áspero do canteiro de pedra e sémen que tu és
(No buraco do falo falaste),
Tu, falazão de amor, que a amas e conheces.
Amas a quem? Conheces quem? Pobre Hipocrene,
Apolo de pataco, Camões binocular, poeta de merda,
Embora isso em sangue dessa pobre alma em ferida:
A dela, a tua, cadela a tua pura e fiel no canto
De lama e amor como não há no charco em torno,
Maravilhoso canto só de soprares na ponta a um corno
E logo a sílaba e o inferno te obedecem
E as dores íntimas dela nas tuas falas se conhecem,
Sua íntima vergonha inconfessada desponta,
Passiflora penada, pequenina vulva triste
Em teu sémen sarada e já livre de afronta:
O canto em pedra e voz, psicóide e bem vibrado,
Límpido como vidro a altas horas lavado,
Como o galo de bronze pela dor acordado,
No amor e na morte alevantado,
Da trampa mentirosa resgatado,
Como Dante o lavrou em pedra de Florença
E deus to deu de amor põe ela no atoleiro?
Flor menina de orvalho em amor verdadeiro?
Ainda terás amor e pedra de canto,
Fé nela e sua dor de arrependida e enganada,
Ou, enfim, amor a fogo dado e perdão puro...
Eu quero lá saber! Amor de Deus no canto
De misericórdia e paz, mesmo para os violentos
Da violência violeta, a breve miosótis
Ao canto unida e em tuas lágrimas orvalhada?
Cala-te e humilha-te como ela,
Ou é maior do que tu no canto
E a esta hora só bebe talvez água salgada,
Oh poeta de água doce!
Mas, antes de calar espada e voz, responde:
Ainda terás alento e pedra de canto
Para cantar estas coisas,
Encantar outra vez a donzela roubada ou niña morta,
Enfim, o teu amor?
Dize, lá, sem-vergonha,
Homem singelo:
Pois se nisto me mentes nunca mais a verás.
(Quem fala?)
Vitorino Nemésio
Quando passas à minha rua
Como um anjo que flutua
Os teus pés, nunca pisam o chão
E a cada passo teu
Sem saber, eu troco o meu
Como se pisasses o meu coração
E até as flores do jardim
Mudam de cor, ao ver-te assim
Eu já não posso mais conter
Esta ansiedade de te ver
Quem és tu...
Quem és tu... miúda
Nesse sobressalto, desse salto alto
Quem és tu... miúda
Que me atormentas, em câmara lenta
Quem és tu... miúda
Miúda quem és...
Há certos momentos em que eu acho
Que não passas de um golpe baixo
Fantasia, de um pobre coração
Cá vou eu de sentinela
Pôr-me à espreita, na janela
Nem sequer, sei se existes ou não
E até os velhos do jardim,
Mudam de tom ao ver-te assim
Eu já não posso mais conter
Esta ansiedade de te ver
Quem és tu... miúda
Quem és tu... miúda
Nesse sobressalto, desse salto alto
Quem és tu... miúda
Que me atormentas, em câmara lenta
Quem és tu... miúda
Quem és tu... miúda
Miúda quem és... miúda
Miúda quem és tu... miúda
Miúda quem és... miúda
Miúda, quem és tu... miúda
Miúda, miúda... miúda
Os Azeitonas
No fundo da avenida
Bebendo um capilé
Quarenta graus à sombra
Nas mesas de café
E aquela rapariga
Eu já não sei o que dizer
O que fazer
O que dizer
O que fazer
Aihaiaha
Mediterrâneo Agosto
Em pleno verão
Aihaiaha
O sol a pino e eu faço
Uma revolução
Aihaiaha
Parte um navio
Desce a maré
Vejo o céu vermelho
Tomara que estivesse a arder
E aquela rapariga
Eu já não sei o que dizer
O que fazer
O que dizer
O que fazer
Aihaiaha
Mediterrâneo Agosto
Em pleno verão
Aihaiaha
O sol a pino e eu faço
Uma revolução
Aihaiaha
Eu só te quero a ti
Eu só te quero para mim
Agosto aqui para mim
Só ter um fim
É ter-te a ti
Só para mim
Agosto aqui
Só para mim
Radar Kadafi
Se a minha amada um longo olhar me desse
Dos seus olhos que ferem como espadas,
Eu domaria o mar que se enfurece
E escalaria as nuvens rendilhadas.
Se ela deixasse, extático e suspenso
Tomar-lhe as mãos «mignonnes» e aquecê-las,
Eu com um sopro enorme, um sopro imenso
Apagaria o lume das estrelas.
Se aquela que amo mais que a luz do dia,
Me aniquilasse os males taciturnos,
O brilho dos meus olhos venceria
O clarão dos relâmpagos nocturnos.
Se ela quisesse amar, no azul do espaço,
Casando as suas penas com as minhas,
Eu desfaria o Sol como desfaço
As bolas de sabão das criancinhas.
Se a Laura dos meus loucos desvarios
Fosse menos soberba e menos fria,
Eu pararia o curso aos grandes rios
E a terra sob os pés abalaria.
Se aquela por quem já não tenho risos
Me concedesse apenas dois abraços,
Eu subiria aos róseos paraísos
E a Lua afogaria nos meus braços.
Se ela ouvisse os meus cantos moribundos
E os lamentos das cítaras estranhas,
Eu ergueria os vales mais profundos
E abateria as sólidas montanhas.
E se aquela visão da fantasia
Me estreitasse ao peito alvo como arminho,
Eu nunca, nunca mais me sentaria
Às mesas espelhentas do Martinho.
Cesário Verde
Bem mais que o tempo
Que nós perdemos
Ficou p’ra trás
Também o que nos juntou...
Ainda lembro
Que eu estava lendo
Só p’ra saber
O que você achou
Dos versos que eu fiz
E ainda espero
Resposta...
Desfaz o vento
O que há por dentro
Desse lugar
Que ninguém mais pisou...
Você está vendo
O que está acontecendo
Nesse caderno
Eu sei que ainda estão...
Os versos seus
Tão meus que peço
Nos versos meus
Tão seus que esperem
Que os aceite...
Em paz eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante...
Bem mais que o tempo
Que nós perdemos
Ficou p’ra trás
Também o que nos juntou...
Ainda lembro
Que eu estava lendo
Só p’ra saber
O que você achou...
Dos versos seus
Tão meus que peço
Dos versos meus
Tão seus que esperem
Que os aceite...
Em paz eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante...
Desfaz o vento
O que há por dentro
Desse lugar
Que ninguém mais pisou...
Você está vendo
O que está acontecendo
Nesse caderno
Sei que ainda estão...
Os versos seus
Tão meus que peço
Nos versos meus
Tão seus que esperem
Que os aceite...
Em paz eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante...
Skank
Uma obscura e inquieta castidade
pôs uma flor para mim no jardim mais secreto
num horizonte de graça e claridade
intangível e perto.
Promessa estática no luar
da densidade em mim corpórea,
não é a culpa, é a memória
da primeira manhã do pecado,
sem Eva e sem Adão.
Só o fruto provado
e a serpente enroscada
na minha solidão
Natália Correia
I will light the match this morning, so I won’t be alone
Watch as she lies silent, for soon night will be gone
Oh, I will stand arms outstretched, pretend I’m free to roam
Oh, I will make my way, through, one more day in hell...
How much difference does it make
How much difference does it make, yeah...
I will hold the candle till it burns up my arm
Oh, Ill keep taking punches until their will grows tired
Oh, I will stare the sun down until my eyes go blind hey,
I won’t change direction, and I won’t change my mind
How much difference does it make
how much difference does it make...how much difference...
I’ll swallow poison, until I grow immune
I will scream my lungs out till it fills this room
How much difference
How much difference does it make
Pearl Jam
Quem te apurou?
Como os anos passam por nós
É ver o tempo deixar-nos sós
E esperamos
Que justifiquem ou que nasça, pelo menos, alguma razão
Ao motivo pelo qual vai cedendo o corpo então
Aos anos
Sinto mais do que preciso
Perco a voz ganho juízo
E quem fui eu não sou mais
Mudam gostos ganho peso
Perco medos e cabelo
E quem fui eu não sou mais
Algo melhorou!
Ficámos sábios… pelo menos aos olhos dos outros
Ser responsável compete a poucos
A bem poucos....
Não dependemos, daqui para a frente, de ninguém
Quer dizer… O sexo agora implica quase sempre alguém
E ainda bem!!!!
Sinto mais do que preciso
Perco voz ganho juízo
E quem fui eu não sou mais
Mudam gostos ganho peso
Perco medos e cabelo
E quem fui eu não sou mais
Não choro as partes que estão para trás
Não concluo
O meu tempo não é uma canção
Que tem quase sempre rima certa, métrica e refrão
E esta... acabou.
Klepht
(Já é a terceira música que ‘posto' no meu ‘talentos’ destes meninos. Sei que estão por vossa conta – e não estamos todos? – e isso é sempre difícil. Espero sinceramente que continuem e que nos espantem com o vosso talento. Obrigado. Mário L. Soares)
Sitios interessantes (ou não)
CDS - Centro Democrático Social
Não asses mais carapaus fritos
PCP - Partido Comunista Português
PSD - Partido Social Democrata
Vida de um Português - grande brother!
Universidade
Motores de Busca
Dicionários e Enciclopédias