Ninguém a outro ama, senão que ama
O que de si há nele, ou é suposto.
Nada te pese que não te amem. Sentem-te
Quem és, e és estrangeiro.
Cura de ser quem és, amam-te ou nunca.
Firme contigo, sofrerás avaro
De penas.
Ricardo Reis
Que fado este que a minha vida revela? Que triste sina esta que me acompanha na despedida, na chegada, no prazer, no sofrimento? Sempre triste, funesta, sempre com lágrima, sempre almejando melhor e sendo sempre sentido.
Que fado é este que tenho cá dentro e me faz, me preenche e é aquilo que sou? Que derrota à partida é esta que me faz ganhar quando quero? Que pessimismo é que me vai na alma e me dá aquele grande optimismo do mal menor na maior tragédia sofrida?
Que fado é o meu? Que fado é o nosso?
Mudam-se os ventos mudam-se as vontades, pois então!
Mudemos para tanto o nosso fado, por quão grandes queremos ser, que nunca seremos maiores do que aquilo que quisermos ser.
Se somos bons quando queremos, sejamos então sempre os melhores, porque queremos e somos!
Farto estou de fados tristes e moribundos. Alegre-se a nossa tristeza – riremos das nossas faltas e amarguras.
Apontaremos o indicador a nós próprios, quais jograis e corte na mesma pessoa. Mas olhando nos olhos, sérios, com um sorriso.
Evolução fatídica e optimista. Eis a solução. Para o nosso fado… o meu fado…
Mário L. Soares
Talking away
I don't know what I'm to say
I'll say it anyway
today's another day to find you
Shying away
I'll be coming for you love O.K.
Take on me
Take me on
I'll be gone
in a day or two
So needless to say I'm odds and ends
But that's me, stumbling away
Slowly learning that life is O.K.
Say after me
It's no better to be safe than sorry.
Take on me
Take me on
I'll be gone
in a day or two.
The things that you say
Is it live or just to play
My worries away
You're all the things I've got to remember
You shying away
I'll be coming for you anyway
Take on me
Take me on
I'll be gone
in a day or two
A-HA
Em cada gesto perdido
Tu és igual a mim
Em cada ferida que sara
Escondida do mundo
Eu sou igual a ti
Fazes pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
Pintas o sol da cor da terra
E a lua da cor do mar
Em cada grito da alma
Eu sou igual a ti
De cada vez que um olhar
Te alucina e te prende
Tu és igual a mim
Fazes pinturas de sonhos
Pintas o sol na minha mão
E és mistura de vento e lama
Entre os luares perdidos no chão
Em cada noite sem rumo
Tu és igual a mim
De cada vez que procuro
Preciso um abrigo
Eu sou igual a ti
Faço pinturas de guerra
Que eu não sei apagar
E pinto a lua da cor da terra
E o sol da cor do mar
Em cada grito afundado
Eu sou igual a ti
De cada vez que a tremura
Desata o desejo
Tu és igual a mim
Faço pinturas de sonhos
E pinto a lua na tua mão
Misturo o vento e a lama
Piso os luares perdidos no chão
Mafalda Veiga e Jorge Palma
Se apenas por um dia formos Homens,
Se apenas por um dia fizermos paz,
Se apenas por um dia quisermos ouvir,
Se apenas por um dia beijarmos o outro,
Se apenas por um dia esquecermos o dinheiro,
Se apenas por um dia olharmos a beleza interior,
Se apenas por um dia não houvesse fome,
Se apenas por um dia não houvesse doença,
Se apenas por um dia não houvesse guerras,
Se apenas por um dia não houvesse violência,
Se apenas por um dia não houvesse ódio,
Se apenas por um dia houvesse apenas AMOR…
Então nesse dia o terra e o sol sorririam,
E então nesse dia a lua e mar, de felizes, casariam.
Mário L. Soares
Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara, e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a um términus de linha.
Álvaro de Campos
Nasci, faz hoje 35 anos…
Dia 25 de Agosto de 1973.
Era dia e estava calor.
Eram quatro e meia da tarde.
Desde que me conheço,
só num dos verões choveu…
Este é normalmente um dia de céu azul.
E em muitos o mais quente do ano.
O sol deste dia, como todos, é para todos.
Mas para mim, foi sempre especial,
foi sempre em férias, com os meus amigos
mais chegados e com a família.
Bolos, bebidas e festa; o parabéns tradicional…
Hoje é a trigésima quinta vez que o festejo…
Se considerarmos que a esperança média
de vida à nascença em Portugal é agora de 73,5
anos de idade, no próximo ano terei completado
metade da minha vida…
É caso para analisar se completarei metade,
ou se me falta ainda metade da vida…
Como se de copo vazio ou cheio falássemos.
Seja como for, cumpre hoje dizer o seguinte:
Tudo na minha vida foi vivido com gosto.
De todo o muito que me falta viver, vivê-lo-ei intensamente.
Irei a concertos, cinemas, teatros e espectáculos.
Andarei de bicicleta e partirei todos os ossos que puder.
Beberei sem conduzir, todo o vinho que conseguir,
e pararei quando não me estiver a saber bem.
Farei dietas para olhar-me ao espelho e gostar
do que vejo, mas não direi não ao maior bolo
cheio de creme, se me estiver a apetecer.
Viajarei e conhecerei tudo o que puder.
Respeitarei os vizinhos, o viajante
e o amigo que me visita.
Exigirei respeito dos que me rodeiam,
para que não me pisem.
Realizarei todos os sonhos que me proponho,
sem deixar que ninguém me chame louco,
ou que me diga que não é possível.
Ganharei dinheiro para me manter
e para poder ajudar quem precisa.
Pagarei as dividas que contrair,
antes dos meus dias acabarem,
mesmo que para isso tenha que viver
outra vida a trabalhar.
Ajudarei o meu amigo, mesmo que
o tenha conhecido há um minuto.
Brincarei com os amigos, como uma criança,
e com as crianças, tratando-as
como a um adulto.
Tratarei uma criança como um filho,
um ancião com se meu pai ou avô se tratasse,
e o semelhante, como a um irmão ou irmã.
Serei bom trabalhador ou patrão…
Serei bom filho, e serei bom pai…
Serei bom amigo e bom marido…
Darei flores, presentes e beijos…
Farei sexo diariamente…
E amarei! Com todas as forças,
e enquanto estiver vivo, amarei…
Amarei sempre com toda a energia e querer!
Se ninguém quiser o meu amor, amarei apenas a vida, a minha, então…
para que ela me ame a mim!
Mário L. Soares
Ridículo!
Estas palavras são ridículas! Como todas as palavras de amor são ridículas!
Não seriam de amor se não fossem ridículas! Estas, de tão ridículas, por analisarem o amor, são duplamente ridículas. Tão ridiculamente ridículas que é ridículo o quanto elas são!
Mas ridículo é aquele que nunca amou, não foi ridículo, e que não experimentou o ridículo do ciúme e a dor do amor ridículo!
Já fui ridículo, e ainda sou ridículo.
Serei sempre ridículo, porque mesmo que dure apenas um momento, prefiro um momento ridículo, que uma eternidade a chamar ridículo aos outros!
Mário L. Soares
(inspirado em "Todas as cartas de amor são ridículas" de Álvaro de Campos - heterónimo de Fernando Pessoa)
Come as you are, as you were, as I want you to be.
As a friend, as a friend, as an known enemy.
Take your time, hurry up, choice is yours, don't be late.
Take a rest, as a friend, as an old memory…
Memory... Memory... Memory…
Come doused in mud, soaked in bleach, as I want you to be.
As a trend, as a friend, as an old memory…
Memory... Memory... Memory...
Well I swear that I don't have a gun
No, I don't have a gun
No, I don't have a gun
Memory... Memory... Memory...
And I swear that I don't have a gun
No, I don't have a gun
No, I don't have a gun
No, I don't have a gun
No, I don't have a gun
(Memory... Memory...)
Nirvana
Droga-nos o Verão com o sol e a luz
Traz-nos energia de dentro e cor
Dá-nos a força que queremos e amor
Azul em ondas do calor que produz
Abre as portas à praia e ao mar e corpos nus
Beija a nossa pele e sabe a licor
Dança ao som de um compasso sedutor
Embebeda o incauto, e à beleza faz jus
Gosto de o ver. Por vezes não quero…
Outras adoro, por tanto não o ter
No frio desejo, no calor desespero…
Trai-nos a todos, porque não diz que tem fim!
Vem calmo, entra à força e abandona o mundo
Visita, sem favor pedir e vai-se… assim…
Mário L. Soares
[ Sinatra: ]
Tall and tan and young and lovely
The girl from Ipanema goes walking
And when she passes, each one
she passes goes - ah
When she walks, she's like a samba
That swings so cool and sways so gentle
That when she passes, each one
she passes goes - ah
(Ooh) But I watch her so sadly
How can I tell her I love her
Yes I would give my heart gladly
But each day, when she walks to the sea
She looks straight ahead, not at me
Tall, (and) tan, (and) young, (and) lovely
The girl from Ipanema goes walking
And when she passes, I smile
- but she doesn't see
(doesn't see)
[ Tom Jobim: ]
Olha que coisa mais linda
mais cheia de graça
É ela menina que vem e que passa
Num doce balanço a caminho do mar...
Moça do corpo dourado do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que
eu já vi passar...
[ Sinatra: ]
(Ooh) But I watch her so sadly
[ Tom Jobim: ]
(Ahh) porque tudo é tão triste
[ Sinatra: ]
Yes, I would give my heart gladly
But each day, when she walks to the sea
She looks straight ahead, not at me
Tall, and tan, and young, and lovely
The girl from Ipanema goes walking
And when she passes, I smile -
but she doesn't see
[ Tom Jobim: ]
Por causa do amor
[ Sinatra: ]
She just doesn't see
[ Tom Jobim: ]
Nem olha para mim
[ Sinatra: ]
She never sees me
[ Tom Jobim: ]
Por causa do Amor...
Tom Jobim & Frank Sinatra
Pobre vida a minha que não existe!
Existe, sim, vida para além da vista!
Estou menos mal, para outros diz-se…
Não quero mais que o voo de um trapezista…
Para que estou cá, nesta montanha?
Qual é o propósito da minha vinda?
Pôr a mão no mundo, que façanha?
Questão que em mim persiste ainda…
A mão quer alcançar o invisível…
Quer ir além da Taprobana num instante…
Agarrar o sentimento sempre possível…
Perceber aquele nosso olhar errante…
Estou aqui, para a mim me entender.
Vou, para o mundo amar e esquecer.
Mário L. Soares
Chove...
Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir a chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?
Chove...
Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.
José Gomes Ferreira
Falta-nos acreditar… Falta-nos fé… Não em divindades e coisas sobrenaturais,
Mas sim em nós próprios.
Vamos acreditar que conseguimos. Vamos sonhar com o topo. Se tivermos o topo em vista, então o topo é possível alcançar. Se apenas metade da montanha almejarmos então o melhor que conseguiremos é essa metade! E nunca o topo!
O mal de não conseguir está no querer pouco, ou querer muito e desejar pouco. O sonho comanda a vida.
O sonho, o objectivo, a meta é o que nos move.
Força Portugal – eu acredito!
Mário L. Soares
Acabemos com este maelstrom de chá morno!
Mandem descascar batatas simbólicas a quem disser que não há tempo para a criação!
Transformem em bonecos de palha todos os pessimistas e desiludidos!
Despejem caixotes de lixo à porta dos que sofrem da impotência de criar!
Rejeitem o sentimento de insuficiência da nossa época!
Cultivem o amor do perigo, o hábito da energia e da ousadia!
Virem contra a parede todos os alcoviteiros e invejosos do dinamismo!
Declarem guerra aos rotineiros e aos cultores do hipnotismo!
Livrem-se da choldra provinciana e da safardanagem intelectual!
Defendam a fé da profissão contra atmosferas de tédio ou qualquer resignação!
Façam com que educar não signifique burocratizar!
Sujeitem a operação cirúrgica todos os reumatismos espirituais!
Mandem para a sucata todas as ideias e opiniões fixas!
Mostrem que a geração portuguesa do século XXI dispõe de toda a força criadora e construtiva!
Atirem-se independentes prá sublime brutalidade da vida!
Dispensem todas as teorias passadistas!
Criem o espírito de aventura e matem todos os sentimentos passivos!
Desencadeiem uma guerra sem tréguas contra todos os "botas de elástico"!
Coloquem as vossas vidas sob a influência de astros divertidos!
Desafiem e desrespeitem todos os astros sérios deste mundo!
Incendeiem os vossos cérebros com um projecto futurista!
Criem a vossa experiência e sereis os maiores!
Morram todos os derrotismos! Morram! PIM!
José de Almada Negreiros
Sitios interessantes (ou não)
CDS - Centro Democrático Social
Não asses mais carapaus fritos
PCP - Partido Comunista Português
PSD - Partido Social Democrata
Vida de um Português - grande brother!
Universidade
Motores de Busca
Dicionários e Enciclopédias