Eu não sei se é o acaso que sabe seduzir, ou se é o encontro entre duas possibilidades cortantes, jamais saciadas, que nos faz violentar o pacato sossego do casto, em prol da urgente e consentida arrogância de querer. Agora, quiçá pra sempre! O querer é violento e rouba fidelidade das mais nobres intenções. Estupor para com o pecado alheio. Em sendo o nosso, não haverá nunca demérito numa cama dividida. E bem dividida! "Te acaricio a margem neutra dos cabelos enquanto te lambo a virilha". A frase aquecida de sentido-instinto é feto de desenvolvimento instantâneo: já nasce na concepção. E tua pressa dentro de mim rosnando amanhãs. E tudo mais é o amanhã. Caminhos supostos, valores imbricados uns nos outros, como as telhas de um telhado, ou as escamas do peixe. A pressa de dizer o que é o certo, enquanto se tira a roupa de baixo para o banho. Não haverá crime de que eu não me arrependa. Não haverá crime que eu não volte a cometer. É lancinante o verbo da manhã acordando o sol num despertar magnífico de pássaros; meio raio, meio gente, instigando o teu jeito manso de me dizer sim. À borda do cálice de intrigas, peço um espumante e trago comigo a fumaça do grito de alerta. Ontem à noite foi ontem à noite. Resta o amanhã entre o ontem e o presente. Eu vou ser é mais elipse, mais anacoluto, esquecer a condicional porque se eu te merecesse, eu não te idealizaria. E as cortinas ventam soluços esquecidos num momento de senão. E a horda toda roça esse emplastro-medo de viver na cara da gente. Medicamento que amolece e adere no corpo, adere na alma, mas não se converte no remendo que remendei. Remédio fajuto. Há de ser o medo do sono, o medo de sonhar. Uso minha cama pra dizer adeus. E vou.
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