No fundo da avenida
Bebendo um capilé
Quarenta graus à sombra
Nas mesas de café
E aquela rapariga
Eu já não sei o que dizer
O que fazer
O que dizer
O que fazer
Aihaiaha
Mediterrâneo Agosto
Em pleno verão
Aihaiaha
O sol a pino e eu faço
Uma revolução
Aihaiaha
Parte um navio
Desce a maré
Vejo o céu vermelho
Tomara que estivesse a arder
E aquela rapariga
Eu já não sei o que dizer
O que fazer
O que dizer
O que fazer
Aihaiaha
Mediterrâneo Agosto
Em pleno verão
Aihaiaha
O sol a pino e eu faço
Uma revolução
Aihaiaha
Eu só te quero a ti
Eu só te quero para mim
Agosto aqui para mim
Só ter um fim
É ter-te a ti
Só para mim
Agosto aqui
Só para mim
Radar Kadafi
Descapotável pela ponte o cabelo a voar
o calor abrasador e a pressa de chegar
óculos escuros da Ray Ban e o cantante a partir
a cassete dos Ramones para a gente curtir
Aqui vou eu
para a costa
aqui vou eu vou cheio de pica
de Lisboa vou fugir
vou pó sol da Caparica
Abancados na esplanada mesmo à beira do mar...
cerveja na mesa para refrescar
ao longo da praia sob o sol de verão...
as miúdas da costa são uma tentação
por isso vou
para a costa
por isso vou cheio de pica
viro costas a Lisboa
vou pó sol da Caparica
e assim vamos gozando as ferias de verão...
tenho o sol da Caparica mesmo aqui à mão
Aqui vou eu
aqui vou eu
de Lisboa vou fugir...vou para o Sol da Caparica
Peste & Sida
O calor, o amor e as amoras.
O suor que nos cola as camisolas.
Em redor, o fragor de uma ribeira.
Por brincadeira,
colho-t'um beijo!
Junto aos ramos d'uma amoreira.
Ruborizam-se as faces
nem sei bem de que maneira!
Será do calor que se sente?
Ou pelo facto de um adolescente
ser inexperiente na matéria?
Por reflexo mergulhámos
os dois juntos na água fria.
Sem jeito, mal disfarçámos
a atracção que se sentia!
O teu corpo que se revela
na transparência da camisola
És tão bela, mulher formada!
Fizemos amor dentro de água.
A primeira vez! Numa ribeira!
Vicente Roskopt
Porque é verão e adorar o sol, beber e dançar é preciso, aqui vos deixo a incrível Vanessa Mae, com este Red Hot.
Muito bom som…
Mário L. Soares
Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.
Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.
Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:
Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.
William Shakespeare
(Madeira - Janeiro de 2009)
Procuro a vida
que sei que tenho,
a mulher que sei que é a minha,
o filho que amo,
o emprego que quero,
o sol que me doura,
a chuva que molha.
Procuro o pássaro
que voa sobre mim,
o brilho de orvalho na manhã,
a penumbra de um fim de tarde,
o calor de uma noite fria,
um refresco no calor de um Verão,
um beijo colorido pelo almoço.
Procuro e não encontro,
Está lá e não está…
Quero o que quero quando quero,
não amanhã, depois de amanhã, depois, depois…
Já não quero. Depois não. Não quero.
Não procuro…
Mário L. Soares
I
No campo; eu acho nele a musa que me anima:
A claridade, a robustez, a acção.
Esta manhã, saí com minha prima,
Em quem eu noto a mais sincera estima
E a mais completa e séria educação.
II
Criança encantadora! Eu mal esboço o quadro
Da lírica excursão, de intimidade.
Não pinto a velha ermida com seu adro;
Sei só desenho de compasso e esquadro,
Respiro indústria, paz, salubridade.
III
Andam cantando aos bois; vamos cortando as leiras;
E tu dizias: "Fumas? E as fagulhas?
Apaga-o teu cachimbo junto às eiras;
Colhe-me uns brincos rubros nas ginjeiras!
Quanto me alegra a calma das debulhas!"
IV
E perguntavas sobre os últimos inventos
Agrícolas. Que aldeias tão lavadas!
Bons ares! Boa luz! Bons alimentos!
Olha: Os saloios vivos, corpulentos,
Como nos fazem grandes barretadas!
V
Voltemos. Na ribeira abundam as ramagens
Dos olivais escuros. Onde irás?
Regressam os rebanhos das pastagens;
Ondeiam milhos, nuvens e miragens,
E, silencioso, eu fico para trás.
VI
Numa colina azul brilha um lugar caiado.
Belo! E arrimada ao cabo da sombrinha,
Como teu chapéu de palha, desabado,
Tu continuas na azinhaga; ao lado
Verdeja, vicejante, a nossa vinha.
VII
Nisto, parando, como alguém que se analisa,
Sem desprender do chão teus olhos castos,
Tu começastes, harmónica, indecisa,
A arregaçar a chita, alegre e lisa
Da tua cauda um poucochinho a rastos.
VIII
Espreitam-te, por cima, as frestas dos celeiros;
O sol abrasa as terras já ceifadas,
E alvejam-te, na sombra dos pinheiros,
Sobre os teus pés decentes, verdadeiros,
As saias curtas, frescas, engomadas.
IX
E, como quem saltasse, extravagantemente,
Um rego de água sem se enxovalhar,
Tu, a austera, a gentil, a inteligente,
Depois de bem composta, deste à frente
Uma pernada cómica, vulgar!
X
Exótica! E cheguei-me ao pé de ti. Que vejo!
No atalho enxuto, e branco das espigas
Caídas das carradas no salmejo,
Esguio e a negrejar em um cortejo,
Destaca-se um carreiro de formigas.
XI
Elas, em sociedade, espertas, diligentes,
Na natureza trémula de sede,
Arrastam bichos, uvas e sementes;
E atulham, por instinto, previdentes,
Seus antros quase ocultos na parede.
XII
E eu desatei a rir como qualquer macaco!
"Tudo não as esmagares contra o solo!"
E ria-me, eu ocioso, inútil, fraco,
Eu de jasmim na casa do casaco
E de óculo deitado a tiracolo!
XIII
"As ladras da colheita! Eu se trouxesse agora
Um sublimado corrosivo, uns pós
De solimão, eu, sem maior demora,
Envenená-las-ia! Tu, por ora,
Preferes o romântico ao feroz.
XIV
Que compaixão! Julgava até que matarias
Esses insectos importunos! Basta.
Merecem-te espantosas simpatias?
Eu felicito suas senhorias,
Que honraste com um pulo de ginasta!"
XV
E enfim calei-me. Os teus cabelos muito loiros
Luziam, com doçura, honestamente;
De longe o trigo em monte, e os calcadoiros,
Lembravam-me fusões de imensos oiros,
E o mar um prado verde e florescente.
XVI
Vibravam, na campina, as chocas da manada;
Vinham uns carros e gemer no outeiro,
E finalmente, enérgica, zangada,
Tu inda assim bastante envergonhada,
Volveste-me, apontando o formigueiro:
XVII
"Não me incomode, não, com ditos detestáveis!
Não seja simplesmente um zombador!
Estas mineiras negras, incansáveis,
São mais economistas, mais notáveis,
E mais trabalhadoras que o senhor."
Cesário Verde
(foto retirada da internet - desconheço o autor)
Há dias em que julgamos
que todo o lixo do mundo
nos cai em cima
depois ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam
não lhes sei o nome
uma ou outra parece-me comigo
quero eu dizer :
com o que fui
quando cheguei a ser luminosa
presença da graça
ou da alegria
um sorriso abre-se então
num verão antigo
e dura
dura ainda.
Eugénio de Andrade
Droga-nos o Verão com o sol e a luz
Traz-nos energia de dentro e cor
Dá-nos a força que queremos e amor
Azul em ondas do calor que produz
Abre as portas à praia e ao mar e corpos nus
Beija a nossa pele e sabe a licor
Dança ao som de um compasso sedutor
Embebeda o incauto, e à beleza faz jus
Gosto de o ver. Por vezes não quero…
Outras adoro, por tanto não o ter
No frio desejo, no calor desespero…
Trai-nos a todos, porque não diz que tem fim!
Vem calmo, entra à força e abandona o mundo
Visita, sem favor pedir e vai-se… assim…
Mário L. Soares
Suave brisa que me tocas a cara
E afagas o cabelo para o lado,
Fazes esquecer o quente do Verão,
Refrescas e revigoras levemente…
Beijas-me a face e provocas-me,
Sinto a tua massagem total,
Envolve-me o corpo e plano
Pelo ar, como um pássaro.
Mudas a direcção e brincas…
Sorrio para ti – és apenas vento;
No entanto, és mais do que eu,
És tudo o que de etéreo pode ser real.
Levanto-me e estou bem…
O mar está à minha frente,
Tenho-o na mão e é meu.
Estou só, mas estou comigo.
Mário L. Soares
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PCP - Partido Comunista Português
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