Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 2010

Perdoa-me

 

 

Perdoa-me por tudo o que te fiz.

Perdoa-me o que não te fiz.

O perdão é importante questão.

E também seja levante o esquecimento.

O amor é eterno como o firmamento

externo e o lamento.

Perdão te peço de todo o meu fundo.

Perdão que não meço do tamanho do mundo.

Esquecer é preciso…

 

Sejam ventos os pensamentos

que apenas passam.

Levam o tempo que

no momento lavram.

 

Esqueço-me de mim e arrefeço-me.

Pertenço ao querer e ao lenço.

Vivo na história da memória do meu livro.

Esqueço da dor,

lembro o fervor do amor.

Perco-me em mim no labirinto

que sinto.

Sou forte e olho de frente

a morte pendente.

Espero a sorte que note

que vi e que estou aqui.

 

Oh, vida, que não queres perdão

perdida assim p’lo chão.

Nascida de azul berço,

Que mereço ser querida.

 

Perdoa-me vida. Perdoa-me sorte.

 

Perdoa-me a morte.

 

Mário L. Soares

 

publicado por Lagash às 16:11
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Quinta-feira, 14 de Janeiro de 2010

Felicidade

 

 

Pela flor pelo vento pelo fogo

Pela estrela da noite tão límpida e serena

Pelo nácar do tempo pelo cipreste agudo

Pelo amor sem ironia – por tudo

Que atentamente esperamos

Reconheci a tua presença incerta

Tua presença fantástica e liberta

 

Sophia de Mello Breyner Andresen

 

publicado por Lagash às 16:13
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Quinta-feira, 31 de Dezembro de 2009

Hoje é dia de festa!

 

 

Festejamos o ano que termina, o novo que começa, fechamos a porta ao passado resolvendo as questões pendentes, olhamos o futuro com optimismo e determinação na certeza que o amanhã será melhor do que hoje… MAS QUEM É QUE ANDAMOS A ENGANAR?

 

Antes do nascimento de Cristo um imperador romano acrescentou dois meses ao calendário que conhecemos hoje (no caso Janeiro e Fevereiro) por uma questão de superstição, já que antes disso o ano tinha apenas 304 dias. Assim, se não fosse este imperador, estaríamos a comemorar – absolutamente nada a não ser a passagem de um dia para outro.

 

A necessidade do ser humano de dividir o tempo em blocos estáticos e recordar datas específicas prende-se não só para a obvia organização do tempo, mas também e principalmente para conseguir terminar ciclos temporais significativos nas nossas vidas. Desta forma, conseguimos o “para o próximo ano tudo irá correr melhor”, ou “que o ano novo seja tudo o que este não foi”.

 

É a esperança no amanhã que necessitamos que nos obriga a dividir o tempo.

 

O tempo, esse é cada minuto. O tempo é cada segundo que passa, se queremos dividi-lo. Mas é um contínuo, é um ininterrupto continuar e correr de areia numa ampulheta. Não pára!

 

Vivê-lo como se fosse o último grão de areia é a nossa função. Festejar cada MINUTO NOVO! Cada SEGUNDO NOVO! Cada GRÃO DE AREIA NOVO!

 

Vamos dizer aos amigos e família – Feliz GRÃO DE AREIA! – Mas todos os minutos! Todos os segundos e todos os grãos!

 

E como dizia o Solnado: “Façam favor de ser felizes!”

 

Mário L. Soares

 

publicado por Lagash às 16:21
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Quarta-feira, 8 de Julho de 2009

Shelley sem anjos e sem pureza

 

 

Shelley sem anjos e sem pureza,

aqui estou à tua espera nesta praça,

onde não há pombos mansos mas tristeza

e uma fonte por onde a água já não passa.

 

Das árvores não te falo pois estão nuas;

das casas não vale a pena porque estão

gastas pelo relógio e pelas luas

e pelos olhos de quem espera em vão.

 

De mim podia falar-te, mas não sei

que dizer-te desta história de maneira

que te pareça natural a minha voz.

 

Só sei que passo aqui a tarde inteira

tecendo estes versos e a noite

que te há-de trazer e nos há-de de deixar sós

 

Eugénio de Andrade

in As Mãos e os Frutos

 

publicado por Lagash às 16:22
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Quarta-feira, 24 de Junho de 2009

Carta (esboço)

 

 

Lembro-me agora que tenho de marcar um

encontro contigo, num sítio em que ambos

nos possamos falar, de facto, sem que nenhuma

das ocorrências da vida venha

interferir no que temos para nos dizer. Muitas

vezes me lembrei que esse sítio podia

ser, até, um lugar sem nada de especial,

como um canto de café, em frente de um espelho

que poderia servir até de pretexto

para reflectir a alma, a impressão da tarde,

o último estertor do dia antes de nos despedirmos,

quando é preciso encontrar uma fórmula que

disfarce o que, afinal, não conseguimos dizer. É

que o amor nem sempre é uma palavra de uso,

aquela que permite a passagem à comunicação

mais exacta de dois seres, a não ser que nos fale,

de súbito, o sentido da despedida, e cada um de nós

leve, consigo, o outro, deixando atrás de si o próprio

ser, como se uma troca de almas fosse possível

neste mundo. Então, é natural que voltes atrás e

me peças: «Vem comigo!», e devo dizer-te que muitas

vezes pensei em fazer isso mesmo, mas era tarde,

isto é, a porta tinha-se fechado até outro

dia, que é aquele que acaba por nunca chegar, e então

as palavras caem no vazio, como se nunca tivessem

sido pensadas. No entanto, ao escrever-te para marcar

um encontro contigo, sei que é irremediável o que temos

para dizer um ao outro: a confissão mais exacta, que

é também a mais absurda, de um sentimento; e, por

trás disso, a certeza de que o mundo há-de ser outro no dia

seguinte, como se o amor, de facto, pudesse mudar as cores

do céu, do mar, da terra, e do próprio dia em que nos vamos

encontrar; que há-de ser um dia azul, de verão, em que

o vento poderá soprar do norte, como se fosse daí

que viessem, nesta altura, as coisas mais precisas,

que são as nossas: o verde das folhas e o amarelo

das pétalas, o vermelho do sol e o branco dos muros.

 

Nuno Júdice

 

publicado por Lagash às 16:16
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Terça-feira, 23 de Junho de 2009

Um nome escrito no tempo

 

(foto de Janosch Simon) 

 

 

Teu nome antes mesmo do caderno

teu nome na negra lousa eu o escrevi

eu o escrevi e apaguei e se perdeu e renasceu

teu nome efémero teu nome eterno

teu nome onde eras tu mesmo sem ti

teu nome eu o escrevi eu o perdi

teu nome que saiu das folhas para o mundo

apesar da tinta que lentamente esmaeceu

teu nome eu o escrevi e se inscreveu

de tal modo dentro de mim tão fundo

que já não sei se és tu ou eu.

 

Teu nome em toda a parte eu o escrevi

nas árvores nas águas nas areias

no caderno e na lousa o andei compondo

no sangue que circula em minhas veias

teu nome eu o perdi eu o perdi

e quando o chamo eu mesmo é que respondo.

 

Manuel alegre

 

publicado por Lagash às 16:05
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Terça-feira, 12 de Maio de 2009

O tempo que passa passou

 

 

Passo por todos os minutos do tempo

Pergunto-me se os vi e senti…

Esqueço e sei que os perdi…

Passam segundos lentos no vento.

 

Não sei como parar o andamento

Daquelas gordas horas da tarde,

Quando o coração de amor arde,

Acelerando o ritmo do batimento.

 

Sigo a marcha da fila eterna,

Que corre sem termo pela rua

Certo que passará lua após lua.

 

Não sei então se saberei

Num ápice quando olhar para o fim

O tempo que resta para mim.

 

Mário L. Soares

 

publicado por Lagash às 16:04
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Quinta-feira, 30 de Abril de 2009

Mário Persona #3 - Administração do tempo

 

 

Administração do tempo. Como dividir as tarefas diárias. Definição de prioridades.

 

Um tema fantástico pelo Mário Persona.

 

Muito bom - para ver ouvir e aprender.

 

Mário L. Soares

 

publicado por Lagash às 16:17
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Segunda-feira, 21 de Janeiro de 2008

Falta de tempo

 

 

"A «falta de tempo» é a desculpa de quem «perde tempo» por «falta de método»" - Renato Kehl

publicado por Lagash às 18:37
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Declaração

Declaro que a responsabilidade de todos os textos / poesia / prosa publicados é minha no respeitante à transcrição dos mesmos. Faço todos os possíveis para contactar o(s) autor(es) dos trabalhos a fim de autorizarem a publicação, na impossibilidade de o fazer, caso assim o entenda o autor ou representante legal deverá contactar-me a fim de que o mesmo seja retirado - o que será feito assim que receba a informação. Os trabalhos assinados "Mário L. Soares" são de minha autoria e estão protegidos com a lei dos direitos de autor vigente. Quanto às fotografias, todas, cujo autor não esteja identificado, são de "autor desconhecido" - caso surja o respectivo autor de alguma, queira por favor contactar-me para proceder à sua identificação e se for caso disso retirada do blog. Às restantes fotografias aplicarei o mesmo princípio dos trabalhos escritos. Obrigado. Mário L. Soares - lagash.blog@sapo.pt

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