Será que é a morte que chama por mim?
Será que caí em sorte e me enterram na lama?
Por que nada ouço?
Por que não te ouço?
Sinto-me fraco,
sinto-me outro,
noutra condição que não a humana.
Ainda me recordo de ti...
Talvez tu, também, de mim!
Mas já é tarde... e escurece.
Fecham-se-m'os olhos
cobertos pela lama.
Acordo.
Imagem fraca e diluída.
Senti-me só.
Senti tanta agonia.
Não te senti, meu amor.
Senti que havia chegado a minha hora.
Procuro-te na cama:
"Como senti a tua falta!"
Chego-me junto a ti
e abraço-te tal como no primeiro dia.
Vicente Roskopt
mais poesia do Vicente Roskopt em http://osedutorfarsolas.blogspot.com/
Aproximo-me da noite
o silêncio abre os seus panos escuros
e as coisas escorrem
por óleo frio e espesso
Esta deveria ser a hora
em que me recolheria
como um poente
no bater do teu peito
mas a solidão
entra pelos meus vidros
e nas suas enlutadas mãos
solto o meu delírio
É então que surges
com teus passos de menina
os teus sonhos arrumados
como duas tranças nas tuas costas
guiando-me por corredores infinitos
e regressando aos espelhos
onde a vida te encarou
Mas os ruídos da noite
trazem a sua esponja silenciosa
e sem luz e sem tinta
o meu sonho resigna
Longe
os homens afundam-se
com o caju que fermenta
e a onda da madrugada
demora-se de encontro
às rochas do tempo
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
Soneto I
Formosura, e Morte, advertidas por um corpo belíssimo, junto à sepultura.
("Weeping Angel" no Friendship Cemitery em Colombus, Mississipi, por Natalie Maynor)
Armas do amor, planetas da ventura
Olhos, adonde sempre era alto dia,
Perfeição, que não cabe em fantasia,
Formosura maior que a formosura:
Cova profunda, triste, horrenda, escura,
Funesta alcova de morada fria,
Confusa solidão, só companhia,
Cujo nome melhor é sepultara:
Quem tantas maravilhas diferentes
Pode fazer unir, senão a morte?
A morte foi em sem-razões mais rara.
Tu, que vives triunfante sobre as gentes.
Nota (pois te ameaça uma igual sorte)
Donde pára a beleza, e no que pára.
Dom Francisco Manuel de Melo
Espero, por ti eu espero,
Aguardo uma palavra tua,
A tua boca anseio e quero…
Beija-la e olhá-la nua…
Tenho esperança, por ti,
Gostava de apenas te ver,
Recordo, e aguardo aqui…
Na ilusão de um dia te ter.
Abraço a minha solidão,
Seguro o meu impulso,
Choro sobre o meu coração.
Só, fico, farrapo, sem ti,
Olho os cantos… imagino,
Penso, para mim, tu estás aqui.
Mário L. Soares
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