Domingo, 27 de Dezembro de 2009

Natal

 

 

Natal. Na província neva.

Nos lares aconchegados

Um sentimento conserva

Os sentimentos passados.

 

Coração oposto ao mundo,

Como a família é verdade!

Meu pensamento é profundo,

Estou só, e sonho saudade.

 

E como é branca de graça

A paisagem que não sei,

Vista de trás da vidraça

Do lar que nunca terei.

 

Fernando Pessoa

 

publicado por Lagash às 16:24
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Quinta-feira, 12 de Novembro de 2009

Escreve-me

 

 

Escreve-me! Ainda que seja só

Uma palavra, uma palavra apenas,

Suave como o teu nome e casta

Como um perfume casto d'açucenas!

 

Escreve-me! Há tanto, há tanto tempo

Que te não vejo, amor! Meu coração

Morreu já, e no mundo aos pobres mortos

Ninguém nega uma frase d'oração!

 

"Amo-te!" Cinco letras pequeninas,

Folhas leves e tenras de boninas,

Um poema d'amor e felicidade!

 

Não queres mandar-me esta palavra apenas?

Olha, manda então... brandas... serenas...

Cinco pétalas roxas de saudade...

 

Florbela Espanca

 

publicado por Lagash às 16:17
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Sexta-feira, 6 de Novembro de 2009

Saudade

 

 

Quantas saudades

Da minha infância

Fui tão feliz

Quando em criança

 

Tinha bonecas

Feitas de trapos

De pele grosseira

Os meus sapatos

 

Gorros de lã

Minha mãe fazia

Leite de cabra

Muito eu bebia

 

Junto à lareira

Histórias me contava

Meu querido pai

Que eu tanto amava

 

Quando chegar o meu fim

P’ra junto dele quero ir

Virá um anjo do céu

P’ro caminho conduzir

 

Ermelinda Miranda

in Quadras Soltas (Saudade)

 

publicado por Lagash às 16:19
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Terça-feira, 15 de Setembro de 2009

Morreu Patrick Swayze


Dirty Dancing - Final Dance - Time of my Life
Enviado por Schutzengerl1205. - Televisão clássica online

 

 

Partiste cedo Patrick. Hoje deixaste-nos mais pobres, tinhas 57 anos. Nunca recebeste um oscar, nem tiveste grandes oportunidades como tantos outros a quem lhes foi dado o mundo. Lutaste na vida para conseguir o que quiseste. Jogaste futebol americano, foste bailarino e actor.

 

O Dirty Dancing e o Ghost ficarão para sempre nas nossas memórias.

 

Um cancro no pâncreas levou-te. Deixa-nos saudade.

 

I hope you’ve had the time of your life while you were here…

 

Mário L. Soares

 

I've had the time of my life

 

Now I've had the time of my life

No I never felt like this before

Yes I swear it's the truth

And I owe it all to you

'Cause I've had the time of my life

And I owe it all to you

 

I've been waiting for so long

Now I've finally found someone

To stand by me

We saw the writing on the wall

As we felt this magical

Fantasy

 

Now with passion in our eyes

There's no way we could disguise it

Secretly

So we take each other's hand

'Cause we seem to understand

The urgency

Just remember

 

You're the one thing

I can't get enough of

So I'll tell you something

This could be love because

 

I've had the time of my life

No I never felt this way before

Yes I swear it's the truth

And I owe it all to you

 

Hey, baby

 

With my body and soul

I want you more than you'll ever know

So we'll just let it go

Don't be afraid to lose control, no

Yes I know what's on your mind

When you say, "Stay with me tonight"

Just remember

 

You're the one thing

I can't get enough of

So I'll tell you something

This could be love because

 

I've had the time of my life

No I never felt this way before

Yes I swear it's the truth

And I owe it all to you

 

 

But I've had the time of my life

And I've searched though every open door

Till I found the truth

And I owe it all to you

 

Now I've had the time of my life

No I never felt this way before

Yes I swear it's the truth

And I owe it all to you

 

I've had the time of my life

No I never felt this way before

Yes I swear it's the truth

And I owe it all to you

 

'Couse I've had the time of my life

And I've searched though every open door

Till I found the truth

And I owe it all to you...

 

Bill Medley & Jennifer Warnes

 

publicado por Lagash às 10:43
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Terça-feira, 28 de Julho de 2009

Será que é a morte que chama por mim?

 

 

Será que é a morte que chama por mim?

Será que caí em sorte e me enterram na lama?

Por que nada ouço?

Por que não te ouço?

Sinto-me fraco,

sinto-me outro,

noutra condição que não a humana.

 

Ainda me recordo de ti...

Talvez tu, também, de mim!

 

Mas já é tarde... e escurece.

Fecham-se-m'os olhos

cobertos pela lama.

 

Acordo.

 

Imagem fraca e diluída.

Senti-me só.

Senti tanta agonia.

Não te senti, meu amor.

Senti que havia chegado a minha hora.

Procuro-te na cama:

"Como senti a tua falta!"

Chego-me junto a ti

e abraço-te tal como no primeiro dia.

 

Vicente Roskopt

mais poesia do Vicente Roskopt em http://osedutorfarsolas.blogspot.com/

 

publicado por Lagash às 16:19
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Quarta-feira, 15 de Julho de 2009

Penso em ti

 

 

Penso em ti na estrada incerta,

Na rua escura e deserta,

Nas loucuras do coração;

Na chuva medonha que cai,

Na folha seca que vai,

Nos momentos de solidão.

 

Penso em ti no jardim florido,

No pequeno ser colorido

Que voa de flor em flor;

No sorriso das pessoas bonitas,

Nas canções que ecoam eruditas,

Nos versos falando de amor.

 

Penso em ti no entardecer sombrio,

No vento que causa arrepio,

Na angústia e no abandono;

Na madrugada insípida, tediosa,

Na cama insensível e desditosa,

Na noite fria sem sono.

 

Penso em ti no passeio matinal,

Na moça que passa escultural

Aguçando o meu prazer;

No happy hour com os amigos,

Na indiferença dos inimigos,

Na esperança de viver.

 

Carlos Melgaço

 

publicado por Lagash às 16:22
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Domingo, 28 de Dezembro de 2008

Ó sino da minha aldeia

 

 

Ó sino da minha aldeia,

Dolente na tarde calma,

Cada tua badalada

Soa dentro de minha alma.

 

E é tão lento o teu soar,

Tão como triste da vida,

Que já a primeira pancada

Tem o som de repetida.

 

Por mais que me tanjas perto

Quando passo, sempre errante,

És para mim como um sonho.

Soas-me na alma distante.

 

A cada pancada tua,

Vibrante no céu aberto,

Sinto mais longe o passado,

Sinto a saudade mais perto.

 

Fernando Pessoa

 

publicado por Lagash às 16:26
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Quarta-feira, 3 de Dezembro de 2008

Praia das Maçãs

 

("Praia das Maçãs" de José Malhoa - 1918) 

 

A névoa estendeu o manto

rasgam-se os olhos de espanto

tudo é bruma

tudo é espuma e maresia

 

Hoje não veio a bonança

a areia ensaia uma dança

de torpor

ao sabor da ventania

 

Praia das Maçãs

onde ladrilho a saudade

em nebulosas manhãs

 

A nortada não acalma

um remoinho na alma

pé-de-vento

ao relento da alvorada

 

A falésia tinge de ouro

o imenso sorvedouro

do passado

no brado da madrugada

 

Praia das Maçãs

onde é agreste a verdade

de mil ventos tecelã

 

Senhora das tempestades

leva contigo as saudades

de outros dias

litanias de cetim

 

Enleia em algas molhadas

as lembranças condenadas

e os presságios

dos naufrágios que há em mim

 

Praia das Maçãs

onde só o mar invade

os incertos amanhãs

 

Ana Vidal

http://violinosnotelhado.blogspot.com/

 

publicado por Lagash às 16:17
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Domingo, 26 de Outubro de 2008

Manhãs frias

 

(foto de Rui Luz) 

 

Pedi-lhe por favor para que me abraçasse e apertasse o meu corpo… sentia o frio a correr pelas costas. Sinto ainda o que sentia nessa hora de gelo. O escuro das manhãs com sabores estranhos de bocas. Olhos de ramelas ensonados e sem acção…

Vontade de estar para sempre num abraço seguro. Viver impossível a dois o que apenas se pode a um. Somos dois… dois corpos, quatro braços, um abraço, um beijo, uma manhã com sono, que não pode acabar… mas é assim…

Acabam os beijos, os abraços quentes, as manhãs frias, o sono e vem o verão, uma outra luz… mas saudade…

 

Mário L. Soares 

publicado por Lagash às 16:25
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Segunda-feira, 29 de Setembro de 2008

Apelo à Poesia

 

 

Por que vieste? — Não chamei por ti!

Era tão natural o que eu pensava,

(Nem triste, nem alegre, de maneira

Que pudesse sentir a tua falta... )

E tu vieste,

Como se fosses necessária!

 

Poesia! nunca mais venhas assim:

Pé ante pé, covardemente oculta

Nas ideias mais simples,

Nos mais ingénuos sentimentos:

Um sorriso, um olhar, uma lembrança...

— Não sejas como o Amor!

 

É verdade que vens, como se fosses

Uma parte de mim que vive longe,

Presa ao meu coração

Por um elo invisível;

Mas não regresses mais sem que eu te chame,

— Não sejas como a Saudade!

 

De súbito, arrebatas-me, através

De zonas espectrais, de ignotos climas;

E, quando desço à vida, já não sei

Onde era o meu lugar...

Poesia! nunca mais venhas assim,

— Não sejas como a Loucura!

 

Embora a dor me fira, de tal modo

Que só as tuas mãos saibam curar-me,

Ou ninguém, se não tu, possa entender

O meu contentamento,

Não venhas nunca mais sem que eu te chame,

— Não sejas como a Morte!

 

Carlos Queirós

 

publicado por Lagash às 16:14
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Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2008

Saudade, vai...

 

 

Saudade...

Palavra portuguesa da verdade,
Soar do trompete à chegada,
Choro do violino à partida
Saudade.

Porque magoas por dentro
Atroz sentimento que não sai
Por qual razão me não cai
Rebento!

Quero o fim desta tormenta
Levem a dor dentro da mão
Rasguem o ventre p'lo coração
A morte que este intenta.

Chega de partir inteiros
Parte de mim metade
Quando a outra parte
Daqui vai... outros...

Saudade, vai...

Mário L. Soares (Fevereiro 2008)

publicado por Lagash às 02:11
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Declaração

Declaro que a responsabilidade de todos os textos / poesia / prosa publicados é minha no respeitante à transcrição dos mesmos. Faço todos os possíveis para contactar o(s) autor(es) dos trabalhos a fim de autorizarem a publicação, na impossibilidade de o fazer, caso assim o entenda o autor ou representante legal deverá contactar-me a fim de que o mesmo seja retirado - o que será feito assim que receba a informação. Os trabalhos assinados "Mário L. Soares" são de minha autoria e estão protegidos com a lei dos direitos de autor vigente. Quanto às fotografias, todas, cujo autor não esteja identificado, são de "autor desconhecido" - caso surja o respectivo autor de alguma, queira por favor contactar-me para proceder à sua identificação e se for caso disso retirada do blog. Às restantes fotografias aplicarei o mesmo princípio dos trabalhos escritos. Obrigado. Mário L. Soares - lagash.blog@sapo.pt

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