Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d'açucenas!
Escreve-me! Há tanto, há tanto tempo
Que te não vejo, amor! Meu coração
Morreu já, e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d'oração!
"Amo-te!" Cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d'amor e felicidade!
Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então... brandas... serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...
Florbela Espanca
Aquele que escreve será traído
um dia algum leitor apontará
a palavra interdita
e o sentido escondido no sentido.
O beijo de Judas está dentro da própria escrita
e aquele que escreve está
perdido. De nada serve
dizer este é o meu vinho este é o meu pão.
O beijo de Judas vai ser dado. Quem escreve
tem uma lança apontada ao coração.
Não se perdoa a dádiva de si
a canção que se canta ou a breve tão breve
alegria de partilhar o corpo e a palavra.
Quem reparou em Getsemani
naquele que não se ria nem se dava?
Já outra vez se levantou e se deteve
alguém vai ser traído agora aqui
seu olhar te designa: Tu és aquele que escreve
e a tua própria mão aponta para ti.
Manuel Alegre
Pego na folha de papel, onde o bolor do poema se infiltrou, levanto-a contra a luz, distingo a marca de água (uma ténue figura emblemática) e deixo-a cair. Quase sem peso, embale na parede, hesita, paira como as folhas das árvores no Outono (o mesmo voo morto, vegetal) e poisa sobre a mesa para ser o vagaroso estrume doutro poema.
Carlos de Oliveira
Não sou ninguém
Neste universo que me rodeia
Por vezes
Entretenho-me a inventar…
E invento
Por aí além…
Uns versos com rimas
Inspirados em lugares
Em momentos
Ou numa qualquer música a tocar
Ou ainda…
Naquele instante de magia
Registado na imagem do fotógrafo
Que me tocou o olhar
São instantes assim
Belos ou não
Que mexem comigo
E me enchem a alma
Transbordando em palavras
Que ordeno como sei
E como bem me apetece
Mesmo sem rimar…
São impulsos meus
Que não deixo passar!
Sei que voo alto
Quando me dedico a criar
Aquela pequena obra
Que tanto prazer me dá
Não me importando sequer
Se os outros irão gostar
Escrevo para mim… só para mim
E é este o meu jeito de mostrar
O meu humilde valor
Pondo em tudo o que escrevo
Um toque de mim
E faço-o com muito amor
Assim sou eu
Ainda se ao menos…
Soubesse escrever poesia!...
Cleo
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Em aprumo aponto o dedo
No espelho olho o que me dá medo
Corro aos papéis em segredo
E escrevo sem enredo
Vou em frente e entro pelo meu caminho
A minha mente manda ou não estou sozinho
Crio rápido sem qualquer alinho
Não penso no que sou nem que definho
Sinto ganas de recomeçar
Vontade de não parar
Força para me elevar
Energia para me levantar
Volvo ao que era antes de ser
Retorno a mim mesmo sem poder
Mário L. Soares
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Não asses mais carapaus fritos
PCP - Partido Comunista Português
PSD - Partido Social Democrata
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