Tardes da minha terra, doce encanto,
Tardes duma pureza de açucenas,
Tardes de sonho, as tardes de novenas,
Tardes de Portugal, as tardes d’Anto,
Como eu vos quero e amo! Tanto! Tanto!...
Horas benditas, leves como penas,
Horas de fumo e cinza, horas serenas,
Minhas horas de dor em que eu sou santo!
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar...
E a minha boca tem uns beijos mudos...
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar...
Florbela Espanca
É de noite que te invoco
sobre todas as coisas
e, encantada, chegas
nas ásperas asas
de anjos furiosos
ou nas serenas notas
de doces divindades
tu, música intensa,
vasta como o seio materno,
que te infiltras,
como o leite ou vinho,
pelos ossos,
e vais
lentamente
tomando conta dos corpos,
como um veneno espesso
e amoroso,
às vezes,
uma letargia
que começa pelas pernas
e sobe pela linha da coluna
até à nuca,
outra,
uma explosão
que sacode todo o corpo,
pés, mãos, olhos,
ancas, nádegas, cabelos,
como
uma tempestade
ou
como
algum sinal antigo
despertando a quianda
que todos ocultamos
do outro lado
do espírito,
é sobretudo
de noite, oh
música,
que se misturam
todas as referências
que carrego
através do tempo
desde há milénios,
tambores e violinos,
pianos e quissanges,
valsas e rebitas
solenes.
O mundo retratado numa tela é uma espécie de horror inatingível. Se algum poeta sobre ele exercita o poder inóspito das palavras, é como se cometesse um exorcismo. Mas apenas a música tem esse terrífico e maravilhoso dom de organizar o caos, penetrando e dissolvendo-se no nosso metabolismo milenar, como prazer e impulso primordiais.
João Melo
Deixo-vos uma curta metragem fantástica de Chris Cottam.
Porque os dias são para ser vividos,
porque são para ser explorados
com garra, com vida, com amor,
com ar e asas…
Porque quando formos, o que cá tivemos,
cá fica, e o que levamos connosco
são os dias de satisfação ao sol,
são as horas de beijos que demos,
os minutos de olhares trocados
por cima de um ombro num autocarro em direcção
aos mais belos olhos que alguma
vez nos viram…
Os segundos de belos orgasmos
sentidos após uma garrafa de vinho
que tombada adormece primeiro
que nós, rebolada para debaixo da mesa.
Ama a tua vida. Carpe Diem.
Agradece o que te dá. Sente o que tens.
Usufrui dos teus amigos, dos teus amores
e da tua família. E do teu dia.
Aprecia o teu dia – e sorri…
Mário L. Soares
O cheiro
O sabor
da tua boca
A baunilha
a camélia desfolhada
A saliva a saber
a leite morno
Escutando o rumor
das tuas asas
Maria Teresa Horta
(Machico - Ilha da Madeira)
O som do mar
Nas ondas do tempo
Que eu vejo passar
P’las asas do vento
Olho p’ra frente
A luz traz-me a cegueira
Vou para Oriente
Viro costas à Madeira
Mário L. Soares
Sitios interessantes (ou não)
CDS - Centro Democrático Social
Não asses mais carapaus fritos
PCP - Partido Comunista Português
PSD - Partido Social Democrata
Vida de um Português - grande brother!
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