Ah! Não me enterrem vivo!
Não me fechem num caixão com o silêncio.
Ao lado do Grito.
Quando eu morrer
estendam-me numa rocha nua.
E deixem-me ser devorado pelas pedras.
Pelos bicos das nuvens.
Morte é liberdade.
Ar.
José Gomes Ferreira
Nove cavaleiros cavalgaram em passo decidido,
Os nove encontraram o medo perdido,
Agarraram a vida e o conhecimento vivido,
Pela humanidade perdida no mundo esquecido.
Imponentes e firmes peregrinos guardaram,
Outros companheiros, mestres tornaram,
Para a Sua gloria e amor glorificaram,
E hoje ainda, os há, quem sabe ficaram?
Fortes e ricos eram em vida, o querer,
Na mão tinham, terras, reinos e poder,
Nada tinham no fundo, era apenas o ser,
Riqueza de dentro, amor e prazer.
Na morte, p’la cruz, a rosa e a vida,
O sangue derrama na terra pérfida,
Além ascendem com a alma aquecida,
O amor pelo próximo, sempre em cada investida.
Com espada de fogo combatem o mal,
Rodopiam pelo ar que provoca a espiral,
De branco tingidos de água e cal,
A terra de sangue em cruz por igual.
Mário L. Soares
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