Domingo, 10 de Janeiro de 2010

O “Lagash” faz hoje 2 anos!!

 

 

Parabéns ao blog “Lagash”. Hoje é o seu segundo aniversário. Não me parabenizo a mim próprio porque, obviamente, eu não sou o blog, apenas o alimento. Dou-lhe poesia, prosa, música e vídeos e outras coisas que ele se vai habituando a comer, e que vou filtrando conforme o apetite do menino, e os seus gostos pessoais, mas eu não sou ele!

 

Não há aqui falsas modéstias nem inversão de papeis. É mesmo assim. Se somos o que comemos, então “Lagash” é Fernando Pessoa, ortónimo  e seus heterónimos, Natália Correia e Florbela Espanca, Camões e Almeida Garrett, Eugénio de Andrade e O’Neil, Sophia de Mello Breyner e Manuel Alegre. E é Pink Floyd e Dire Straits, Zeca Afonso e Sérgio Godinho, Duran Duran e A-Há, Rádio Macau e Xutos e Pontapés, Police e John Lennon… entre muitos outros.

 

Certo é, que alimento o blog (qual pelicano) de mim próprio um pouco também, com custo, por vezes, é certo, e com cansaço, por outras, também. Mas sempre na condição de alguém ler, ouvir e ver, o que quer que “postei”. E como fui também eu que o pus no mundo, faz de mim, pai, e a ele filho. E como quem “faz um filho, fá-lo por gosto”, e como alimentá-lo é preciso, para que tudo faça sentido, então todas as dificuldades e revezes que o “meu” (dele ou seu) blog me traz, não têm qualquer importância.

 

“Lagash” é o que “comeu”, é quem o fez, é quem o alimenta, é quem o lê e quem o ouve e segue todos os dias - é o que é!

 

Assim, digo:

 

“Parabéns Lagash! Tens dois anos de idade completos - hoje. Qualquer dia vais para a escola e começas a fumar e a pedir-me dinheiro para o bilhar! Portanto, vê se cresces e continuas a engordar. Continua a ser bonito por dentro (como diz a mamã) e a mostrares o melhor que existe daquilo que és. A ser respeitador e amante de tudo o que está em ti, dos autores de que te alimentas e com eles cresces, dos leitores e ouvintes que te respeitam e amam. Faz-te Homem e avança sem medo, estrada fora em velocidade cruzeiro de um «post» por dia, um dia de cada vez… e se um dia, um dia falhares um dia, não faz mal, acontece. Amanhã é outro dia, tens muitos dias e tu és grande. Força. Beijinhos e abraços.”

 

Mário L. Soares

 

publicado por Lagash às 16:17
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Quinta-feira, 15 de Outubro de 2009

Meu querido pai

 

 

Meu querido pai…

Deixo-te estas palavras

conjugadas com o maior cuidado.

São palavras de amor lavradas

cheias de saudade do passado

que por nós passa e vai.

 

Meu pai querido…

Venho por esta via

dizer-te que te quero,

que és o que eu ser devia,

ser à tua imagem espero,

e que és o céu colorido.

 

Meu pai amigo…

Sou o melhor que consigo

do exemplo teu,

e tento a custo ser parecido

a ti, que és modelo meu,

e a trilha quando perdido.

 

Companheiro, meu pai…

Quero os parabéns dar-te,

e dizer-te que te amo,

meu forte, meu baluarte.

É por ti que eu chamo

- Meu querido pai.

 

Mário L. Soares

ao meu pai, Joaquim Soares, pelo seu 74º aniversário.

 

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Segunda-feira, 5 de Outubro de 2009

República!!

Às 10 horas da manhã do dia 5 de Outubro de 1910…

publicado por Lagash às 16:13
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Quarta-feira, 2 de Setembro de 2009

Parabéns à melhor mãe... a minha (75º aniversário)

 

 

 

(Ermelinda Miranda - Verão de 2005) 

 

O pensamento

 

Nada é mais misterioso

Do que o pensamento

Nada é mais livre

Nada é mais sonante

É tão musical

Tão cortante

Tão amante

Tão veloz

Tão inconstante

Mistério tão

Sem valor

Mas assim

Nasce o amor

 

Ermelinda Miranda

 

Para a minha mãe. Que faz hoje 75 anos. Que belo número. Nasceste a 2 de Setembro de 1934.

 

E que belo poema este que escreveste. O amor que tenho por ti, nasceu assim há 36 anos, tão misterioso como a vida que nasceu nesse momento. Para ti tenho mais que um pensamento. Tenho o respeito da vida que me deste e dás. A devoção à família que só compreenderei quando de mim nascer um mistério. Como o pelicano que dá a sua própria carne às suas crias em momentos de escassez, assim tu te anulas em função dos que amas. Sinto-o e isso por vezes, revolta-me por não conseguir ser assim. Quero sê-lo, porque assim é que é belo. Assim se vive no céu. Dando, uns aos outros. Tu dás, sem querer retorno. Nada pedes, nada queres para ti. O sublime altruísmo. Somos a tua extensão. Sou os teus braços. Eu estou contigo, no teu coração. E tu estás comigo no meu…

 

És para mim o exemplo do que deve ser a vida.

 

Do pensamento nasce o amor, é verdade mamã! Penso em ti neste momento. Neste dia. Parabéns!

 

Mário L. Soares

 

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Terça-feira, 25 de Agosto de 2009

Conto dias

 

 

 

Que felicidade desenrola dentro de mim

por debitar litros de palavras a rodos?

Nenhuma mesmo. Sinto tudo e nada.

Sinto tudo o que digo, e nada do que saiu…

 

Conto dias de vida hoje, e muito poucos

a ter para a frente. E tanto que me falta

fazer, e completar. Tanta vida por viver.

Debito pois, sim. Talvez assim possa ser livre.

 

Liberto-me do que não quero. Do que sinto.

Do que não sinto. Do que faz falta.

Vejo ao longe o que não tenho e minto.

 

Sou o que quero. Quero mais do que posso.

Rompo barreiras com o meu abraço.

Mas sei que daqui não passo.

 

Mário L. Soares

 

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Sábado, 13 de Junho de 2009

A Criança que fui chora na estrada

 

 

A Criança que fui chora na estrada,

Deixei-a ali quando vim ser quem sou;

Mas hoje, vendo que o que sou é nada,

Quero ir buscar quem fui onde ficou.

 

Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou

A vinda tem a regressão errada.

Já não sei de onde vim nem onde estou.

De o não saber, minha alma está parada.

 

Se ao menos atingir neste lugar

Um alto monte, de onde possa enfim

O que esqueci, olhando-o, relembrar,

 

Na ausência, ao menos, saberei de mim,

E ao ver-me tal qual fui ao longe, achar

Em mim um pouco de quando era assim.

 

Fernando Pessoa, 22 de Setembro de 1933

 

publicado por Lagash às 16:24
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Quarta-feira, 20 de Maio de 2009

À minha irmã

 

(Paula Soares) 

 

“Olá mana,

Como estás hoje?”

 

E assim nos cumprimentamos...

 

Não estamos diariamente juntos. Não podemos (porque a distância não permite) estar juntos fisicamente todos os dias. Também não me parece boa ideia estarmos juntos assim tanto (acho que concordas comigo, não?), porque o que é demais… é demais. De qualquer forma, digo-te que para estarmos juntos não precisamos, nem de telemóvel, email, nem msn, sms, skype, ou qualquer outra tecnologia. Para estarmos juntos, basta pensarmos em tal.

 

A amizade tem um poder incrível. Transcende a mente, o pensamento, barreiras, tabus, as fronteiras, e a distância…

 

Ao pensarmos num amigo – ao pensar em ti Paula – estou aí contigo: sentes?

 

“Poderão os quilómetros separar-nos dos nossos amigos?

Poderá a distância separar-nos realmente dos amigos?

Se quiseres estar com alguém, não estarás já lá?

Encontrar-nos-emos de vez enquanto, sempre que quisermos, no meio da única festa que nunca poderá terminar …”

 

Disse Richard Bach no seu pequeno (grande) livro “Não há longe nem distância”.

 

E este aviador (que tal como outros aviadores – Saint Exupery, por exemplo), sabe do que fala. Eles viram o mundo de outra maneira. Lá de cima, à distância do criador, à distância tão certa, quanto a necessária para ver que a distância é uma questão de perspectiva, de ponto de vista e de pensamento.

 

A relatividade da questão, já teorizada pelo grande físico, traz-nos a questão do como. Como posso estar agora aí contigo? É simples. Pensa em mim, com a certeza que penso em ti. Teremos no nosso pensamento a lembrança da pessoa, o rosto, a voz, o toque, até o cheiro. Aí “sentimos” o momento com essa pessoa, e sabemos que ela está lá. Está aqui!

 

Neste momento, estou aí contigo, e tu estás aqui comigo. Dou-te um beijinho e digo-te: “Parabéns Mana!”, dou uma gargalhada e chamo-te “Velha!”, tu mandas-me à fava, e dás-me um abraço…

 

Beijos

Mário L. Soares

 

publicado por Lagash às 16:14
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Domingo, 26 de Abril de 2009

50º aniversário de casamento

 

 

 

 

(Ermelinda Miranda & Joaquim Soares) 

 

Pai e Mãe. Habituamo-nos a tê-los como certos. Certos também estamos, que todos no mundo têm Pai e Mãe. Com certeza, nunca nos vão faltar. Há alturas em que pensamos, em egoísmo, que não nos fazem falta, ou que incomodam, ou que não sabem nada.

 

Todos nós erramos. Não me estou a referir ao nosso Pai e nossa Mãe – sei que também erram – mas não é a eles que me refiro. É a nós. Sim, os filhos, esses que têm que passar a olhar mais criticamente para si próprios e procurar os erros nos próprios umbigos. O nosso erro primário é pensarmos que o erro está no outro – isto acontece, tanto com pais, como com filhos e tios e irmãos e amigos. O que é importante é percebermos que é importante e mais necessário corrigirmo-nos a nós próprios primeiro e só depois olharmos os outros, tendo depois um cuidado especial com os outros particularmente se esses outros são quem nos pôs no mundo.

 

O Pai e a Mãe, não são eternos, são humanos, e não estão lá sempre para nós. Têm vida própria e vontade própria. E vai haver alturas em que nos vão faltar. Ou porque já não estão neste mundo, ou porque não puderam fazer melhor. Com toda a certeza, se nos falham, não é por vontade própria, ou até mesmo se é, fá-lo-ão para permitir um crescimento da nossa personalidade e espírito, em jeito de ensinamento.

 

Há também, quem, que tendo Pai e Mãe (porque são imprescindíveis na concepção humana), não os têm na verdadeira acepção da palavra. Seja porque estes os abandonaram, faleceram, não sabem que os geraram, ou estão ausentes em espírito e não cumprem o seu papel. Poderão, se assim for, esses filhos, ter alguém ou algo que possa de alguma forma os substituir, seja um Pai ou uma Mãe adoptiva, que pode ser um avô ou avó, tio ou tia, ou amigo, ou um puro desconhecido, que a dada altura passa a ter o papel de Pai ou Mãe, ou até um ser supremo objecto de crença que possa de alguma forma ser. De qualquer forma, há quem não os tenha. Deve ser muito doloroso a falta do Pai e da Mãe. Não consigo descrever o que será. Assusta-me até essa possibilidade, o que me diz também que não estou preparado para a certa eventualidade sua partida.

 

O saber de um Pai e Mãe, é limitado. Sim, é. Mas é também limitada a própria pessoa. Apenas somos até ao limite do ser, não mais. Não passamos para a etérea forma intangível antes de deixarmos o invólucro que transportamos. Somos até deixarmos de ser, e se continuamos a ser, sê-lo-emos lá, depois do “ser” cá. E cá temos um finito tempo que nos limita em tudo, inclusive no saber. Sabemos a soma de todas as coisas que aprendemos mais o que já trazíamos, menos o que esquecemos, e menos o que não queremos saber ou escondemos. Como tal, os nossos progenitores, como mais velhos (já cá estavam quando chegamos) têm um percurso mais longo de aprendizagem, e assim uma probabilidade maior de ter uma soma de coisas sabidas maior do que a nossa. E mesmo que assim não o seja, pela qualidade das coisas aprendidas ser inferior, ou por qualquer adversidade que contrarie a regra, deverão ser respeitados como Pai e Mãe, que são, e que primeiro que tudo, souberam-nos conceber e criar e deram nos seus genes a grande parte do que somos hoje e nos define como humanos para sempre. Isso é por si só um grande saber.

 

O Pai e a Mãe, os nossos pais, são únicos. Merecem a nossa admiração, amizade, carinho e amor.

 

Eu e a minha irmã, temos os melhores Pai e Mãe do mundo.

 

Tiveram e têm divergências, são duas pessoas diferentes em muita coisa e iguais em tantas outras. Sabem muito de tudo e são bons companheiros um do outro, dos filhos e neto que os amam. Gostam um do outro, ainda que digam que não se suportam. Têm uma relação de necessidade mútua, de compensação e de complementaridade. São completamente dependentes um do outro e ao mesmo tempo completamente independentes. A sua vida é como um constante colocar na balança dos prós e contras de tudo o que fazem. Justiça, vontade, dedicação, força, saber, espírito de sacrifício são expressões que sempre me habituei a ouvir em casa. São um exemplo para a longevidade no casamento e relacionamento. Sabem estar, como marido e mulher e como amigos, mesmo após tantos anos.

 

Hoje é o 50º aniversário do seu casamento. Foi no dia 26 de Abril de 1959 em Marinhais.

 

Parabéns aos dois.

 

Será difícil talvez humanamente impossível, não sei, mas gostava de terminar dizendo:

 

“Venham mais 50!”

 

Mário L. Soares

 

 

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Sábado, 25 de Abril de 2009

Portugal Ressuscitado

 

 

Depois da fome, da guerra

da prisão e da tortura

vi abrir-se a minha terra

como um cravo de ternura.

 

Vi nas ruas da cidade

o coração do meu povo

gaivota da liberdade

voando num Tejo novo.

 

Agora o povo unido

nunca mais será vencido

nunca mais será vencido

 

Vi nas bocas vi nos olhos

nos braços nas mãos acesas

cravos vermelhos aos molhos

rosas livres portuguesas.

 

Vi as portas da prisão

abertas de par em par

vi passar a procissão

do meu país a cantar.

 

Agora o povo unido

nunca mais será vencido

nunca mais será vencido

 

Nunca mais nos curvaremos

às armas da repressão

somos a força que temos

a pulsar no coração.

 

Enquanto nos mantivermos

todos juntos lado a lado

somos a glória de sermos

Portugal ressuscitado.

 

Agora o povo unido

nunca mais será vencido

nunca mais será vencido.

 

José Carlos Ary dos Santos

Caxias, 26 de Abril de 1974

 

 

publicado por Lagash às 16:08
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Segunda-feira, 16 de Fevereiro de 2009

Nascimento de Carlos Paredes

 

 

Carlos Paredes, nasceu em Coimbra a 16 de Fevereiro de 1925 e faleceu em Lisboa a 23 de Julho de 2004. Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa.

 

É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor. Carlos Paredes é um guitarrista que para além das influências dos seus antepassados - pais, avós, tios, todos eles exímios guitarristas de Coimbra - mantém um estilo Coimbrão, a sua guitarra é de Coimbra, e própria afinação. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições.

 

Conhecido como O mestre da guitarra portuguesa ou O homem dos mil dedos.

 

Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas Artur, Gonçalo Paredes e José Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano; frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recorda: "Em pequeno, a minha mãe, coitadita, arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram senhoras muito cultas a quem devo a cultura musical que tenho".

Em 1934, muda-se para Lisboa com a família, e abandona o violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: "Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria que é diferente da do meu pai, do meu avô, bisavô e tetravô".

 

Carlos Paredes inicia em 1939 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Em 1943 faz exame de admissão ao Curso Industrial do Instituto Superior Técnico, que não chegou a concluir e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se em 1949 funcionário administrativo do Hospital de São José.

 

Em 1957 grava o seu primeiro disco, a que chamou simplesmente "Carlos Paredes".

 

 

 

Em 1958, é preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar, é acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, do qual era de facto militante, sendo libertado no final de 1959 e expulso da função pública na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco - de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!»

 

Em 1962, é convidado pelo realizador Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme Os Verdes Anos: «Muitos jovens vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas. Eram jovens completamente marginalizados, empregadas domésticas, de lojas - Eram precisamente essas pessoas com que eu simpatizava profundamente, pela sua simplicidade». Recebeu um reconhecimento especial por “Os Verdes anos”.

 

Tocou com muitos artistas, incluindo Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo. Escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP "Guitarra Portuguesa".

 

Quando os presos políticos foram libertados depois do 25 de Abril de 1974, eram vistos como heróis. No entanto, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo. Sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar. Dizia «que havia pessoas, que sofreram mais do que eu!». Ele é reintegrado no quadro do Hospital de São José e percorre o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas em simultâneo, mantendo sempre uma vida simples, e por incrível que possa parecer, a sua profissão de arquivista de radiografias. Várias compilações de gravações de Carlos Paredes são editadas, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CD’s.

 

A sua paixão pela guitarra era tanta que, conta que certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar».

 

Uma doença do sistema nervoso central (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu em 23 de Julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.

 

 

 

"Quando eu morrer, morre a guitarra também.

O meu pai dizia que, quando morresse, queria que lhe partissem a guitarra e a enterrassem com ele.

Eu desejaria fazer o mesmo. Se eu tiver de morrer.”

 

Carlos Paredes

 

Fonte: Wikipédia

 

publicado por Lagash às 10:20
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Terça-feira, 10 de Fevereiro de 2009

Morte de Maluda

 

(Maluda no atelier em Fevereiro de 1973 por Nuno Calvet) 

 

Maria de Lurdes Ribeiro, conhecida por Maluda, nasceu em Pangim, em Goa, no então Estado Português da Índia, a 15 de Novembro de 1934 e morreu em Lisboa a 10 de Fevereiro de 1999.

 

Viveu desde 1948 em Lourenço Marques (actual Maputo), onde começou a pintar e onde formou, com mais quatro pintores, o grupo que se intitulou "Os Independentes", que expôs colectivamente em 1961, 1962 e 1963. Em 1963 obteve uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian e viajou para Portugal, onde trabalhou com o mestre Roberto de Araújo em Lisboa. Entre 1964 e 1967 viveu em Paris, bolseira da Gulbenkian. Aí trabalhou na Académie de la Grande Chaumière com os mestres Jean Aujame e Michel Rodde. Foi nessa altura que se interessou pelo retrato e por composições que fazem a síntese da paisagem urbana, com uma paleta de cores muito característica e uma utilização brilhante da luz, que conferem às suas obras uma identidade muito própria e inconfundível.

 

 

(As Ruinas do Carmo - Maluda) 

 

Em 1969 realizou a sua primeira exposição individual na Galeria do Diário de Notícias, em Lisboa. Em 1973 realizou uma grande exposição individual na Fundação Gulbenkian, que obteve grande sucesso, registando cerca de 15.000 visitantes e lhe deu grande notoriedade a partir de então.

 

Entre os anos de 1976 e 1978 foi novamente bolseira da Fundação Gulbenkian, estudando em Londres e na Suíça.

 

A partir de 1978 dedicou-se também à temática das janelas, procurando utilizá-las como metáfora da composição público-privado.

 

Em 1979 recebeu o Prémio de Pintura da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa. Nesse ano realizou ainda uma exposição na Fundação Gulbenkian em Paris. A partir de 1985, Maluda foi convidada para fazer várias séries de selos para os CTT. Dois selos da sua autoria ganharam, na World Government Stamp Printers Conference, em Washington, em 1987 e em Périgueux (França), em 1989, o prémio mundial para o melhor selo. Em 1994 recebeu o prestigiado prémio Bordalo Pinheiro, atribuído pela Casa da Imprensa. No âmbito da "Lisboa Capital da Cultura", realizou uma exposição individual no Centro Cultural de Belém em Lisboa.

 

 

(Alcácer do Sal - Maluda 1983) 

 

Em 1998 foi agraciada pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Ordem do Infante D. Henrique, ao mesmo tempo que realizou a sua última exposição individual, "Os selos de Maluda", patrocinada pelos CTT.

 

Maluda morreu em Lisboa em 1999, aos 64 anos. Em testamento, a artista instituiu o "Prémio Maluda" que, durante alguns anos, foi atribuído pela Sociedade Nacional de Belas-Artes.

 

Fonte: Wikipédia

 

publicado por Lagash às 10:17
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Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009

Remar Remar

 

 

 

 

Mares convulsos, ressacas estranhas

Cruzam-te a alma de verde escuro

As ondas que te empurram

As vagas que te esmagam

Contra tudo lutas

Contra tudo falhas

 

Todas as tuas explosões

Redundam em silêncio

Nada me diz

 

Berras às bestas

Que re sufocam

Em braços viscosos

Cheios de pavor

Esse frio surdo

O frio que te envolve

Nasce na fonte

Na fonte da dor

 

Remar remar

Força a corrente

Ao mar, ao mar

Que mata a gente

 

Xutos & Pontapés

 

Hoje é o 30º aniversário dos Xutos! Há 30 anos fizeram o seu primeiro concerto.

 

 

 

Parabéns! Até daqui a mais 30!! 

 

 

 
publicado por Lagash às 16:15
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Sábado, 10 de Janeiro de 2009

Aniversário Lagash

 

(Obrigado à Marilyn Monroe pelo bolo - beijinho para ti...) 

 

1º ano do blog Lagash!!!

 

É altura de avaliação. Mudanças? Talvez.

 

Este blog tinha (e tem) o propósito de publicar coisas a bel prazer do seu autor, fossem dele (minhas) ou de outros, fossem poesias, prosas, ou qualquer outra coisa de uma forma despreocupada e sem preconceito, de uma forma eclética, o mais pragmática possível, sem pretensos elitismos, com as compreensivas excepções dos posts que de uma forma ou de outra tem a ver com a maçonaria, ou com sentimentos demasiado “meus”.

 

Essa publicação visava obter um prazer apenas comparável ao que se vive nos palcos (que também já tive a oportunidade de experimentar) em que a sensação narcisista de proporcionar “o belo” a outros, ou de ter a sensação de que, de qualquer forma, se satisfaz sensorialmente o leitor do blog, é o culminar ou clímax de um show dramático onde o desfecho (bem menos preceptivo), neste caso o simples admirar na primeira pessoa de “coisas” por nós feitas ou por nós publicadas, era o objectivo primário.

 

Nas estatísticas:

 

Mais de 10600 Visitas de novos utilizadores!

 

17000 Páginas visitadas!

 

346 Posts!

 

O que dá uma média de 0,95 posts e 29 visitas por dia! Em 365 dias! Sendo que no último semestre a média é de 80 visitas diárias por blocos semanais! Não é nada mau…

 

Há visitantes que “religiosamente” visitam este blog à mesma hora todos os dias (apenas consigo saber que são as mesmas pessoas pelos números de IP – não tenho mais informação). O meu muito obrigado a vocês!

 

Visitas de 44 países! De tão longínquos países como a Austrália, Nova Zelândia, Macau, Japão ou Guatemala, Finlândia, Suécia, Argentina, o Quénia ou o Suriname!

 

Os países com mais visitas foram Portugal (claro) com 58%, seguido do Brasil com 38% das visitas e os E.U.A. com 1,3% e a França com 0,7%, e outros com residuais percentagens.

 

A língua dos visitantes foi maioritariamente o Português (95%), o Inglês (3%), o Espanhol (1%) e o Chinês (1%) – Nunca pensei que um chinês pudesse vir a ler uma poesia minha...

 

O crescimento das visitas por foi absolutamente estável e constante. É absolutamente incrível que não tenha baixado o número de visitas em nenhum dos meses de funcionamento e consequentemente as respectivas médias.

 

Muitos comentários e amizades. Obrigado pelo bom ano.

 

Não sei se conseguirei manter as médias no ano de 2009.

 

Prometo (tentar) continuar. Peço-vos que me dêem o feedback necessário à melhoria do blog, da poesia, etc. Comentem os posts. Obrigado (mais uma vez).

 

Cumprimentos a todos.

Mário L. Soares

 

publicado por Lagash às 14:26
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Quinta-feira, 11 de Dezembro de 2008

Nascimento de Manoel de Oliveira

 

(Manoel de Oliveira - desconheço o autor da foto) 

 

Manoel Cândido Pinto de Oliveira Nasceu no Porto a  11 de Dezembro de 1908 e é um cineasta português e  é o realizador activo mais idoso do mundo, com trinta e duas longas-metragens. Faz hoje 100 anos de idade!

 

Manoel de Oliveira é originário de uma família da média-alta burguesia, com antepassados fidalgos, facto que muito influenciaria o teor e as temáticas da sua futura obra cinematográfica. O seu pai, Francisco José de Oliveira, foi o primeiro fabricante de lâmpadas em Portugal. Estudou no colégio de jesuítas de A Guarda (Galiza). Na juventude dedicou-se ao atletismo e, mais tarde, ao automobilismo e à vida boémia. Aos vinte anos ingressou na escola de actores de Rino Lupo, cineasta italiano radicado no Porto, um dos pioneiros do cinema português de ficção.

 

Quando viu o documentário vanguardista Berlim, Sinfonia de uma Cidade de Walther Ruttmann, ficou muito impressionado e decidiu fazer um filme inspirado naquele sobre a cidade do Porto, um documentário de curta metragem sobre a actividade fluvial na Ribeira do Douro: Douro, Faina Fluvial (1931). O filme suscitou a admiração da crítica estrangeira e o desagrado do público nacional. Seria o primeiro documentário de muitos que abordariam, de um ponto de vista etnográfico, o tema da vida marítima da costa de Portugal: o Douro (Oliveira), a Nazaré (Nazaré, Praia de Pescadores, Leitão de Barros), o Algarve (Almadraba Atuneira, António Campos), o Tejo (Avieiros, Ricardo Costa).

 

Adquiriu entretanto alguma formação técnica nos estúdios alemães da Kodak e, mantendo o gosto pela representação, participou como actor no segundo filme sonoro português, A Canção de Lisboa (1933), de Cottinelli Telmo. Só mais tarde, em 1942, se aventuraria na ficção como realizador: Aniki-Bobó, um enternecedor retrato da infância no cru ambiente neo-realista da Ribeira do Porto. O filme foi um fracasso comercial e só com o tempo iria dar que falar. Oliveira decidiu, talvez por isso, abandonar outros projectos de filmes e envolveu-se nos negócios da família. Não perdeu porém a paixão pelo cinema e em 1956 voltou, com O Pintor e a Cidade.

 

Em 1963, O Acto da Primavera (segunda docuficção portuguesa) marcou uma nova fase do seu percurso. Com este filme, praticamente ao mesmo tempo que António Campos, iniciou Oliveira em Portugal, a prática da antropologia visual no cinema. Prática essa que seria amplamente explorada por cineastas como João César Monteiro, na ficção, como António Reis, Ricardo Costa e Pedro Costa, no documentário. O Acto da Primavera e A Caça são obras marcantes na carreira de Manoel de Oliveira. O primeiro filme é representativo enquanto incursão no documentário, trabalhado com técnicas de encenação, o segundo como ficção pura em que a encenação não se esquiva ao gosto do documentário.

 

A obra cinematográfica de Manoel de Oliveira, até então interrompida por pausas e projectos não-realizados, só a partir da sua futura longa metragem (O Passado e o Presente - 1971) prosseguiria sem quebras nem sobressaltos, por uns trinta anos, até ao final do século. A teatralidade imanente de O Acto da Primavera, contaminando esta sua segunda ficção, afirmar-se-ia como estilo pessoal, como forma de expressão que Oliveira achou por bem explorar nos seus filmes seguintes, apoiado por reflexões teóricas de amigos e conhecidos comentadores.

 

A tetralogia dos amores frustrados seria o palco por excelência de toda essa longa experimentação. O palco seria o plateau, em que o filme falado, em “indizíveis” tiradas teatrais, se tornariam a alma de um cinema puro só por ter o teatro como referência, como origem e fundamento. Eram assim ditos os amores, ditos eram os seus motivos e ditos ficaram os argumentos de quem nisso viu toda a originalidade do mestre invicto: dito e escrito, com muito peso, sem nenhuma emoção, mas sempre com muito sentimento.

 

 

("Um filme falado" de Manoel de Oliveira com Leonor Silveira, Catherine Deneuve, Stefania Sandrelli, Irene Papas, Luis Miguel Cintra e John Malkovich - 2003) 

 

Manoel de Oliveira insiste em dizer que só cria filmes pelo gozo de os fazer, independente da reacção dos críticos. Apesar dos múltiplos condecorações em festivais tais como o Festival de Cannes, Festival de Veneza, Festival de Montreal e outros bem conhecidos, leva uma vida retirada e longe das luzes da ribalta.

 

Os seus actores preferidos que entram regularmente nos seus filmes são Luís Miguel Cintra, Leonor Silveira e Diogo Dória.

 

Fonte: Wikipédia

publicado por Lagash às 11:34
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Terça-feira, 2 de Setembro de 2008

Parabéns mamã!

 

 

 

Pelo teu aniversário…

 

Parabéns mamã!

 

Podes ler e ver, mas não percebes nada de computadores…

 

publicado por Lagash às 16:29
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