Segunda-feira, 30 de Junho de 2008

Sei lá o que quero!

 

 

Não quero a liberdade!

Tenho medo do espaço

Quero grilhetas e algemas.

Não faz parte da minha felicidade

Paredes nuas e frias como o aço

O mesmo filme, com as mesmas cenas…

 

Quero estar pairando no ar

Quero ser abduzido por alienígenas,

Voar sobre os rios e mergulhar na água fria.

Estou farto de olhar ao longe o mar

Não quero estar rodeado por indígenas

Quero que seja aquilo que parecia

 

Quero ouvir musica que nunca ouvi,

Quero a vida do outro que é sempre a melhor

Rasgar as vestes de raiva por nada.

Quero ler coisas que nunca li

Olhar quadros que não sei de cor,

Gritar um grito de dor que não acaba…

 

Chorar mortos que não conheci

Rir de piadas sem a mínima graça,

Perder o medo dos cães que ladram.

Não piscar os olhos no trovão que ouvi

Fechar a chave à vida que passa,

Comer os ratos que os gatos caçam!

 

Beijar uma criança e ela ser minha

Acordar e poder me mexer,

Dormir e não mais acordar…

Comer bolos para manter a linha

Quero saber o que querer e ter,

Ser amado e poder amar…

 

Mário L. Soares

 

publicado por Lagash às 15:55
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2 comentários:
De Clara Umbra a 30 de Junho de 2008 às 22:35
"Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram!"

Bernardo Soares - Livro do Desassossego
De Lagash a 1 de Julho de 2008 às 22:06
“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida." Clarice Lispector

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