Quem quer que seja de algum modo um poeta sabe muito bem quão mais fácil é escrever um bom poema (se os bons poemas se acham ao alcance do homem) a respeito de uma mulher que lhe interessa muito do que a respeito de uma mulher pela qual está profundamente apaixonado. A melhor espécie de poema de amor é, em geral, escrita a respeito de uma mulher abstracta.
Uma grande emoção é por demais egoísta; absorve em si própria todo o sangue do espírito, e a congestão deixa as mãos demasiado frias para escrever. Três espécies de emoções produzem grande poesia - emoções fortes e profundas ao serem lembradas muito tempo depois; e emoções falsas, isto é, emoções sentidas no intelecto. Não a insinceridade, mas sim, uma sinceridade traduzida, é a base de toda a arte.
Fernando Pessoa
Deixo-vos esta reflexão de Fernando Pessoa no 74º aniversário da sua morte. Este que é o maior poeta de todos os tempos e de todas as nações. É também um pensador, um filósofo, um amante da arte e do estudo, do saber e do Homem.
Uma personagem única, uma imagem única, uma mente e intelecto únicos, um Homem único.
Mário L. Soares
Quando te vi no Domingo
Parecias estrangeira
Estavas de casaco comprido
E botas a dar com a carteira
Do teu cabelo escuro
Soltou-se uma colónia
Que me encharcou os sonhos
E me mergulhou na insónia
E se eu…
Quisesse fugir
Já não…
Tinha para onde ir
Meu bem…
Isto não vai acabar bem,
Meu bem, meu bem, meu bem,
Isto não vai acabar…
Os teus olhos chicoteiam
A minha cabeça à teia
Ninguém te dá a idade
Que o teu corpo passeia
O teu joelho a aparecer
Por entre as calças rasgadas
Escreve no ar castelos
De outros contos de fadas
E se eu…
Quisesse fugir
Já não…
Tinha para onde ir
Meu bem…
Isto não vai acabar bem,
Meu bem, meu bem, meu bem,
Isto não vai acabar…
Meu bem…
João Só e Abandonados
Though it hurts to go away
It's impossible to stay
But there's one thing I must say before I go
I love You --you know
I'll be thinking of You in most everything I do
Now the time is moving on
And I really should be gone
But You keep me hanging on for one more smile
I love You --all the while
With your cute little way
Will You promise that you'll save your
Kisses for me
Save all your kisses for me
Bye bye baby bye bye
Don't cry honey don't cry
Gonna walk out the door
But I'll soon be back for more
Kisses for me
Save all your kisses for me
So long honey so long
Hang on baby hang on
Don't You dare me to stay
Cause You know I'll have to say
That I've got to work each day
And that's why I go away
But I count the seconds till I'm home with You
I love You --it's true
You're so cute honey -gee
Won't You save them up for me -your
Kisses for me
Save all your kisses for me
Bye bye baby bye bye
Don't cry honey don't cry
Gonna walk out the door
But I'll soon be back for more
Kisses for me
Save all your kisses for me
So long honey so long
Hang on baby hang on
Don't you dare me to stay
Cause you know
You've got to save your
Kisses for me
Save all your kisses for me
Bye bye baby bye bye
Don't cry honey don't cry
Won't You save them for me
Even though you're only three...
Brotherhood Of Man
("Olhando o céu", foto de João Viegas - http://olhares.aeiou.pt/joaoviegas )
Era um rapazinho estranho, pensavam os colegas e a família, pouco à vontade, caminhando de mansinho, cerimonioso, na vida, e às vezes como que esquecido dela. Não entrava no esquema, e as pessoas que o rodeavam sentiam-se frustradas e até impotentes, irritadas às vezes, perante a sua inércia e o seu desinteresse, mais ainda perante o seu leve, quase inexistente interesse por coisas que eram decerto erradas porque as ignoravam. Dir-se-ia que ele se ia perdendo aos poucos, ao longo dos dias. O seu olhar redondo parecia às vezes ficar pegado, ali e além, mas sempre num ali e num além desinteressantes para os outros, perigosos, e quando um grito ou uma repreensão obrigava o olhar a soltar-se, a criança parecia de repente magoada, perplexa e só, num mundo desconhecido.
Na escola aprendia com dificuldade e o computador que dava mensalmente as notas, com a sua gelada isenção de máquina, queixava-se sempre dele em cartão perfurado. Não gostava de números, o que afligia os pais, porque os números eram a única solução para os homens e ninguém podia ganhar a vida sem conviver com eles intimamente. Também não se interessava muito pelos jogos nem mesmo pela televisão que tinha no quarto, e passavam-se dias em que nem sequer tocava nos botões do aparelho maravilhoso. O «écran» era programado para a sua idade e para os gostos que alguém muito sabedor, sem a menor hesitação lhe atribuía. Cada pessoa tinha a sua televisão, programada de um modo especial, assim eram feitas as casas. O «écran» acendia-se numa espécie de altar, porque se tratava de um só deus omnipresente embora tivesse um rosto e uma voz para cada um dos seus adoradores. Como, de resto, todos os deuses de todos os tempos.
O rapazinho deambulava pois pela escola ou pela casa, como um corpo sem alma. À noite, enquanto o pai e a mãe olhavam em êxtase para os «écrans» respectivos, não se punha outra hipótese, o rapazinho metia-se no elevador e ia até ao terraço que ficava no quinquagésimo andar. Ali acabara o reino das moscas e o único f í era luminoso e parecia suspenso no tecto côncavo da abóbada celeste, porque era poeira de estrelas. E então escrevia no ar e apagava o que escrevia e escrevia de novo.
Um dia a mãe seguiu-o, Se queria adoecer, disse-lhe. Já que gostava de ver o céu, por que não ligava para o programa das nove horas? Era a mesma coisa, era mesmo muito melhor e a casa estava aquecida.
Corou, envergonhado ou até assustado, sem saber porquê mas com a consciência intranquila de estar a cometer uma interdição, e essa intranquilidade vinha-lhe do facto de não conhecer ninguém que perdesse tempo a olhar para o céu. A mãe tinha razão. Os rapazes da escola e as raparigas, claro, falavam desse programa. E havia também os planetários e os grandes telescópios públicos. Mas aí está, nada, disso o interessava. Era multo científico e sem mistério. Ele gostava era daquele pozinho de luz, suspenso sobre a sua cabeça. Mas nessa noite a mãe acusa-o de a tomar infeliz, e o rapazinho, que gostava muito dela, prometeu emendar-se e ficar atento às coisas da vida.
Cumpriu na medida do possível. Aprendeu a lidar com os números, tão áridos, e soube mexer com relativo à-vontade nos mil botões das muitas máquinas indispensáveis ao dia-a-dla das criaturas. Os pais, tranquilizados, respiraram fundo. O filho estava finalmente a preparar-se para a vida.
Um dia, porém, ele fez um poema. Não sabia que era um poema porque coisas dessas, inúteis ao bem-estar e ao progresso, já não se aprendiam nas escolas. Mas o rapazinho estava sentado à sua máquina electrónica para traçar o esboço de um relatório e em vez disso fez um poema em que se tratava de uma prisão invisível, da proibição de viver a de morrer, da obrigatoriedade de esperar uma vida inteira, se necessário fosse, por coisa nenhuma. Era um poemazinho ingénuo, mas ele sentiu-se tão assustado como quando a mãe o surpreendera a olhar para as estrelas. E escondeu-o, bem escondido, no fundo de uma gaveta,
Um dia alguém bem pensante da família achou o poema e foi mostrá-lo à mãe, que o leu, angustiada. Ela sabia daquele mal antigo e persistente cuja cura só fora descoberta havia umas dezenas de anos. A cura, quando a doença estava no princípio. Estaria no princípio a doença do filho? Não teria já nascido doente sem ela o saber?
A noite falou com o marido e no dia seguinte levaram o rapazinho à clínica dos casos urgentes. O médico fez multas perguntas, leu o texto muitas vezes para o perceber bem, quis saber o que a criança sentira ao escrevê-lo, porque o escrevera, para quê, tomou notas, forneceu-as ao computador-ajudante. Aquilo de ter ido ao último andar olhar o céu — quantas vezes? Quando fora a primeira? — era um sintoma aborrecido. O exame durou uma hora. Depois o médico sentou-se à sua mesa de trabalho, leu a resposta, fechou os olhos, abriu-os, declarou aos pais em pânico: «O que ele tem chama-se poesia.»
«Era o que eu receava», disse o pai. «Era o que eu receava», repetiu.
«Houve alguém na família...» ia perguntar o médico.
A mãe precipitou-se: «Não, não, ninguém. Somos todos absolutamente normais.»
«Então há esperança. Se fizer o tratamento com regularidade, há esperança.»
Fez o tratamento e curou-se. Uma pílula azul e outra verde pela manhã, um comprimido à tarde, uma injecção semanal. Durante três meses. Quando voltou ao médico estava curado.
Dai em diante deu-se todo às máquinas e ergueu muros que impediam toda e qualquer fuga para além do quotidiano. Sentiu-se, de resto, muito bem no esquema que passou a considerar certo. E entre outras coisas converteu-se ao deus caseiro. Foi um homem como os outros homens, portanto feliz, que mais se podia desejar?
Maria Judite de Carvalho
Descubrimos vos y yo
en el triste carnaval
una música brutal
melodías de dolor
Despertamos vos y yo
y en el lento divagar
una música brutal
encendió nuestra pasión
Dame tu calor
bébete mi amor
Gothan Proyect
Pela cor do umbigo fundimos,
sem apressar e naturalmente,
o que de bom tenho em mim, não
tardará em chegar a ti.
E quando chegar, que te aconchega
a beleza, de cada segundo, porque
a língua desnuda a alma, na garra
do olho, capturada.
Pela força da semente alimentamos,
sem apressar e naturalmente,
o que de bom tenho em mim, não
tardará em chegar a ti.
E quando chegar, que te revela
o respeito, em cada minuto, porque
a verdade já baixou as armas, da defesa
do novo sangue pulsar.
Pelo verbo ‘amar’ inspiramos,
sem apressar e naturalmente,
o que de bom tenho em mim, não
tardará em chegar a ti.
E quando chegar, que te fertiliza
o orgasmo, de cada hora, porque
o medo da dor amedrontou-se, ante
tal virtuosidade do corpo desejado.
Pela volúpia do beijo sufocamos,
sem apressar e naturalmente,
o que de bom tenho em mim, não
tardará em chegar a ti.
E quando chegar, que te conforta
o abraço, de cada hora, porque
serei no 'aqui' um momento sem-fim, que
por ti, assegurar-te-ei esta vida.
Brinda Priem
Desejo a você...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crónica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel...
E muito carinho meu.
Carlos Drummond de Andrade
“Tolerância mútua é uma necessidade em todos os tempos e para todas as raças. Mas tolerância não significa aceitar o que se tolera.”
Mahatma Gandhi
Esta curta metragem de Erez Tadmor e Guy Nattiv, demonstra em poucos minutos o que em séculos não foi aprendido por grandes lideres.
A união faz a força. Se o Homem se unir por um momento pode criar coisas belas e pode também destrui-las. No entanto, pode perceber, que consegue conviver com o seu “inimigo” em paz se assim o entender. Porque não? Porque pensa de forma diferente? Porque a pele é de outra cor? Porque alguém daquela raça nos matou um filho? Porquê? A intolerância gera intolerância e não leva a lado nenhum. E se levar é para a violência e a guerra – e isso é pior.
Nada justifica a intolerância! Mesmo a intolerância dos outros! Até mesmo um ponto de exclamação é sinal de intolerância e fere o orgulho do outro. Não o devemos usar com leviandade. Sejamos tolerantes.
O maior mal da humanidade é neste momento ela própria. Os ódios devem ser suavizados e amenizados. Aos poucos podemos mudar o mundo para um amanhã melhor. Basta que mudemos nós próprios – hoje.
Mário L. Soares
Mais um dia em vão
No jogo em que ninguém ganhou
Dá mais cartas, baixa a luz
E vem esquecer o amor
És tu quem quer
Sou eu quem não quer ver
Que tudo é tão maior aqui
Está frio demais para apostar em mim
Vê que a noite pode ser
Tão pouco como nós
Neste quarto o tempo é medo
E o medo faz-nos sós
És tu quem quer mas eu só sei ver
Que o tempo já passou e eu fugi
Que aqui está frio demais p'ra me sentir
Mas queres ficar
Tudo o que é meu
É tudo o que eu não sei largar
Queres levar
Tudo o que é meu
É tudo o que eu não sei largar
Vem rasgar o escuro desta
Chuva que sujou
Vem, que a água vai
Lavar o que me dói
Vem, que nem o ultimo a cair
Vai perder
Tiago Bettencourt & Mantha
Oh, my love, my darling
I've hungered for your touch
A long, lonely time
And time goes by so slowly
And time can do so much
Are you still mine?
I need your love, I need your love
God speed your love to me
Lonely rivers flow
To the sea, to the sea
To the open arms of the sea
Lonely rivers sigh
"Wait for me, wait for me"
I'll be coming home; wait for me
Oh, my love, my darling
I've hungered, hungered for your touch
A long, lonely time
And time goes by so slowly
And time can do so much
Are you still mine?
I need your love, I need your love
God speed your love to me
Righteous Brothers
Seduzes-me mulher!
Porque me tentas?
Fazes, como quem não quer…
E com todas as falas lentas...
Lanças um olhar de soslaio,
como quem brinca, sorris,
das armadilhas onde eu caio,
e levantas, altiva, o nariz…
Suaves palavras de seda,
sobe o teu sobrolho nobre,
e com a mão amparas a queda…
Sorrio, como eu sou tão minimal,
assim, frágil e pequeno.
E tu, em promontório colossal…
Mário L. Soares
Gosto de observar, plantado como uma árvore,
a linha que os aviões traçam no céu,
quando sobem rompendo os ares.
É verdade que hoje,
quando bastariam apenas alguns segundos
para que a humanidade desaparecesse num ápice,
debaixo (dizem)
de uma terrível nuvem alaranjada,
voar já não tem mistério.
Porém,
a altiva e bela diagonal
desenhada no azul transparente pelos aviões que partem
enche-me as medidas…
João Melo
Onde eu deito
a cabeça
e descanso…
Onde os meus olhos
se fecham de sono
e prazer…
Onde é o abrigo
do meu medo
e que alberga…
Onde está o quente
do amor que nos une
e brinda…
Onde tu és
e eu sou
e nós somos…
Mário L. Soares
Porque uma imagem, às vezes, vale mais que mil palavras…
Celebra-se hoje o dia do não fumador.
Não fume… pela sua saúde e pela saúde dos que o rodeiam. Obrigado.
Leia o poema
Mário L. Soares
Penso em ti
e no teu abraço,
no teu beijo
no nosso laço.
Gosto de amar
e em ti sorrir
de te olhar
e o céu abrir.
De o corpo suar
e de alma oferecida
no éter pairar.
Oh, minha querida!
Sinto o coração voar
no meu peito, p’la tua vida.
Mário L. Soares
Sitios interessantes (ou não)
CDS - Centro Democrático Social
Não asses mais carapaus fritos
PCP - Partido Comunista Português
PSD - Partido Social Democrata
Vida de um Português - grande brother!
Universidade
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Dicionários e Enciclopédias