Meus caros amigos,
Como já devem ter reparado, não tenho ‘postado’ nada – é verdade.
Não há uma razão em especial. Apenas se trata de uma pequena pausa nos trabalhos para que não se entre na rotina e na obrigação. Assim posso descansar e regressar com ideias frescas.
I’ll be back…
Mário L. Soares
Can you hear me calling
Out your name
You know that I'm falling
And I don't know what to say
I'll speak a little louder
I'll even shout
You know that I'm pround
And I can't get the words out
Oh I... I want to be with you everywhere
Oh I... I want to be with you everywhere
(Wanna be with you everywhere)
Something's happening
Happening to me
My friends say I'm acting peculiarly
C'mon baby
We better make a start
You better make it soon
Before you break my heart
Oh I... I want to be with you everywhere
Oh I... I want to be with you everywhere
(Wanna be with you everywhere)
Can you hear me calling
Out your name
You know that I'm falling
And I don't know what to say
Come along baby
We better make a start
You better make it soon
Before you break my heart
Oh I... I want to be with you everywhere
Oh I... I want to be with you everywhere
Oh I... I want to be with you everywhere
Oh I... I want to be with you everywhere
(Wanna be with you everywhere)
Fleetwood Mac
Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras,
Acordar da Rua do Ouro,
Acordar do Rocio, às portas dos cafés,
Acordar
E no meio de tudo a gare, que nunca dorme,
Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono.
Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar,
Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo.
À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se
Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma,
E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo.
Uma espiritualidade feita com a nossa própria carne,
Um alívio de viver de que o nosso corpo partilha,
Um entusiasmo por o dia que vai vir, uma alegria por o que pode acontecer de bom,
São os sentimentos que nascem de estar olhando para a madrugada,
Seja ela a leve senhora dos cumes dos montes,
Seja ela a invasora lenta das ruas das cidades que vão leste-oeste,
Seja
A mulher que chora baixinho
Entre o ruído da multidão em vivas...
O vendedor de ruas, que tem um pregão esquisito,
Cheio de individualidade para quem repara...
O arcanjo isolado, escultura numa catedral,
Siringe fugindo aos braços estendidos de Pã,
Tudo isto tende para o mesmo centro,
Busca encontrar-se e fundir-se
Na minha alma.
Eu adoro todas as coisas
E o meu coração é um albergue aberto toda a noite.
Tenho pela vida um interesse ávido
Que busca compreendê-la sentindo-a muito.
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo,
Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas,
Para aumentar com isso a minha personalidade.
Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio
E a minha ambição era trazer o universo ao colo
Como uma criança a quem a ama beija.
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras,
Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo
Do que as que vi ou verei.
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos.
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca.
Dá-me lírios, lírios
E rosas também.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também,
Crisântemos, dálias,
Violetas, e os girassóis
Acima de todas as flores...
Deita-me as mancheias,
Por cima da alma,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Meu coração chora
Na sombra dos parques,
Não tem quem o console
Verdadeiramente,
Exceto a própria sombra dos parques
Entrando-me na alma,
Através do pranto.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Minha dor é velha
Como um frasco de essência cheio de pó.
Minha dor é inútil
Como uma gaiola numa terra onde não há aves,
E minha dor é silenciosa e triste
Como a parte da praia onde o mar não chega.
Chego às janelas
Dos palácios arruinados
E cismo de dentro para fora
Para me consolar do presente.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Mas por mais rosas e lírios que me dês,
Eu nunca acharei que a vida é bastante.
Faltar-me-á sempre qualquer coisa,
Sobrar-me-á sempre de que desejar,
Como um palco deserto.
Por isso, não te importes com o que eu penso,
E muito embora o que eu te peça
Te pareça que não quer dizer nada,
Minha pobre criança tísica,
Dá-me das tuas rosas e dos teus lírios,
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Álvaro de Campos
Amor - pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.
Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?
O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.
Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?
Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.
Vai a penetração rompendo nuvens
e devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue.
E prossegue e se espraia de tal sorte
que, além de nós, além da própria vida,
como activa abstracção que se faz carne,
a ideia de gozar está gozando.
E num sofrer de gozo entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais,
um só espasmo em nós atinge o climax:
é quando o amor morre de amor, divino.
Quantas vezes morremos um no outro,
no húmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.
Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre.
Carlos Drummond de Andrade
Ó sol que miras p’lo céu!
Vens e banhas o ventre
Tocas o meu pelo véu
Molhas, seco e quente.
Azuis sorrisos tu brilhas
Esperança, de ti, existência
E as estrelas, tuas filhas,
Choram à noite, vivência.
Milhas de longe e de luz
Abraças a terra fecunda
Beijas o mar que seduz
Semente pátria profunda
Alento dás tempo à hora
Montanhas, campos de sal
Eriges estruturas de flora
Invocas o Deus contra o mal
Mário L. Soares
Perdoa-me por tudo o que te fiz.
Perdoa-me o que não te fiz.
O perdão é importante questão.
E também seja levante o esquecimento.
O amor é eterno como o firmamento
externo e o lamento.
Perdão te peço de todo o meu fundo.
Perdão que não meço do tamanho do mundo.
Esquecer é preciso…
Sejam ventos os pensamentos
que apenas passam.
Levam o tempo que
no momento lavram.
Esqueço-me de mim e arrefeço-me.
Pertenço ao querer e ao lenço.
Vivo na história da memória do meu livro.
Esqueço da dor,
lembro o fervor do amor.
Perco-me em mim no labirinto
que sinto.
Sou forte e olho de frente
a morte pendente.
Espero a sorte que note
que vi e que estou aqui.
Oh, vida, que não queres perdão
perdida assim p’lo chão.
Nascida de azul berço,
Que mereço ser querida.
Perdoa-me vida. Perdoa-me sorte.
Perdoa-me a morte.
Mário L. Soares
Is this the real life?
Is this just fantasy?
Caught in a landslide
No escape from reality
Open your eyes
Look up to the skies and see
I'm just a poor boy (Poor boy)
I need no sympathy
Because I'm easy come, easy go
Little high, little low
Any way the wind blows
Doesn't really matter to me, to me
Mama just killed a man
Put a gun against his head
Pulled my trigger, now he's dead
Mama, life has just begun
But now I've gone and thrown it all away
Mama, oh
Didn't mean to make you cry
If I'm not back again this time tomorrow
Carry on, carry on as if nothing really matters
Too late, my time has come
Sends shivers down my spine
Body's aching all the time
Goodbye, everybody
I've got to go
Gotta leave you all behind and face the truth
Mama, oh (Anyway the wind blows)
I don't want to die
Sometimes wish I'd never been born at all
I see a little silhouetto of a man
Scaramouch, Scaramouch, will you do the Fandango
Thunderbolt and lightning, very, very frightening me
(Galileo) Galileo (Galileo) Galileo, Galileo Figaro
Magnifico-o
I'm just a poor boy nobody loves me
He's just a poor boy from a poor family
Spare him his life from this monstrosity
Easy come, easy go, will you let me go?
Bismillah! No, we will not let you go
Let him go
Bismillah! We will not let you go
Let him go
Bismillah! We will not let you go
Let me go (Will not let you go)
Let me go (Will not let you go) (Never, never, never, never)
Let me go-o
No, no, no, no, no, no, no
(Oh mama mia, mama mia) Mama Mia, let me go
Beelzebub has the devil put aside for me, for me, for me!
So you think you can stone me and spit in my eye
So you think you can love me and leave me to die
Oh, baby, can't do this to me, baby
Just gotta get out, just gotta get right outta here
Oh yeah, oh yeah
Nothing really matters
Anyone can see
Nothing really matters
Nothing really matters to me
Any way the wind blows...
Queen
Não suportarei o retiro
Virarei terras que me envolvem
Na cabeça ficará um tiro
Comerei vermes que me sorvem.
Podre o húmus que me torno
Chove rubras gotas em molhos
Frio o gelo deste forno
Raízes de mastros pelos olhos
Cheiro fétido putrefacto
Fechado em volta de uma arca
Saboreio sem língua o mato
Claustro refúgio que quero
Fuga da história que fica
Morte anunciada que espero
Mário L. Soares
Primei agora pelo futuro
Olho alheado o presente
Deparo assim com um muro
Parede tijolo quente
Volto à volta à solução
Esquema de passagem
Rotundo corrente de acção
Pronto para a viagem
Agarra-me atrás a barreira
Prende e parte-me os braços
Segura-me de qualquer maneira
Rasgo de sangue roupagem
Lágrimas correm no espaço
E caio no solo em miragem
Mário L. Soares
Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
Sophia de Mello Breyner Andresen
A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.
Alexandre O’Neil
Viverei o que sinto
Com amor em promontório
Saberás que não minto
No fim, no meu velório
Abrirei os braços
E no túnel gritarei
A todos os meus laços
Por quem me enamorei
Se em enleios me perder
A luz do destino granjearei
Para não me deixar morrer
Serei, no caminho, feliz comigo
E ao universo sorrirei
A minha vida contigo
Mário L. Soares
Dreamer, you know you are a dreamer
Well can you put your hands in your head, oh no!
I said dreamer, you're nothing but a dreamer,
Well can you put your hands in your head, oh no!
I said "Far out, - What a day, a year, a life it is!"
You know, - Well you know you had it comin' to you,
Now there's not a lot I can do
Dreamer, you silly little dreamer;
So now you put your head in your hands, oh no!
I said "Far out, - What a day, a year, a life it is!"
You know, - Well you know you had it comin' to you,
No there's not a lot I can do.
We'll work it out someday
If I could see something
You can see anything you want boy
If I could be someone-
You can be anyone, celebrate boy.
If I could do something-
Well you can do something,
If I could do anything-
Can you do something out of this world?
Take a dream on a Sunday
Take a life, take a holiday
Take a lie, take a dreamer
Dream, dream, dream, dream, dream along...
Dreamer, you know you are a dreamer
Well can you put your hands in your head, oh no!
I said dreamer, you're nothing but a dreamer
Well can you put your hands in your head, oh no!
OH NO!
Supertramp
Como a vida reveses traz!
Olhar para dentro à frente
Saber usar a bem a mente
E viver o sonho e ser capaz.
Aguardo no mar as bonanças,
Que a tempestade ao fundo augura;
Sabendo que na noite escura
Vêm ventos e mudanças.
Ah, raios e coriscos que se partam!
Quero ver o sol na meia-noite
Ter a luz – que os céus se abram!
Contrariedades que se vão!
Serei herói e homem do leme,
Neste mundo que é um cão.
Mário L. Soares
As palavras que te dirijo
não são expressão dos meus sentimentos,
nem sequer do que penso ou idealizo.
São mecanizações do Costume, do Hábito, repetições.
Repito o que outrora sentira,
o que mais tarde julgara que sentia
e hoje sei que está vazia,
a expressão dos meus sentimentos.
São a forma e o som
desprovidos de conteúdos e melodia.
São só palavras, palavras apenas
e parecem-se mal quando não são proferidas.
Intrigado com o caso,
mandei analisar a questão.
Onde está o significado do significante que pronuncio?
O caixote está vazio,
não me contento apenas com o cartão.
Encontrei o significado
no dia em que te perdi.
Tinhas tranças longas, eras tão linda,
tal como no dia em que te conheci.
Enrolo e lambo o papel deste cigarro
expiro o fumo com uma técnica maquinal.
Por vezes, terei esquecido como é bom fumar,
fumar por prazer!
Talvez tenha também esquecido o significado de te Amar,
mas sem nunca ter deixado de o fazer.
Vicente Roskopt
http://osedutorfarsolas.blogspot.com/
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